Capítulo 11 - 20 minutos antes.

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 -"São 09:10, cadê o responsável pelo relatório?", diz Silvia irritada pelo atraso.  Vitor pula para o assento do lado, um pouco apreensivo, com o rosto bastante vermelho, pimenta caiena era fichinha comparado a vermelhidão daquele rosto. Ele pega sua caderneta, caneta e seu jaleco e chama a atenção de Silvia saindo pela porta da sala de reuniões.

- Drª. Silvia, hum hum, Drª. Vitor tenta chama a atenção de Silvia para o acompanhar. E acena com a cabeça a saída. Nada discreto, mas o chamado foi eficiente para atrair a atenção de Silvia que estava submersa aos questionamentos mentais e decisões que ainda não foram necessárias, mas ela gosta de se antecipar aos fatos, gosta de estar no controle e não admitia não ter a solução para os problemas. Desastre natural? Essa catástrofe era a obra, alias a falta de obra de alguém.  E era isso que ela queria saber. Quem deixou de fazer o serviço? Quem deixou de cobrar? E quem prejudicou uma pesquisa de anos. O sangue dela fervia só de pensar na palavra quem, e ficava se indagando se seu reitor tinha alguma participação nisso. Afinal ele deveria saber das condições de telhado e da falta de manutenção. O que ele sabia afinal? E submersa a esse desvaneio Vitor atrai sua atenção de maneira nada sutil. Mas sem muita pergunta segue Vitor até o corredor.

- Em que posso ser útil? Não vai me dizer que está inseguro? Pois viu minha avaliação? Diz Silvia com o rosto pálido. Pela primeira vez sentiu que não queria perder nada. Muito menos o que estava tendo com Vitor, ao perceber isso, se questionou, não tinha nada a perder, porque estava tão tensa.

- Não é isso, diz Vitor que continuava vermelho mais expressava um ar confiante. 

- Quero uma oportunidade de mostrar que posso ser mais! Assumir mais responsabilidades e de chefiar meu departamento. Drª me da 10 minutos que apresento o relatório, afinal ajudei a fazer tudo. Só não fiz o compilado dos dados. Me dá 10 minutos e seu notebook que apresento o relatório!

- Ok. Está em cima da mesa. Vc tem exatamente 10 minutos para começar. Diz Silvia com um sorrisinho de canto, pensando, será que serei surpreendida ou não. Prefiro ser! E volta ao se lugar para conferir os e-mails pelo seu celular que não parava de vibrar. Parecia que todos queriam a atenção dela ou uma resposta. Mas até aquele momento ela não poderia responder nada, somente esperar a apresentação do relatório que estava atrasado. Mas estava confiante que iria sair alguma coisa dali.

Vitor busca o notebook na sala atravessa o corredor e vai para a sala em frente. Começa a comer com os olhos a apresentação feita pelo Jorge, debocha do design escolhido, rindo e balançando a cabeça, mas verifica que os pontos importantes e principais estavam ali. Não era necessário 10 minutos. Estava pronto para começa, e já, e em menos de 5 minutos viu o que era necessário apresentar e ser objetivo. Anotou os tópicos na caderneta. Passou a mão nos cabelos claros e foi em direção a sala de reuniões, se sentindo imponente. Afinal, era sua chance e ninguém iria tirar isso dele.

Vitor entra na sala de reuniões confiante. Dá bom dia para todos os presentes, e olha em direção a Silvia, instintivamente morde o lábio inferior, pois só de olhar para aquela mulher com o rosto implacável imaginava mil formas de desarma lá. E esse olhar que ela faz quando estava incrédula que o fazia deseja lá, e possui lá de todas as formas.  Depois de 3 segundos de pensamentos impróprios para o momento, balança a cabeça ainda sorrindo, com olhos vibrantes voltados para Silva e o notebook na mesa de projeção. Suspira e acopla o cabo HDMI e inicia a apresentação do power point. 

Silvia observa aquela cena, a mordida do lábio, quando ele solta observa que o lábio fica marcado e úmido. Quando Vitor saiu da sala, parecia nervoso e assustado. Ela imaginou que sua avaliação o tinha impactado. Mas retornou diferente, confiante, fazendo movimentos precisos e coesos, com a voz firme e imponente. E como sempre charmoso. Perceber isso fez a lubrificação da Silvia escorrer ali, sem pestanejar e num movimento instintivo cruza as pernas e empina o bumbum na cadeira, mas esse movimento só faz o seu núcleo se contrair e dar uma leve onda de prazer, subindo pela sua coluna e arrepiando os pelos do braço, logo corando sua face e desarmando qualquer arma que estava engatilhada na sua mente perturbada.

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