O Contracto

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Sicília, Itália

Don Russo não suportava conversas triviais com Narciso Mancini, tampouco ser sóciavel com alguém tão estúpido e grosseiro, mas ele precisa ser sazonal depois de receber o maior presente de todos. Conseguir colocar as mãos em Giuseppe outra vez era algo indescritível.

Ele tinha tantas torturas em mente, antes de tatuar a palavra "mentiroso" em suas costas, como um lembrete para ele nunca mais enganar alguém como ele. Com o passar dos minutos, Don Russo inventou uma desculpa fajuta para ir embora. Ele confiava em Nicolo para muitas coisas, mas deixar alguém tão precioso sob sua guarda, com certeza não era uma delas. Seu estômago queimava em antecipação.

Jungkook estava coçando para ver Giuseppe outra vez. Ele não queria ouvir suas desculpas, ainda que fosse prazeroso inserir-lhe medo, da mesma forma que seu "melhor amigo" o fez viver os piores momentos de sua vida. Ainda que tenha tentado firmemente, não conseguia apagar aquele dia infernal de sua mente. Limpando sua mente, o mafioso foi seguido até sua Ferrari. Bastou ver seu primo e, ele soube que algo estava errado.

— Que cara é essa, Nico?!

— Temos um pequeno probleminha. — Murmurou, se levantando do capô do carro.

— Cadê o Giuseppe? — Indagou, ao olhar ao redor e notar a ausência de sua presa.

— Então, esse é o probleminha, eu não sei onde ele está. — Nicolo cuspiu fora, se preparando para um ataque verbal, já que o primo era sutil como um coice de uma mula.

— Que porra você fez, Nicolo? — Bradou, segurando o primo pela gola da camisa.

— Eu me distraí com uma ligação do Lore e quando percebi, o puto não estava mais aqui. — Justificou, apontando o celular com os olhos para provar que estava falando a verdade.

— Você simplesmente deixou o Giuseppe fugir? — Assimilou o fato, sua voz enganosamente calma.

— Vou caçá-lo como se caça um animal. — Ele prometeu, cabisbaixo.

— Acho bom você encontrá-lo, ou não precisa voltar para casa. — Deu a volta no carro para se sentar no banco do motorista.

— Don, eu sinto muito. — Nico verbalizou, envergonhado.

— Não sinta. — Ele sorriu, antes de respirar fundo. — Traga o Giuseppe para casa ou não se importe em voltar. — Conhecendo-o bem, o outro sabia que a ameaça não era uma piada.

— Você precisa superar o que aconteceu, Don. — Nicolo, erroneamente tocou em sua ferida.

— Você superaria se seu melhor amigo te levasse para uma emboscada e te deixasse lá pra morrer? — Seu primo apertou os lábios em uma linha fina, negando com a cabeça. — Eu fui enterrado vivo pelo meu próprio pai, Nico, deixado naquele lugar ermo pra morrer por dois dias, com ossos quebrados e nenhuma esperança de que sobreviveria. — Em meses, era a primeira vez que Jungkook tocava no assunto. — Você simplesmente esqueceria se um falso amigo te traísse da forma mais vil? — Questionou ao primo.

— Você nunca fala sobre o que realmente aconteceu naquela noite. — Nicolo ricocheteou.

— Falar torna a dor real, não lembra? — Indagou, usando a frase de seu avô para provar seu ponto.

— Tudo bem. — Ele nunca ganhava confrontos verbais com o primo, de qualquer forma. — Eu vou levar o Giuseppe pra você. — Prometeu, beijando o anel da família em seu anelar esquerdo.

— Não toque nele, está me ouvindo? — Ordenou por entre os dentes cerrados.

— Claro, claro. — Concordou, seguindo a todo vapor para seu SUV estacionado logo atrás da Ferrari do primo.

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