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Nesse momento, me encontro sentada em uma mesa em uma lanchonete movimentada, mas algo me fazia sentir desconfortavelmente observada.

Olho ao redor, tentando identificar de onde vinha aquela sensação, mas não consigo encontrar quem parecia estar me olhando.

"Decidida a descobrir a origem daquela sensação, Solfy levantou-se da mesa e foi em direção ao banheiro, com os olhos atentos a cada pessoa que cruzava seu caminho."

Não faço ideia do porquê de estar tão desconfortável assim. Sempre venho a essa pizzaria e nunca tive esse problema.
Entro no banheiro e nada acontece, volto para minha cadeira e encontro um bilhete, do garçom, eu presumo. Está dizendo que a conta deu 20 reais, com o hambúrguer e o refrigerante. Mas eles nunca deixam recado, sempre esperam que eu termine o lanche para trazer a conta. A lanchonete está cheia de gente hoje, acho que é por isso. Pedi o lanche para levar para casa, de qualquer forma, pego o lanche, deixo o dinheiro na mesa e vou para casa.

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POV. Desconhecido.

_ Onde está ela? — disse o garçom, indo levar a conta.

O garçom olha para a mesa e vê que não há nada, mas, de repente, um homem se junta a ele e diz:

_ Ela deve ter se esquecido de pagar. Eu estava conversando com ela, e ela estava atrasada para pegar o ônibus — diz o desconhecido para o garçom.

_ Então terei que ligar para ela.

_ Não precisa, eu pago para ela. Deve ser culpa minha, tirei a atenção dela. Me passe o número e eu converso com ela.

_ Obrigado por ajudar.

_ Que isso, não precisa agradecer.

O desconhecido paga a conta e pega o número da Solfy.

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Visão da Solfy

Chego em casa, ligo a TV e estou comendo meu lanche assistindo a alguma série na Netflix.
Escuto um barulho no quintal e resolvo fechar todas as portas e janelas, mas vejo uma sombra no quintal pela janela de vidro. Fico assustada e fecho as cortinas imediatamente.
Estou assustada. Escuto alguém bater na porta.

Batendo

Batendo

Batendo...

Estou apavorada. Está chovendo e faz frio. Estou com medo, espero que as batidas acabem. Vou até a porta da frente, nesse momento não escuto mais nada além do som da chuva no teto. Olho para baixo e vejo um bilhete que deve ter sido passado por debaixo da porta. Pego o bilhete e leio: "Você é muito interessante, Solfy".

O quê? Quem é essa pessoa? Amanhã irei à delegacia.
Estou apavorada, nunca passei por isso. Vou até o quarto e me tranco. Tento dormir e consigo, estou muito cansada. Às 4 horas da manhã, meu celular toca. Desperto e vejo que é um número desconhecido. Ainda sonolenta, atendo, e escuto uma voz grossa do outro lado da linha:

_ Bom dia, Solfy, dormiu bem essa noite?

_ O-o quê? — Me assusto com a tranquilidade sinistra daquela voz masculina.

_ Dormiu bem?

_ Quem é você?

_ Eu? Ainda não importa, mas você está bem?

Fico irritada e começo a falar:

_ Quem é você, seu louco? Eu vou ligar para a polícia, seu doente!

_ Não, não vai, não. Eu acabei bloqueando seu acesso a alguns números assim que você atendeu a chamada.

_ O que você quer de mim?

Digo, apavorada.

_ Ah, isso é simples, você.

_ O quê?

Ele desliga a chamada. Corro para a porta da frente, mas percebo que a fechadura não quer abrir. Foi trocada.

Começo a gritar:

_ SOCORRO, ALGUÉM, POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA!

O celular toca de novo.
Atendo logo e vejo que é outro número. Fico aliviada, achando que pode ser algum vizinho querendo me ajudar.

_ Alô, eu preciso de ajuda!

_ Eu sei que você precisa, meu amor.

Congelo. Era ele de novo.

_ Me deixa em paz, por favor...

_ Não fala assim, não chore. Meu coração não aguenta ver seu rostinho lindo triste... Vamos fazer o seguinte: vou te dar a chave dessa nova fechadura, mas você tem que prometer que isso não vai parar nas autoridades, nem contar a ninguém sobre isso, ou, ao contrário, terei que te levar daqui. A outra chave está na janela do seu quarto. Cuidado ao ir para o trabalho, as ruas estão perigosas. Mandarei alguém te buscar à noite.

Ele desliga a ligação. Corro para o quarto e lá está a chave.

_ O que eu faço? Não posso falar com ninguém, ou ele vai me levar embora. Estou com medo.

Me agacho e começo a chorar. Levanto, vou até a porta da frente, abro e vejo um pacote. Pego, entro em casa e abro. Fico abismada com o que vejo: um celular lindo, de última geração, um envelope cheio de notas de 100, 200 e 50 reais, um cartão de crédito, vários chocolates e um envelope amarelo.
Pego o envelope amarelo e vejo que está escrito algo na frente: "Você agora é meu bebê, e merece muitos presentes. Não tente fugir, eu sei tudo sobre você."

Fico apavorada com essa mensagem. Abro o envelope e vejo muitas fotos minhas em vários lugares, com todas as suas datas, desde a primeira vez que vim para essa casa, no ano passado. E tem várias fotos da minha mãe também...
E agora? O que eu faço? Se eu falar algo posso colocar a vida da minha mãe em perigo!

Meu Stalker [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora