Capítulo 13

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W T F O C K

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W T F O C K

Trazer um garoto que mal conheço para minha casa foi uma das várias ideias ruins que eu tive ao decorrer dos meses. Mesmo que meus pais não sejam calorosos o suficiente para me receberem na porta de casa, com sorrisos nos rostos e perguntas preocupadas, andar nas pontas dos pés até o meu quarto com um garoto machucado atrás de mim, me faz sentir receio de que eles vejam e sejam calorosos até demais com o meu lombo na surra que levarei.

Regras com garotos são uma das únicas que eles realmente se importam dentro dessa casa. Posso transar, usar drogas, abortar, bater e apanhar, desde que nada disso seja feito dentro da propriedade.

Abro a porta do meu quarto com um certo incomodo se isso é certo ou errado, mas baseando-se em todos os acontecimentos das últimas horas, ajudar Justin com seus ferimentos é o mínimo que posso fazer por ele. Além da conversa séria que teremos sobre a influência que ele tem sob o diretor, e aquela droga de informação que me pegou desprevenida.

Um arrepio me sobe ao lembrar da voz firme e direta em que ele lançou as palavras.

"Sou o namorado"

Justin adentra o cômodo com o olhar curioso, observando cada ponto do local. Eu sinto como se minha intimidade estivesse exposta a ele nesse momento. Nenhum garoto já entrou no meu quarto, além dos primos e amigos da minha infância. Justin vira seus olhos fundos para mim, sorrindo com os lábios fechados.

-Seu quarto é legal.-Elogia ao acabar sua análise minuciosa.-Eu também gosto de revistas em quadrinhos.

Aponta para a prateleira. Sinto meu rosto queimar por ver a parte mais infantil do meu quarto ser elogiada por um garoto.

-Isso é só um hobby.-Me explico, mas ele parece não se importar com a informação.-Eu vou pegar algumas coisas para cuidar dos seus ferimentos.

Aviso me aproximando da porta para sair em busca de um kit de primeiro socorros. Justin se vira com um dos meus ursos de pelúcia em mãos, e um sorriso sacana no rosto. Sua roupa está amassada, olhos fundos, supercílio cortado, a mão seriamente machucada e o cabelo escuro caindo no rosto. Além, é claro, da blusa social preta aberta por alguns botões.

Me pergunto como ele pode ficar tão bonito desse jeito.

-Sabe que não precisa fazer isso, eu posso cuidar em casa.-Se opõe.

Nego com a cabeça.

-É o mínimo que posso fazer por você.

Saio do quarto, e na ponta dos pés caminho até a dispensa no final do corredor, onde eu acredito e espero encontrar o kit. Meus pés estão doendo pelos saltos que estava calçando e minha cabeça lateja pelos impactos que eu sofrera.

Encontro e começo meu caminho de volta para o quarto pelo corredor escuro e silencioso.

-Mabel.-A voz da minha mãe me faz parar no lugar com o coração acelerado. Ela sobe as escadas com uma máscara facial estranha no rosto, e os cabelos loiros presos no alto da cabeça. Tento esconder a maleta atrás de mim, mesmo que eu acredite ser improvável.-Lindo vestido.-Elogia sem nem ao menos me encarar.-Vá se deitar, e não fique acordada até tarde.

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