Capítulo 26

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W T F O C K

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W T F O C K

Eu tinha quatorze anos quando matei minha irmã mais nova.

Mas quando ela estava viva... Ah...

Nesse tempo, os meus pais ainda eram casados e nossa família ainda era uma família. Minha mãe me considerava um filho e o meu pai sorria para mim.

Só que em um dia de verão, minha mãe me pediu para ir até a escola da Jennie para buscá-la, pois mesmo que eu ainda não tivesse carteira de motorista, eles me deixavam dirigir para lugares próximos ao condomínio que morávamos em Nova Iorque. A escola ficava alguns metros do condomínio, era como dirigir até a esquina da sua casa, sabe? O problema é que mesmo sendo apenas na esquina, eu consegui me enfiar em um acidente fatal.

Um caminhão passava por ali no horário da saída das crianças, e o meu pai havia me ensinado a respeitar as leis de trânsito, mas não ensinou o que fazer quando outra pessoa desrespeitava. Eu fiquei muito assustado e não consegui tirar o carro do meio da rua, acabando por ser atingido pela traseira do caminhão desgovernado.

Nosso carro foi lançado longe, em uma pequena reserva na frente da escola. Me lembro dos gritos, me lembro do sangue, me lembro da dor que sentia por toda minha perna e, principalmente, me lembro de ver minha irmãzinha caçula com o rosto amassado no vidro e uma das ferragens do caminhão atravessando sua costela.

Eu desmaiei depois dessa cena.

Acordei no outro dia preso em uma cama de hospital, sozinho e com medo.

-Onde eu estou?-Pergunto estranhando minha própria voz rouca. O olhar de pena que o médico me lança, me faz ficar com raiva.-Onde está a Jennie?

-Justin.-Ele começa.

No meio de seu discurso sobre o que aconteceu, meus olhos começam a transbordar em lágrimas e toda e qualquer dor que eu já senti na vida, ficou pequena em comparação a dor do meu coração se quebrando. As cenas da minha irmã caçula morta no banco de trás aterrorizam a minha mente e bati em meu próprio peito com força, me castigando pelo que causei.

-Onde estão os meus pais?-Pergunto em um fio.

-No enterro.-Responde pesaroso.

Quem me buscou no hospital foi a babá. Ela me abraçou, mas eu nem conseguia reagir de volta. Meus pais se separaram naquela semana e brigaram no tribunal para não ficarem comigo. Meu pai não olhava no meu rosto, e minha mãe me pedia para morrer todas as vezes que me via.

-Você deveria ter morrido.-Gritou enquanto socava o meu peito. Eu me encolhi sobre a cama, deixando que ela me castigasse o quanto quisesse, pois eu sabia, eu sabia que a culpa foi minha.-Por que você não morre? Você tirou tudo de mim.

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