Capítulo 43

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W T F O C K

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W T F O C K

-Ele é incrível, Mab.-Minha melhor amiga diz suspirando, com seus olhos levemente esverdeados reluzindo paixão.-Não sei explicar... Só sei sentir.

Eu sorrio.

Nunca vi Aimee tão encantada por algo desde o último lançamento de um vestido Versace. Ela brilha, mesmo estando presa dentro de um tipo de cativeiro inglês antigo.

Seu sorriso está mais largo, a maquiagem leve e o rosto corado.

O amor embeleza a vida de qualquer pessoa. Quando dizem que uma pessoa é capaz de colorir o mundo de outra, deve ser disso que eles se referem. O brilho do olhar, a luz do sorriso, a cor das maçãs do rosto e a droga de um coração estampado em casa poro do corpo.

Será que estou assim? Será que estou tão apaixonada por Justin que minha aparência demonstra?

-Que incrível.-Exclamo.

Aimee franze o cenho.

-O que aconteceu?-Indaga.-Está sorrindo falso.

Arregalo meus olhos e nego com a cabeça.

-Não, não estou.-Nego.-Só estou... Processando alguns acontecimentos.

Explico em um suspiro e tapo meu rosto com as mãos.

-Aconteceu algo entre você e o Justin?-Ela toca meu ombro.

-Ele... Nós não estamos exatamente juntos.-Falo.-Acho que nunca estivemos. Eu não sei!

Aimee continua me encarando com seus olhos atentos, observando cada canto do meu gosto em busca de mais respostas.

Penso se eu deveria contar tudo, desabafar e pedir apoio a minha melhor amiga. Sinto receio de ver julgamento em seus olhos, de suas palavras serem afiadas e ácidas demais para que eu suporte.

-Eu e Justin fingimos um relacionamento.-Assumo com as lágrimas já queimando meus olhos.-O Trevor estava cada dia mais agressivo... Eu precisava me livrar... Estava prestes a morrer sufocada naquela relação, por isso pedi ao Justin que me ajudasse, com o intuito de afetar Trevor e o machucar como ele fez comigo. Mas foi em vão, Aimee.-Soluço entre entre as lágrimas grossas.-Ele me feriu de tantas maneiras, ele destruiu tantos momentos importantes e vem destruindo tudo o que eu me esforço para criar sem sua presença. Ele é como um demônio que atormenta minha alma todos os dias. Ele suja meus pensamentos, protagoniza meus piores pesadelos e traz ódio em meu peito quando eu mais quero sentir amor.

Busco o ar quando chego ao fim.

Minha garganta dói pelo choro alto que sai, e meus olhos ardem pela quantidade exarcebada de lágrimas escorrendo.

-Eu quero amar o Justin Payne, quero viver com o Justin Payne, mas minha razão não permite. Ele é a pessoa mais incrível que já conheci, mas ainda sim não consigo me entregar, tudo pelo medo e o trauma que vivi com o Trevor.-Desabafo.-O mundo inteiro está do lado dele, Aimee. Estou sozinha prestes e enfrentar uma guerra contra o cara que eu mais desejo a morte no mundo.

Tapo meu rosto sem me importar se o choro está alto demais.

Apenas choro muito, espalmando minha mão no peito em busca do meu coração, com a vontade de amassá-lo até que toda essa dor desapareça dali.

O abraço forte de Aimee me faz soltar ainda mais soluços, como se ali eu escutasse as melhores palavras de conforto, mesmo que de sua garganta só saia um leve cantarolar.

Ela me nina enquanto eu choro.

Ela me abraça e me acolhe como se eu fosse um bebê precisando de cuidados.

Aimee acaricia meu cabelo e afaga minhas costas.

-Eu estou aqui.-Sussurra.-Sua melhor amiga está com você.

Diz com sua voz doce.

Aos poucos vou alcançando a calmaria e o alívio indescritível. Foi como tirar um peso das minhas costas.

Me aninho junto a Aimee e ficamos ali deitadas juntas o restante do dia, até que somos avisadas que a mãe dela está prestes a chegar.

-Tudo que precisar, Mabel.-Fala.-É só falar comigo. Farei de tudo para te ajudar a colocar todas essas pessoas na prisão. Desde ao Trevor, até o diretor.

Eu assinto vagarosamente.

-Muito obrigado.-Sorrio.-Eu amo você, Aimee.

Ela sorri me abraçando.

-Eu amo você muito mais.-Rebate.

O caminho de volta para casa é carregado de ideias e pensamentos mais claros e objetivos. Reconheço a importância do meu desabafo, pois agora sei exatamente o que fazer para conseguir as imagens daquela câmera de segurança.

Uma confiança diferente me invade assim que estaciono o carro na garagem dos meus pais.

Mesmo que toda aquela dor ainda se faça presente dentro de mim, tento ao meu máximo transformá-lá em um incentivo para jamais desistir de mim mesma.

Esse mundo pode não ser o lugar mais justo, porém eu não vou deixar que ninguém, nunca mais, me machuque e saia impune.

A justiça pode não tomar as devidas providências, mas eu lutarei por mim. Sozinha, mas ainda sim muito bem acompanhada.

-Querida.-Mamãe chama assim que abro a porta de casa.-Vem jantar.

Ando até a cozinha com um pequeno sorriso no rosto e me sento ao lado do meu pai após deixar um beijo estalado em sua bochecha.

-O que aconteceu com você?-Mamãe pergunta quando encara meu rosto vermelho e inchado de choro.-Por que está chorando?

Eu nego.

-Não é nada.-Suspiro.-Assisti um filme triste com a Aimee. Sabe como sou sensível com filmes.

Ela suspira aliviada e deixa um beijo na minha testa.

Ela não sabe se sou sensível ou não a filmes, mas reconheço seu esforço em demonstrar preocupação comigo.

-Por que seu namorado não ficou para o almoço? Vocês discutiram?

Meu peito acelera.

Enfio um pedaço de torta de carne na boca e então mastigo devagar para enrolar a resposta.

-Ele tinha umas coisas para resolver.-Explico vagamente.-Quem sabe outro dia ele não volta.

Mamãe sorri e meu pai permanece concentrado em seu próprio mundo.

-Conseguiu as imagens da câmera, querida?-Minha mãe questiona e eu nego.-Como assim? Teremos que ir lá amanhã, então.

-Não vai ser preciso, mãe. Eu já sei o que vou fazer.

Afirmo.

Afirmo

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