!JJK¡ BACK - Satoru Gojo.

II

  O ar condicionado do avião deixava sua boca ressecada, Seina odiava isso, odiava também o fato de ser menor de idade e não poder beber nenhum champagne oferecido pelas aeromoças, tendo que se contentar com uma bebida gaseificada qualquer, odiava também o fato do avião estar quase vazio e Satoru Gojo sentar exatamente ao seu lado, ela não sabia se aquele era realmente o lugar dele, afinal Geto estava acompanhando Amanai a algumas fileiras à frente, tudo que Seina queria agora era uma dose de álcool para suportar a viagem que estava por vir, por mais que ela não duraria uma hora em meia direito.

  Gojo por outro lado queria tirar uma boa soneca, mas tinha que ficar acordado caso Amanai fosse ameaçada, não que ele não confiasse nas pessoas ao seu lado, ele apenas não queria que elas acabassem machucadas por um descuido dele. Após olhar pessoa por pessoa no avião ele viu que estavam seguros lá e caminhou até sua devida poltrona(que ele implorou para Suguru para ser na janela), mas quando chegou lá a janela estava ocupada pela mulher de cabelos tão brancos quanto os dele, seus cabelos brancos, quase prateados, são uma característica que chama a atenção, contrastando com seus olhos penetrantes e expressivos. A postura dela irradia confiança e determinação, algo que ele admira profundamente. Gojo não admitiria isso em voz alta, mas se sentia atraído por ela, pela elegância de suas ações, como se toda ação dela tivesse um grande propósito, pela aura misteriosa que ela exalava, aura essa que ele sentiu uma vez, e já o deixou atordoado o suficiente.

  Ela era o enigma que ele queria desvendar.

  A introspecção de Gojo foi interrompida quando a mulher a sua frente falou.

— Tem algo na minha cara? — Gojo foi pego em sua reflexão, desviou o olhar rapidamente, e se fez de idota.

— Seria preocupante se não tivesse nada —Ele pode ver ela respirar fundo negando com a cabeça e olhar em direção a janela, onde a maldição que Suguru controlava estava, ela a olhou atentamente, a estudando como se fosse um livro. — Está no meu lugar.

— Não estou.— Ela rebateu olhando diretamente para o homem que agora tinha se movido e se apoiava com um braço no bagageiro acima deles, ele a olhava de cima, como uma águia, ela não sabia mas Satoru estava tentando ver qualquer resquício de energia amaldiçoada vindo delas, e sentindo extremamente frustrado por falhar.

Seina continua o encarando, seus olhos penetrantes simplesmente querem desvendá-lo também. Ela era tão misteriosa e intrigante, e ele se pegou imaginando o que se passava na mente daquela mulher. O silêncio entre eles era quase palpável, mas carregava uma tensão que ele não conseguia ignorar.

— Eu não sou um enigma para ser desvendada, sabia? — Ela corta o silêncio de repente, sua voz soando mais suave do que ele esperava.

Ele soltou uma risada anasalada, incapaz de evitar.

— Talvez eu goste de desafios. — Sua voz pareceu rouca por um momento, quase como um sussurro.

Seina arqueou uma sobrancelha, claramente intrigada.

— Desafios?

Ele assentiu, seu sorriso se alargando.

— E você parece ser um dos desafios mais interessantes que já encontrei.

Seina não poderia deixar de sorrir com a resposta dele. Ela tinha a sensação de que estava jogando um jogo, um jogo de palavras e olhares carregados de significados ocultos. Era como se estivesse dançando em uma sintonia única, uma dança de mistério e atração.

— Você acha que pode me decifrar? — Ela perguntou, inclinando suavemente a cabeça para o lado, seus olhos mantendo contato com os dele.

Gojo riu baixo, o que enche o espaço entre eles como uma nota musical harmoniosa.