Park Jisung sentiu amor antes de saber o que era, antes dos quinze anos quando sujaram seu nariz de glacê de um bolo de aniversário pequeno demais para cinco pessoas. Aos quinze Park Jisung notou que era diferente, notou o que era amor, notou o que...
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Park Jisung estava com vinte anos, nunca tinha beijado, era tudo muito complexo para si. Park Jisung tinha vinte anos e era livre. As bebidas alcoólicas naquele mesmo ano tinham sido trocadas por água, os cigarros por chicletes de menta. Seu cabelo mais uma vez tinha mudado de cor e agora ele fazia faculdade de dança.
— Hoje vai ser a festa de aniversário do Donghyuck! — Jeno continuava sendo seu vizinho, mas agora ele ia na casa do garoto quase todos os dias para vê-lo. Jeno era um bom amigo, ele tinha pintado seu cabelo de rosa e às vezes aparecia com as unhas pintadas também. Jeno também gostava de beijar garotos.
— Eu não vou. — Jisung ainda não gostava de pessoas, nem de contato físico, nem de festas.
— Mark hyung vai. — Jisung ainda gostava de Mark e Jeno agora sabia disso.
Jisung ponderou negar. Mas acabou assentindo, Jeno sabia como convencê-lo.
Donghyuck conhecia muita gente. Ele era a pessoa que falava com qualquer um que dirigisse o olhar para si, com resultado disso suas festas eram cheias. Cheias demais.
— Mudei de ideia, quero ir para casa. — Jisung virou para Jeno que segurou a risada, do lado de fora da casa de Donghyuck já haviam pessoas, o que significava que por dentro a casa deveria estar ainda mais lotada.
— Para com isso, vamos entrar.
— Hyung, o Donghyuck nem vai notar se viemos ou não. — Choramingou, estava começando a ficar incomodado e seu corpo reagia para irem embora. Jeno não iria deixar então só puxou o braço de Jisung para entrarem de uma vez, se espremendo entre as pessoas eles encontraram Chenle que acenou para eles.
Jeno o arrastou até perto do garoto que estava com um copo vermelho na mão. Chenle tinha mudado bastante, estava mais magro e parecia ter crescido um pouco. — Finalmente, eu perdi o Renjun de vista tem uns quinze minutos. Jisung, você?!
— Que surpresa não é? — Jeno caçoou. — Cadê o resto dos garotos?
— Jaemin finalmente tomou coragem para chegar naquela menina que ele gosta. A Eljin
Jeno estava sorrindo mas foi diminuindo assim que lembrou quem era a menina da qual Chenle se referia. — A minha irmã, esse filho da puta está afim da minha irmã?
Jisung olhou com a sobrancelha arqueada. — Você tem uma irmã desde quando?
— Desde que meus pais adotaram ela!
Chenle então desatou a rir, tinha se esquecido daquele pequeno detalhe. Jeno ainda parecia puto e levantava os pés para procurar o Na entre as pessoas, mas era em vão, ele só poderia aceitar. Jisung pensou, Jaemin era diferente de si, diferente de Jeno, diferente de Chenle. Jaemin gostava de beijar garotas.
— Vou ao banheiro. — Jisung avisou, Jeno sabia que ele estava tentando fugir daquelas pessoas esbarrando em si, fugir da música alta e do cheiro de nicotina e álcool. Ele pedia licença mesmo que as pessoas não o ouvissem até achar o banheiro, assim que entrou trancou a porta e se encostou nela. — O que eu tô' fazendo aqui?
A música tocava abafada, ele conseguia também ouvir as pessoas falando no fundo. Jisung se olhou no espelho, seu cabelo estava molhado pelo recente banho ainda, não tinha secado. Alguém forçou a maçaneta fazendo com que Jisung despertasse de seus devaneios.
Ele abriu a porta.
Mark estava ali, segurando na mão de uma garota, eles pareciam animados para entrar no banheiro. — Mark?
— Jisung. — Ele sorriu, a garota encostou a mão no ombro de Mark e ele trocou mais um beijo com ela, na frente de Jisung. O corpo de Jisung doeu, fisicamente, seu coração fez barulho, tinha quebrado.
Park Jisung tinha vinte anos quando descobriu que o amor doía. E doía muito.
