kisses in the kitchen · ⋆ : . ' ʚϊɞ . · : ⋆ au mpreg reddie!

cheiro de chuva

RICHIE TOZIER

Uma das coisas que mais amo é o cheiro de chuva, de terra molhada, das nuvens chorando. Também gosto de sussurrar no ouvido dele, coisas sujas, melosas, românticas, idiotas. Ele tem cheiro de chuva antes mesmo das nuvens começarem chorar. Isso não é incrível?

Às vezes eu não sei como me comportar perto de Eddie, meu coração bate muito rápido, meu corpo treme e eu começo a gaguejar, eu gosto disso, por que me lembra de que eu ainda sinto o mesmo por ele, me lembra de que meus sentimentos não mudaram.

Gosto de como meu coração bate rápido.
Gosto de como meu corpo treme.
Gosto de como me perco no que falar.
Gosto de cheiro de chuva.

Eddie estava muito estressado nas últimas quatro semanas, muito mesmo, ele chorava com muita facilidade, ficava bravo com mais facilidade ainda, e eu sei que ele se sente péssimo por estar assim, à flor da pele, o que fazia as lágrima correrem pelo seu rostinho, como as nuvens quando estão muito magoadas.

Uma lembrança de uns dias atrás foi quando cheguei do trabalho com uma sacola lotada de framboesas que Joanne me deu de presente, ela tinha framboesas e outras frutas em seu quintal.

"Onde arrumou isso?" Ele me perguntou, observando com atenção cada frutinha vermelha.

"Uma amiga do trabalho colheu para mim." Ele tinha uma fruta próxima dos lábios, prestes a comer, mas afastou rapidamente e me olhou feio depois da minha frase.

"Amiga?"

"Uhum."

"Que amiga, Richie?" Seu rostinho lindo estava vermelho, e ele tinha um biquinho irritado nos lábios.

"Joanne, já te falei dela."

"Joanne? Aquela peituda do cabelo loiro escorrido?" Ele pegou a sacolinha e notou um coração pequeno desenhado. "Oferecida também! Que porra é essa Richard?"

Eddie nunca foi ciumento demais, tinha ciúmes de mulheres que segundo ele eram "Bonitas Demais", mas nada assim, e não estava achando ruim, sinceramente, achava até estranho quando ele não demonstrava nem um pouquinho de ciúmes por mim.

"Abelhinha... Ela deve ser carinhosa demais."

"E como você sabe?" Ele estava lacrimejando e eu o olhei assustado.

"Amor, você está chorando?"

"Responde: Como você sabe, Richard Duarte?"

"Eu não sei! Eu não sei meu amor..." Eu me aproximei e segurei suas bochechas, deixando um beijinho na ponta de seu nariz. "Por que está chorando? Eu jogo as frutinhas fora se você quiser." Ele encostou a testa no meu peito e murmurou.

"Ela é muito mais bonita que eu..."

"Não é, nem nos melhores sonhos dela! Eu gosto é de você, não da peituda, quer que eu jogue as framboesas fora?"

"Não! Eu vou comer!"

Acordei com o alarme tocando, me estiquei um pouquinho para desligar o celular na mesa de canto, tentando não acordar o Eds que dormia tranquilamente. Estou preocupado, ele sempre foi saudável, é super preocupado com a alimentação, remédios, e exames em dia, agora ele passa os dias deitado na cama, mal come e 'tô desesperado por que sei que ele não quer conversar e eu não quero o pressionar. Vi ele começar a se remexer na cama, e abrir aqueles olhinhos lindos com calma. "Oi." Disse com um sorriso de canto.

"Oi." Ele me respondeu de forma preguiçosa. Parecendo um pouco atordoado, e me assustou ao levantar com pressa, correndo pro banheiro.

"Eddie?" O chamei, vendo ele se ajoelhar e começar a vomitar, sem ao menos fechar a porta do banheiro o que ele sempre faz.
"Ah, Coração, o que está acontecendo com você?" Perguntei, mais pra mim do que para ele, me ajoelhando atrás dele e segurando seu cabelo enquanto afagava suas costas. Seu cabelinho estava um pouquinho comprido, tem um tempinho que ele não corta, e eu sei que ele não quer sair para cortar.