II. Miragem

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Roseanne sentiu uma agitação que há dias não a alcançava; por toda a sua vida, havia desejado viver uma verdadeira aventura, e agora a oportunidade parecia finalmente ter chegado

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Roseanne sentiu uma agitação que há dias não a alcançava; por toda a sua vida, havia desejado viver uma verdadeira aventura, e agora a oportunidade parecia finalmente ter chegado. Ou, pelo menos, assim ela esperava, imbuída de um otimismo cauteloso.

Iniciando com dedos hesitantes, a loira se aventurou a explorar o vão com sua mão, testando os limites daquela estranha abertura. Passou o punho, depois o cotovelo, tomando cuidado e ao mesmo tempo desejando alcançar coragem suficiente para atravessar completamente o portal. Conforme sua determinação aumentava e ela percebia que nada de sinistro acontecia, a princesinha inspirou profundamente, reunindo toda a bravura dentro dela. Com um último olhar cauteloso ao redor, assegurando-se de que ninguém a observava, ela deu o passo adiante, atravessando a fenda.

A vista que a loira teve ao atravessar foi de tirar o fôlego. Nunca, em toda a sua vida, ela havia tido a oportunidade de contemplar algo tão vívido, brilhante e rico em cores. O ar puro daquele lado a atingiu com uma sensação revitalizante, mostrando-se mais puro do que o dos jardins do castelo. Ela nunca havia imaginado que poderia vislumbrar uma floresta tão exótica e inusitada. Aonde quer que seus olhos se virassem, eram presenteados com uma profusão de árvores e jardins, o chão coberto por um tapete de gramado salpicado com plantas roxas que, de tempos em tempos, transformavam-se em tons de rosa. Era como uma cena saída de um conto de fadas, um convite encantador para explorar cada recanto. Parecia fofo, convidativo. A visão era tão adorável que ela não pôde resistir. Com um sorriso, a jovem se acomodou, deixando-se afundar na grama que, de fato, era surpreendentemente macia contra sua pele.

A princesinha avançou em explorar o local, sua mente fervilhando de conjecturas. Em todas as páginas dos livros de Gaiermore que havia devorado, jamais encontrara menção a uma floresta tão extraordinária quanto a que se encontrava. Ela sabia, é claro, que o castelo era circundado por três distintas florestas.

A primeira delas era Diethipo, batizada em honra a um soldado que há cerca de um século perecera em combate, lutando bravamente para proteger Gaiermore dos ataques de Swiller. No entanto, nada atraía na floresta de Diethipo; sua terra era negra, desprovida de árvores e qualquer convite à exploração. Corre o boato de que uma lama preta que cheira a queimado, devido a todos os homens que foram queimados durante a guerra.

A segunda floresta, situada ao sul, era a vermelha e defunta Resewonir. Infelizmente, poucas informações subsistiam a respeito dessa área, exceto que era um lugar desolado, onde nenhum crescimento vegetal florescia, mesmo sob generosa chuva. A terra permanecia árida e os animais evitavam a região, transformando-a em uma barreira entre Gaiermore e Frilaya, lar de um povo selvagem.

A terceira e última floresta era Crigia. Fechada, densa e enigmática, ela era amplamente evitada devido à sua reputação de perigosidade. Muitos homens não ousavam adentrá-la, pois era conhecida por suas armadilhas traiçoeiras. No entanto, por alguma razão desconhecida, nunca encontrara muitas informações sobre essa floresta nos livros que folheara, um fato que sempre a intrigara, mas do qual nunca fizera indagações aprofundadas.

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⏰ Última atualização: Aug 19, 2023 ⏰

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