Capítulo I (GATILHO: ASSÉDIO/ABUSO SEXUAL)

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JÁ AVISANDO DO GATILHO DE ASSÉDIO/ABUSO SEXUAL

Evangeline era uma jovem serva na mansão do conde Iohannes, ela era uma moça de baixa estatura, miúda, de pele clara, seu longo cabelo ondulado era castanho-escuro e tinha uma franja bem na linha das finas sobrancelhas, seus pequenos olhos eram negros e ela era bastante reservada e gentil, sempre buscava ver o melhor nas pessoas e sonhava com o amor verdadeiro.

As coisas estavam boas para a jovem Evangeline, ela trabalhava como faxineira e recebia bem, mas tudo foi por água abaixo quando o conde começou prestar a atenção nela, a moça não tinha mais paz, agora ela precisava se esconder sempre, algo que raramente conseguia porque as outras empregadas denunciavam onde ela estava, as mesmas criadas que Evangeline sempre ajudou agora se voltavam de costas para a moça.

Era mais uma manhã ensolarada, o casarão do conde Iohannes se destacava na cidade, uma construção branca, cercada por altos muros de ferro e um quintal impecável, mas o que mais se destacava mesmo era o dono do lugar, um homem jovem, alto e esguio, de curto cabelo negro e olhos azuis cheios de malícia, conhecido por ser um viúvo bastante libertino, sem herdeiros e com a morte da falecida esposa em suas mãos.

Era mais uma linda manhã e Evangeline estava procurando um esconderijo, dessa vez, tentaria a sorte no armazém atrás da casa principal, lá era uma construção simples de madeira, o interior era repleto de estantes cheias de caixotes de diversos tamanhos e raramente algum empregado ficava lá dentro por muito tempo, então era a esperança de Evangeline, que, como as outras empregadas, usava um vestido cinzento de mangas longas, um avental branco e um lenço branco na cabeça, ela tinha o cabelo preso num coque alto e firme e aproveitou o pequeno tamanho do corpo para se enfiar num dos vãos entre uma estante e a parede, no fundo do armazém sombrio.

"Por favor... por favor... que ninguém tenha me visto vindo para cá". Ela pensou, quase chorando.

Evangeline tinha tomado todo o cuidado possível, mas sempre tinha alguém atrás dela para denunciar sua posição ao conde Iohannes. A pobre moça ficou encolhida por algum tempo, sentia o corpo doer, mas precisava continuar daquele jeito até a hora do almoço, quando o patrão estaria ocupado com outra coisa que não fosse persegui-la.

– Evangeline, eu sei que você está aqui, minha querida – Era a forte voz do conde.

A jovem sentiu o calor deixar o corpo e grandes lágrimas escorreram de seus olhos, ela não acreditava que tinha sido encontrada novamente. A empregada olhou para a direção da porta, podia ver uma sombra entre as estantes, colocando a mão sobre a boca, ela começou a rezar que o patrão desistisse, Iohannes não enxergava direito ali, a pouca luz que entrava não era o suficiente para pudesse encontrar a moça escondida.

– Evangeline – O homem soltou um longo suspiro. – Será mais fácil de você parar de brincar de esconde-esconde.

"Por favor... vá embora!". Pensou a criada.

Iohannes conseguiu encontrar Evangeline, ela havia se movido alguns metros para frente, quase conseguindo escapar pela porta, mas o conde havia desistido e estava voltando no exato momento, a empregada viu o patrão e saiu correndo, o homem foi atrás, não acreditando que precisava perseguir uma garota, sempre havia conseguido se deitar com todas as damas que escolhia.

– Evangeline – Ele chamou. – Pare de ser infantil.

A empregada continuou correndo, adentrando o casarão, mas logo foi atrapalhada por um trio de empregadas, que estavam limpando as janelas, duas das criadas pularam sobre Evangeline assim que a viram correndo, elas a seguraram pelos braços, quase a deixando com os ombros desnudos.

Shadow of the Moon (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora