A filha rejeitada. A escolhida pelo destino para escrever seu nome na história.
Tudo o que Siggy conhecia era o abandono. O sentimento de ver o amor que tanto necessitava ser arrancado dela pela rejeição tornava a vida da filha de Bjorn Ironside um...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O espelho redondo da penteadeira prateada, refletia o lindo, jovem e cansado rosto da rainha Lyanna.
Uma criada penteava seus longos cabelos loiros até reluzirem como ouro derretido. Depois separou algumas mechas fazendo elaboradas tranças e prendendo-as ao topo da cabeça com grampos dourados; finalizou o penteado com uma tiara de diamantes e esmeraldas para combinar com seus olhos.
Olhos-Morganach, como costumavam chamar.
Outra criada deslizou pulseiras douradas incrustadas de esmeraldas em seus pulsos, e por fim, um pesado colar de diamantes foi preso ao seu pescoço. A corrente dourada sustentava quatro pequenos pingentes de diamantes de cada lado que seguiam até o centro onde um diamante pouco menor do que um ovo de galinha repousava entre seus seios.
— Está pronta, senhora. — Disse uma das moças docilmente.
— Está linda. — A outra criada disse, sorrindo para o reflexo da rainha no espelho.
Lyanna sorriu para a criada, mas o sorriso não lhe chegou aos olhos. Ela olhou de relance para o espelho e sentiu um subto arrepio percorrer sua coluna.
Era realmente linda.
Lembrava-se de quando tinha treze anos e perambulava pela corte de Revaryn. Seu tio, Reynar Morganach, o rei de Revaryn, a encontrou e levou até o jardim de estátuas no coração do castelo. Era uma tradição Morganach serem imortalizados em deslumbrantes estátuas incrivelmente realistas. Ela se lembrava do quanto se sentia ansiosa para ter sua estátua naquele jardim.
O cabelo do tio, negro como o mar da meia-noite, reluzia em uma grossa trança que ia até o meio de suas costas. Lyanna ainda se lembrava de acompanhar o balançar da trança enquanto pensava no quanto se destacava entre os Morganach.
A cor de seus cabelos eram herdados de sua mãe, uma princesa nórdica que chegou à corte de Revaryn causando um grande furor quando seu pai, irmão mais novo de Reynar, a reivindicou como sua esposa.
Foi a primeira vez — até ela — que um Morganach se casou com um estrangeiro. E a primeira e única vez naquela família que houve uma união por amor.
Reynar havia parado diante da estátua de uma linda mulher, onde deveria estar os globos oculares haviam esmeraldas para representar a cor de seus olhos. Lyanna admirou cada detalhe da peça até chegar ao nome entalhado na base da estátua.
Clarice Morganach.
Ela fora a primeira esposa do rei e também sua prima distante, por isso a cor dos olhos característicos. E também fora a mãe dos filhos de Reynar, seus primos recém-nascidos na época, Asherah e Kristan Morganach. O nascimento dos gêmeos foi marcado como o dia da morte da mãe deles também.
"Clarice foi a mais bela mulher que eu já havia conhecido" A voz do tio ainda era fresca em sua memória "Acho que ela perdeu esse posto para você, adorável sobrinha. Sua beleza será de grande ajuda para essa família algum dia, tenho certeza".