As iris negras brilhavam intensamente em admiração, contemplando o resultado final de seu projeto que a anos trabalhava.
O protótipo JK-1997 finalmente estava pronto.
Puxou uma folha de sua pasta e a ergueu em frente seus mirantes, observando os rascunhos que fizera e os comparando com o holograma que era exibido sobre sua mesa.
Todos os traços e caracteristicas que desenhou foram perfeitamente aplicadas na imagem da prévia do protótipo, que flutuava em meio a todos os presentes na sala.
Era surreal; incrível.
Os olhos felinos tomados pelo reflexo azul do holograma quase ameaçaram lacrimejar pela emoção que preenchia seu coração palpitante.
O sonho estava reascendendo.
Evitando que ocorresse, se levantou de seu assento. Pronunciou breves palavras de aprovação em relação ao resultado antes de se retirar da sala, deixando os outros principais desenvolvedores do projeto para trás.
Caminhou em direção à sua sala particular, digitando o código de acesso no paínel ao lado da porta de entrada. Após ter sua senha confirmada pela luz verde que se acendeu sobre o aparelho, adentrou o cômodo; sendo recebido por uma vóz robótica lhe desejando boas-vindas.
Seguiu caminhando pelo grande cômodo extenso e inteiramente preenchido pelo branco, tendo poucos detalhes de fora da tonalidade pálida. Parou em frente as longas cortinas, que tampavam o visor de vidro refletivo e tomavam grande parte da parede.
Ao puxá-las para os lados, teve a visão deslumbrante de sua criação: a cápsula.
Se direcionou até sua mesa para se servir de uma xícará de café, mas logo retornou para frente do visor com o objeto em mãos. Por longos minutos, permanceu em silêncio enquanto admirava o trabalho de longos anos à sua frente, degustando do sabor amargo que tomava suas papilas à cada gole da bebida quente; refletindo sobre seus futuros passos.
Teve seus pensamentos interrompidos ao escutar batidas vindo da porta. Ao identificar o causador do som pelo munitor que exibia as imagens das câmeras, digitou novamente o código no teclado de seu computador, permitindo a entrada de Kim Taehyung.
— Bom dia senhor. Está pronta a documentação que me pediu. — Proferiu o acastanhado, estendo uma pasta em sua direção, que logo foi apanhada.
Abriu a papelada, analisando cuidadosamente todos os dados e informações impressas sobre as folhas em suas mãos.
Nome: Jeon Jungkook
Data de nascimento: 01/09/1997
Idade: 26 anos
Altura: 1,80
Nacionalidade: Busan, CoreiaInformações básicas e demais dados foram registrados em documentos e identidades, para que o protótipo pudesse se infiltrar como um cidadão comum em meio a sociedade.
— Obrigado Kim. — Agradeceu em seu costumeiro tom baixo e grave. — E o que é isso? — Questinou ao notar mais uma pasta nas mãos magras.
— B-bom... — O mais novo se amaldiçoou ao gaguejar. Coçou sua garganta e corrigiu sua postura, para que pudesse dar continuidade a sua fala. — Sei que não me foi designado essa tarefa, mas ainda sim, gostaria de sugerir uma pessoa para ser o testador beta do protótipo.
O jovem quase se encolheu sob o olhar inexpressivo que lhe foi direcionado, mas segurou firmemente o objetivo em suas mãos; mantendo uma postura ereta e feição confiante.
— E quem seria? — Perguntou, com um leve tom de curiosidade após longos segundos em um silêncio torturoso para o outro.
Ansioso, lhe estendeu a pasta amarela. Quando teve o objeto em suas mãos, se atentou ao nome destacado no meio da capa:
Park Jimin.
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PROTÓTIPO JK-1997 • JIKOOK
Ficção CientíficaApós anos sofrendo abusos, Park Jimin se vê livre de um relacionamento conturbado com Choi Minho; que morreu ao seu lado em um trágico acidente de carro. A culpa residia em sua cabeça, não permitindo que ele voltasse à sua antiga rotina. Se mantinha...