kisses in the kitchen · ⋆ : . ' ʚϊɞ . · : ⋆ au mpreg reddie!

sra. K

RICHIE TOZIER
sétimo mês

Acordei com o telefone tocando, me estiquei um pouquinho para pegar na mesa de canto, tentando não acordar o Eds que dormia tranquilamente depois de passar a madrugada quase toda vomitando.

Me assustei ao ver o número da Sra. Kaspbrak na tela do celular, ela não gostava de mim, nunca gostou, tanto que demorou para sequer falar comigo quando veio visitar Ed pela primeira vez, resolvi atender, claro.

"Alô?"

"Tozier? Oi, aqui é a Sônia, a mãe do Eddie..." Sua voz estava acanhada, como se ela se esforçasse muito para conseguir falar comigo, ouvi ela fungar, então percebi que ela estava chorando.

"Oi, oi, algum problema?" Estava nervoso, mal sabia o que falar, tinha falado com minha amada sogrinha no máximo duas vezes, aquelas conversas genéricas de "Oi! Tô ótimo e você?"

"Muitos, na verdade..." Ouvi seu suspiro pesado, disse que ela podia falar o que houve, se tinha alguma coisa haver com o Eds.
"Tozier, como assim ele está grávido? Como isso é possível? Por Deus! Ele simplesmente me mandou mensagem avisando e sumiu, ele não me responde, não fala comigo! Estou tão preocupada!..."

Seus soluços eram repetitivos, sem pausa, ela parecia desesperada, parecia que tinha tentado se conter por muito tempo e estava explodindo. Eddie não tinha uma relação boa com a mãe, ela não o aceitava como ele era, não o deixava viver, o sufocava, lhe deixava sem ar, agonizando, as brigas eram frequentes e cansativas, até ele sair do ninho da mamãe coruja.

Não sabia que ele não tinha contado antes, não sabia que ela não sabia que iria ter uma neta logo logo, não sabia que a situação estava assim, e não sabia como iria resolver isso tudo.
"... Sônia, quando ele te contou?"

"Há um mês mais ou menos, como ele está? Tozier você está cuidando bem dele? Por favor faz ele falar comigo de novo..."

Era uma súplica, ela pedia com a voz triste e cansada, fiquei com um pouco de pena, confesso. "Eu vou tentar, mas não posso prometer nada, ele está bem nervoso ultimamente..." Tinha saído do quarto há alguns minutos e ido para o banheiro perto da sala, falando baixo, não para Eddie não ouvir, mas só para não o acordar. "Tem passado muito mal, tem faltado bastante na faculdade, mas tudo bem, eu sei e ele sabe que é só uma questão de tempo e tudo vai melhorar quando o bebê nascer." Do jeito que o Eds é, eu sabia que ele não tinha contado nada sobre a gravidez, muito menos o nome da criança, e eu não iria contar, até porque é ele que tem que fazer isso não eu.

"Ele está de poucos meses não é? Falta quanto para o bebê nascer?"

Ela me borbardeava de perguntas desse tipo, e eu estava pisando em ovos chocos. "Não... Faltam uns dois meses pro nosso filho nascer, na verdade..."

"Ai meu Deus! Como ele faz uma coisa dessas comigo meu Jesus?"
A ligação não durou muito, tentei acalmá-la dizendo que o filho está bem, o neto também, que estava tudo sobre controle e que ela não precisava se preocupar. Sai do banheiro e me sentei no sofá, enquanto eu repensava tudo que disse para Sra. K. Até que Eddie apareceu, com Alaska no colo e lágrimas nos olhos.

Ele colocou Alaska no sofá e sentou no meu colo. "O que foi flor?" Sequei suas lágrimas e deixei beijinhos em suas bochechas.

"Me desculpa... Eu não queria que isso acontecesse, eu não queria contar pra ela, não sabia como contar, ela deve me odiar! Me desculpa, por favor, eu vou tentar resolver..." Jogou as palavras de uma vez, com a cabeça enfiada no meu pescoço e apertando minha blusa entre os dedos.

"Você ouviu a conversa?"

"Ouvi, eu não devia ter contado daquele jeito, mas eu fiquei com medo, eu sou uma decepção pra ela.

"Eds, tá tudo bem... Ela não te odeia amor, estava preocupada com você, perguntou se você estava bem, se a Sam estava bem, acho que ela sente sua falta." Ele ouvia tudo atentamente, seu coração batia e eu podia ouvir, ele me deu um selinho bom e lento. "Conversa com ela."

Eddie teve uma crise das feias momentos antes de ligar para sua mãe, ele não conseguia respirar e chorava de uma forma que me deixou muito, muito preocupado, eu queria colocar ele num potinho onde não iria existir nenhum tipo de coisa para machucar ele ou a Samantha.

"Eu não quero ligar pra ela amor..." Ele sussurrou enquanto eu deixava beijos pelo seu pescoço, sabia que o acalmava.

"Tenta, Princesa, ela vai gostar, confia em mim amorzinho."

Ele se sentou no sofá, e eu me sentei logo do lado dele, passando a mão pela sua barriguinha, barrigona com carinho, tentando deixar ele mais calmo, ele procurou "Mãe" nós contatos e ligou numa chamada de vídeo, apertou os olhinhos inchadinhos, suas mãos tremiam, assim como seu corpo.

"Mãe?"

"Filho! Eddie de Albuquerque Kaspbrak! Quer me matar do coração?! Eu fiquei tão preocupada, como assim você tá grávido filho? Isso é possível? Você está bem?"

Ele riu de leve, tentando disfarçar o nervosismo. "Aconteceu, mãe."

"Me explica! E você Richie! Engravidou o meu bebê! Cuida direitinho dele!" Ela chorava, também parecia nervosa e ao mesmo tempo feliz, me dava aquela bronca com risinhos alegres no meio.

Eddie começou a conversar com a mãe, explicando tudo sobre a gravidez, dizendo como a gravidez masculina funcionava e como estava sendo, ela perguntou se ele estava realmente bem, se estava feliz com tudo aquilo, ele disse que sim. E eu estava amando o cafuné que recebia enquanto escutava a conversa.

"Está tudo bem com ela, mãe, é uma menina."

"Ai Cristinho! Dá pra melhorar! Qual vai ser o nome da minha netinha, filho?"

"Samantha."

"Afasta a câmera filho, deixa eu te ver!" Os olhos de Sônia brilharam, ela chorou ainda mais, estava nitidamente feliz com a notícia e parecia louca para abraçar o filho, Eddie mostrou a barriga, levantando uma camiseta minha que usava, e mostrou também como Alaska estava grande.

"Viu? Eu falei que ela ficaria feliz!"

Foi o que eu disse quando a ligação encerrou, Eddie brilhava, ele estava radiante com a reação da mãe sobre aquilo, também já iriam começar a agendar a passagem de Sônia para França o mais rápido possível.

Ele me beijou. E eu estaria mentindo se dissesse que ele me deixa sem palavras, a verdade é que ele deixa minha língua tão fraca que ela esquece a linguagem que fala.

Gosto de como seu beijo é bom, gosto de como me deixa sem ar, gosto de como me faz feliz, gosto mais do que cheiro de chuva!

Eddie é como um livro de poemas que leio antes de dormir, é como um gato assustado e alegre, é como uma mistura de sorvetes, pistache com menta, é como páginas velhas com lindos versos escritos. Eddie é como as palavras de Carlos Drumond de Andrade e os versos sobre o amor de Vinícius de Moraes.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

ᓚᘏᗢ

Olá Pessoa Amável!

Espero que estejam gostando dessa Long bem bobinha, e da Sra. K que é um quase amor aqui <3