Park Jisung sentiu amor antes de saber o que era, antes dos quinze anos quando sujaram seu nariz de glacê de um bolo de aniversário pequeno demais para cinco pessoas. Aos quinze Park Jisung notou que era diferente, notou o que era amor, notou o que...
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Park Jisung tinha dezoito anos agora. Ele não era mais tão bom na escola, faltava bastante às aulas de dança e passava a maioria dos seus dias na praça de seu bairro. Ele já não falava tanto com seus amigos, ele já não queria se formar, não estava ansioso para isso.
Jisung agora tinha voltado para o cabelo original, seus olhos tinham perdido o brilho infantil de antes, ele agora tragava cigarros com facilidade, ele também gostava de bebidas alcóolicas, Jisung agora era diferente.
— Yuta hyung apanhou porque viram ele beijando o Sicheng-ge. — Foi o que Chenle tinha dito, Chenle também havia mudado, seu maxilar agora era bem marcado e ele tinha perdido as bochechas. Chenle não gostava de bebidas alcoólicas, também não fumava, mas agora Chenle também beijava garotos.
Desde esse dia, o dia que descobriu que poderia apanhar por gostar de garotos Jisung tinha mudado, ele já não gostava de dançar, não gostava de estudar mas ainda não gostava de garotas também.
— Jisung? Não era pra' você tá' na aula agora? — Jeno era vizinho de Jisung e consequentemente passava pela praça, a praça que Jisung estava fumando jogado em um sofá velho e abandonado, talvez mofado também. — Isso é um cigarro?
— Cai fora Jeno. — O vocabulário de Jisung também havia mudado, ele tinha medo que descobrissem que ele gostava de garotos então se afastou de todos, inclusive de seus amigos mais próximos.
— Jisung você...
— Eu disse pra sair! — Ele jogou o cigarro no chão e se levantou. Jisung intimidava por seu tamanho, carregava 1,87 com orgulho enquanto Jeno tinha 1,70 mas bastante músculos, a academia tinha feito efeito, ele estava forte, forte o bastante para que a altura de Jisung não o intimidasse. Jeno também agora tinha o maxilar marcado, ainda tinha o sorriso bonito quando seus olhos fechavam, mas também tinha se tornado assustador quando sério.
Jisung sabia disso, mas naquele ponto não se importava. — O que aconteceu com você?
— Não é da sua conta! — Esbravejou, ele ainda estava de pé e olhava desafiador para o Lee que a única coisa que mantinha era o olhar de pena. — Só me deixa em paz.
Mas ele não deixaria, Jeno apenas acolheu Jisung em um abraço. Park Jisung não gostava de contato físico, não gostava de abraços, não gostava de pessoas. Mas naquele dia, um mês antes da formatura, Jisung chorou.
— O que aconteceu Jisung?
— Eu não gosto de garotas.
Jeno então sorriu afrouxando o abraço sabendo que Jisung não iria sair correndo. — Está tudo bem. Você está bem.
— Não...
— Está. — Jeno então puxou a cabeça de Jisung para que encostassem as testas. — Agora você tá' livre.
Livre? Jisung pensou naquilo enquanto sentia sua testa num calor gostoso da testa de Jeno. Seu coração acelerou pensando que agora estava livre.
