Capítulo 4

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Voldemort encontra seu adversário à altura na varíola do dragão. Não é fatal para as crianças - muito pelo contrário - apenas lhes dá pequenos pontos roxos e febre alta o suficiente para deixá-las desconfortáveis.

"Vai passar, querido", Narcissa acalma o choroso Harry. "Você deve ser corajoso."

"Mas coça tanto, tia Cissa", Harry choraminga. "Vou me esforçar muito para não coçar."

Voldemort, que nunca teve varíola de dragão, mas teve catapora menor, sabe exatamente o que fazer e coloca Harry em um balde de mingau de aveia. "Pronto, exatamente o que Mãe Mort recomenda para meninos que coçam", diz ele, satisfeito quando o desconforto de Harry desaparece.

Rabastan passa e vê uma criança marinando em um balde de mingau de aveia e o Lorde das Trevas sentado em uma poltrona próxima, levitando mais mingau de aveia para a criança, e fica devidamente horrorizado. "Meu senhor, eu te amo, mas até eu devo estabelecer um limite para o canibalismo!" Rabastan declara acaloradamente.

Voldemort olha em estado de choque, porque Rabastan tem uma fala muito mansa, e esta é a primeira vez que ele ouve o homem falar tão alto, e para ele também.

"Eu também te amo? Harry está com varíola de dragão, banhos de aveia aliviam a coceira. Não vou comer meu próprio pupilo, Rabastan," Voldemort responde confuso.

Rabastan passa o resto do dia escondido, mas Voldemort se dá surpreendentemente bem com pessoas que querem defender seu filho.

***

Hermione e Ron entram em pânico quando ouvem através de suas cartas que Harry está mal, e basicamente bombardeiam Voldemort com correspondência que consiste em loção de calamina, poções para febre, paracetamol e solução de banho de espuma.

Voldemort decide usar o banho de espuma com aroma de jasmim para Harry, porque é um perfume digno e calmante - nada tão comum quanto rosa ou lavanda.

Harry fica fascinado pelas bolhas e espuma e, por um tempo, esquece que está coçando.

***

A varíola do dragão está finalmente diminuindo e os pontos roxos no rosto de Harry estão desaparecendo. Ele ainda é pequeno e cansado, e segura a mão de Voldemort quando ele adormece. De sua parte, Voldemort está bem em chegar atrasado às reuniões dos Comensais da Morte.

São nove horas quando a febre de Harry diminuiu o suficiente para que o Lorde das Trevas pudesse ir embora. Ao sair, Voldemort diz a Harry o seu habitual "Boa noite, criança".

Harry, sonolento e não completamente coerente, murmura um fraco, "boa noite, papai", e assim destrói a vida e o equilíbrio mental de Voldemort, fazendo-o tropeçar no ar e bater na parede do lado de fora da porta.

Felizmente, ele só é visto por Atticus Lestrange, que escolheu este dia para sair da reclusão e entrar no mundo mais amplo.

"Eu previ que um grande ferimento aconteceria com você, Voldemort," Atticus diz enigmaticamente. "Minhas previsões nunca estão erradas."

Voldemort coloca o nariz de volta no lugar e encara seu antigo colega de classe. "Alguma outra previsão sobre mim que você gostaria de compartilhar, agora que estamos aqui?"

"A morte circunda Lord Voldemort," Atticus respirou, com os olhos vidrados, "e ele nunca mais se levantará, seu lugar será ocupado por uma alma mais gentil."

Voldemort piscou, pensando em suas muitas, muitas horcruxes. "Eu não vou morrer, Atticus. Acho que provei isso."

"A morte irá reivindicar você, Voldemort," Atticus cantarolou, vibrando com energia psíquica, "e você irá de boa vontade, finalmente abraçando a Morte como uma velha amiga." Com isso, Atticus caiu, tendo se esforçado demais. "Estou cansado."

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