- 𝐓𝐡𝐞 𝐃𝐞𝐚𝐭𝐡 -

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13 de Abril de 2008
O dia em que a morte bateu em minha porta;

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Ao acordar, olhei ao redor do quarto, tentando me orientar, mas de repente, meu coração começou a acelerar quando notei algo que fez meu estômago revirar.

No canto da sala, havia uma figura sombria. À primeira vista, parecia um homem vestindo roupas pretas, com longos cabelos negros que caíam sobre o rosto. Seus olhos eram escuros e intensos, como dois buracos negros olhando diretamente para minha alma.

Apesar do medo que lentamente se insinuava, não pude deixar de ficar impressionada com a beleza da figura diante de mim. Ele era alto e magro, com traços marcantes que o faziam parecer quase de outro mundo. Sua pele era pálida, quase luminosa na penumbra do meu quarto, e ele parecia quase um fantasma ali parado, imóvel e silencioso.

Enquanto observava, não pude deixar de sentir que ele estava ali com um propósito, que viera para cumprir algum tipo de destino. Era um pensamento assombroso, que me fez sentir apavorada.

Eu não sabia quem era essa figura ou o que ele queria, mas uma coisa estava clara, ele não era como as pessoas que eu conhecia antes, os rostos comuns que sempre considerei óbvios. Ele era algo mais, algo mais antigo, algo que transcendia o ordinário e o cotidiano.

Apesar do meu medo, não conseguia desviar o olhar da figura no canto. Ele era lindo e assustador ao mesmo tempo, e eu me sentia atraída por ele de uma forma que não conseguia entender. Era como se ele representasse um mistério, uma escuridão que era atraente e aterrorizante, e eu sabia que nunca esqueceria a visão dele, parado no canto do meu quarto, quando acordei do meu sono.

— Quem é você, pervertido? — Eu digo tentando não demonstrar meu desespero interior, enquanto minhas mãos sutilmente procuravam por meu celular que estava embaixo das cobertas.

— Eu sou a morte. — Eu não consigo evitar de rir. Esse maluco realmente espera que eu acredite nisso?

Ele anda pelo meu quarto e para em frente a minha cama. Esse cara é um maluco, com certeza. No entanto, ao olhar em seus olhos escuros e penetrantes, eu começo a sentir uma sensação de mal-estar. É como se ele estivesse olhando para a minha alma, e eu tive a sensação de que ele sabia tudo sobre mim, até os meus segredos mais profundos e sombrios.

— Você quer me roubar ou algo assim? Já vou avisando que não tenho nada de valor. — Digo tentando mantê-lo distraído enquanto faço o possível para discar 190 em meu celular, ainda escondido entre meio aos cobertores.

Então ele de repente sorri. — Para quem vai ligar, hum? Deixa eu adivinhar, polícia? — Uma pitada de diversão brinca em sua voz. — Eu esperava mais de você, Lúcia. — Senti uma sensação de pavor tomando conta de mim. — Lúcia... É um nome muito bonito. Significa luz, sabia?

— Como você sabe o meu nome?

Ele ri suavemente — Essa é a sua maior preocupação, Lúcia? — Ele se senta na poltrona ao lado de minha cama, cruzando as pernas elegantemente. — Estou curioso... Você não gritou. Essa não é a reação padrão dos humanos.

— Pare de falar como se você não fosse humano também, isso é ridículo. — Ele ri.

— Tá legal. Eu vou provar. — Ele se levantou de sua cadeira, uma sombra silenciosa que parecia se mover com uma graça sobrenatural. Enquanto ele caminhava até a janela, onde havia um pequeno vaso de planta, eu notava que havia algo diferente nele, algo que era belo e intimidador. Seus movimentos eram graciosos, mas de alguma forma ameaçadores.

Death Touch - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora