Capítulo 4- " Eu também queria ser amado!"

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Lucerys

O meu rosto estava marcado de lágrimas e meus olhos irritadiços e avermelhados, meu nariz escorria, meu cabelo estava uma bagunça pelo vento forte e mesmo que eu estivesse em completo caos, após horas chorando em uma ilha deserta, eu tive que voltar para a capital, que estava numa loucura atrás de mim. Não demorou para eu ser levado para o grande salão do trono, por um dos guardas, como se eu fosse fugir de novo.

Ah, que dia de aniversário ótimo.
Já estava acabando o dia e eu finalmente poderia ir para os meus aposentos e apagar, esquecer que tudo isso estava acontecendo realmente.

— Lucerys! — disse Rhaenyra chorosa, vindo em minha direção assim que adentrei o salão, todos os nossos parentes estavam lá. Eu não os encarei, apenas minha mãe, ressentido. — Meu doce menino... Haveria um banquete e...

Sua voz morreu quando notou meu estado e ela se manteve calada, entendendo que banquete nenhum serviria para amenizar a situação.

— Me desculpem pela imprudência. — falei em um tom rouco, de tanto soluçar, sem encarar nada além de minha mãe. — Não vai se repetir. Me deem licença, porém quero ir me retirar para meus aposentos... Por favor.

O por favor saiu trêmulo, porque eu realmente não queria ser frágil diante a todos, contudo não havia como eu me manter bem com tudo isso, afinal eu tinha que ser marcado, minha vida toda se resumiria a este casamento e eu fui criado para isso, porém também fui criado aprendendo a me amar, para não deixar qualquer um me tomar.

Eu merecia ser amado tanto quanto o Aegon, ainda sim, porque eu fui o único envolvido infeliz?

— Claro... — disse minha mãe desconfortável, eu sabia que não estava sendo fácil para ela, mas também não estava sendo para mim. Ela sorriu um pouco, triste. — Pode ir meu amor, depois eu vou lhe ver, tudo bem?

Eu apenas assenti e me virei, saindo do ambiente com o corpo rígido, caminhando até meus aposentos apenas para lembrar que Aemond também dormia naquele corredor, nisso eu entrei no meu quarto irritado, ressentido, mal humorado.

Eu não sei quanto tempo depois eu comecei a chorar, confuso e irritado. Eu não estava triste por casar com Aemond, apenas...
Ele me odiava, me repudiava.

Poderia ser visto como drama para muitos, porém eu não conseguia sair do quarto, nem dormir direito e tampouco comer. Afim de abafar os acontecimentos recentes, quando os casamentos foram anunciados, também foram divulgados datas.

Em um mês, o casamento seria feito em um mês, todos já estavam trabalhando arduamente para isso ocorrer de forma perfeitamente. Eu não consegui conversar muito com Aegon, diferente de mim, ele estava empenhado em ajudar na cerimônia.

Eu gostava de ficar lendo, trancado em meu quarto e ignorando as pessoas e vendo os dias passando, ansiosamente e temeroso.

Batidas soaram e eu suspirei, encarando a porta de longe, enquanto estava me aquecendo no estofado a frente da lareira. Já havia anoitecido e eu tinha dispensado o jantar novamente.

Talvez fosse minha mãe de novo?

Mais batidas na porta e eu me levantei, bufando, indo em direção a porta e abrindo a mesma com força, arregalei os olhos quando notei que era Aemond, tão pateticamente perfeito como sempre, sem expressão e com a roupa alinhada.

Revirei os olhos.

Babaca, idiota, prepotente do caralho.

— O que foi? — perguntei o encarando sério, notando como ele parecia desconfortável. O deixei plantando na porta e novamente fui para o meu estofado. — Se não tem nada o que dizer, por favor, se retire. Estou ocupado.

Resmunguei ao pegar meu livro e ver que não tinha marcado a página que eu estava, começando a folhear o livro impaciente, enquanto sentia o olhar de Aemond sob mim, parado na porta como uma estátua. Irritado, eu o encarei bufando e o ameaçando com o olhar.

Cara, não seja inconveniente, se manda!

— Nosso casamento....— disse Aemond de repente e eu continuei o encarando, firme. Ele parecia sem jeito e adentrou o quarto, fechando a porta atrás de si. — Podemos discutir termos... Não precisa ser o fim dos tempos e se isolar tanto, Lucerys.

E eu ri amargurado, me levantado irritado e avançado contra ele, batendo em seu peito, porém ele não revidou, apenas se manteve me encarando, sem expressão.

Parece uma parede!

— Você pode tentar amenizar as coisas — comecei a dizer sério, frente a frente para ele. — Mais não há como fazer isso, para você é fácil! Você não é obrigado a deixar eu te marcar, você pode usufruir de tudo que é bom, por ser a porra de um alfa e eu... Eu vou ficar preso alguém que me odeia, me despreza e que não... Não sentirá nada por mim. Você sabe o que é isso para um ômega?! O que eu vou passar com essa ligação injusta?!!

— Não somos obrigados a isso — disse Aemond sério, porém eu o encarei ofendido e ele arregalou os olhos ao perceber. — Não é isso.... Estou dizendo que você não precisa se submeter a marca se não quiser...

Nem me marcar ele quer?!

— Já sou considerado a porra de um bastardo! — exclamei possesso de raiva, o encarando friamente. — O que acha que sua mãe e todos vão pensar disso?!Se... Se tivermos herdeiros, meus filhos serão considerado ilegítimos, apenas porque sem marca, eu posso abrir as pernas para qualquer um. É isso que você e todos pensam de mim, de qualquer forma, nessa merda! Não quero olhar para sua cara. SAÍ DAQUI!

Enquanto exclamava a plenos pulmões ao ponto de gritar, eu chorava, mesmo vendo o quão surpreso Aemond estava em minha frente, eu não liguei, foda-se se eu estava sendo frágil na frente desse idiota insensível. Era a própria Alicent que havia espalhado rumores sobre eu ser uma vadia que tinha diversos amantes, se Aemond não quisesse nem me dar sua marca, isso... Isso apesar de me deixar livre, ia acabar comigo.

Era por isso que eu não queria isso, porque Aemond nem se quer cogitava a ideia de me marcar, de tanto me odiar. Eu era patético para ele? O que ele não gostava em mim?

Filha da puta insensível!
Porque ele me odiava tanto assim?!

Eu.... Eu também queria ser amado também!



Heeyy!!!
Espero que estejam gostando da história!

Me desculpem quaisquer erros, até logo!!

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