Capítulo 2

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W T F O C K

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W T F O C K

-Sob o comunismo, iria existir apenas o meio de produção, sem uma pessoa superior aos trabalhadores, que ganhe o dinheiro do produto produzido em cima do trabalho alheio. Ao contrário do capitalismo.-A professora aponta para o slide.-No capitalismo o trabalhador oferece sua força de trabalho por uma quantia muito baixa quando comparada a quanto produz para aquela empresa.

Toda a sala está em silêncio observando a professora falar e falar. Ao meu lado, Aimee já disse mais de noventa vezes sobre seus pensamentos em relação a mulher.

Se vocês já podem imaginar, elogios não foram proferidos.

-Mas o dono da empresa construiu aquele meio de produção, não seria justo se pessoas que não ajudaram nesse trajeto lucrassem com o dinheiro dele.-Trevor levanta a mão e fala sua opinião com um sorriso ladino.

Vejo a professora Smith ajeitar o óculos no rosto, e suspirar. Antes que ela possa falar alguma coisa, a voz grave de um garoto ao fundo da sala sobressai.

-Sem os trabalhadores, o dono da empresa não lucra.-Murmura.-Não faz sentido nenhum o que está falando.

Vejo os olhos azuis de Trevor se escurecerem, e saem dos peitos da senhorita Smith, para um garoto de expressão despreocupada.

-Mas sem o dono da empresa, os trabalhadores não se sustentam.-Rebate.

Um sorriso irônico sopra nos lábios de Justin Payne. Os olhos profundos e hipnotizantes se viram para o loiro ao meu lado, como facas perfurantes.

-Sem os trabalhadores, o dono da empresa vai à falência.-Argumenta.-O lucro do meio de produção não é feito pelo dono do capital, e sim pelos os explorados que trabalham 40 horas por semana, recebendo um salário que não cobre nem um terço da quantidade de produto que ele produziu ao explorador.

Algumas pessoas soltam risadinhas abafadas, e murmuram piadinhas para Trevor, que encara o outro garoto como se ele fosse um saco de lixo.

-Garotos.-A voz rouca de Megan os interrompe.-Vocês tem opiniões fortes, e fico feliz de despertar o senso crítico de vocês, mas essa aula não será para discussão. Vamos separar um debate na próxima semana.

Ela apazigua as coisas.

Aimee me cutuca arregalando os olhos, e eu faço a mesma coisa.

-O que foi isso?-Pergunta em um sussurro.

-Não sei.-Respondo me encolhendo.

O sinal toca, e todos começam a levantar para sair da sala. Observo o garoto novo arrumar suas coisas rapidamente, jogar a mochila no ombro e sair sem olhar para os lados. Trevor o acompanha com o olhar afiado.

-Cara babaca.-Murmura mais para si, do que para nós.-Te vejo no almoço.

Ele se vira para mim, segura meu rosto com força e deixa um beijo forte em meus lábios. Preciso massagear minhas bochechas em seguida.

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