Athos Mazza é o CEO das empresas Mazza de advocacia. Jovem, bonito e multimilionário, porém, ele tem um coração gelado e não se importa de machucar as pessoas quando se trata de falar a verdade. Com um passado conturbado e dolorido, ele evita a todo...
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Athos
— Você se lembra de quando nos conhecemos? — Ela pergunta me dando as costas e caminha pelo meu escritório como se nada tivesse acontecido entre nós algum dia. A porra toda é que estou olhando-a atentamente e nada. Não sinto o costumeiro impacto da sua presença como ela sempre fazia acontecer. Pela primeira vez sinto que o seu poder não me atinge, que não sou mais o seu fantoche, que o seu jogo de sedução não é mais capaz de me envolver. Contudo, a raiva que ela me faz sentir agora é monstruosa.
— Como poderia me esquecer? — Me pego respondendo a sua pergunta. Então ela me olha e sorri. Contudo, permaneço sério.
— Foi o esbarro que mudou a minha vida. — Você não faz ideia do quanto mudou a minha também. Penso.
— O que você quer de mim, Estela? — Não detenho o tom frio que sai da minha boca.
— Como assim, o que eu quero, docinho?
— Não me chame de docinho! — exijo com um rangido entre dentes, fechando as minhas mãos em punho.
— Eu sei que está com raiva de mim, mas acredite, eu não tive escolha! — Arqueio as sobrancelhas de um jeito imperativo e até petulante. Louco para jogar algumas verdades na sua cara, mas quero ouvir as suas desculpas. — A sua mãe e o seu irmão me enganaram, Athos. Eles me persuadiram, exigiram que eu fosse embora da sua vida. O que você queria que eu fizesse, querido? Eles estavam me esmagando com o seu poder...
— Cala a porra da sua boca! — esbravejo fazendo-a parar de falar.
— Eu estava grávida, sabia? — Um tom magoado sobressai a sua voz.
— Que história é essa?
— Eu perdi o seu filho, Athos tamanha a tristeza que senti no meu coração.
— Você é incrível, Estela! Como eu não percebi a cobra que você era? Sempre me envolvendo, destilando o seu veneno. Me pôs contra a minha própria família...
— Athos, eu te amava... e-eu te amo! — Tomado pela fúria dentro de mim a alcanço com dois passos largos e firmes, seguro com força no seu pescoço e a faço impactar-se violentamente contra uma parede de vidro. Em busca do ar, Estela me encara assustada e segura firme no meu pulso tentando livrar-se do meu aperto.
— Eu já sei de tudo, Estela. Do seu amante, do golpe, da sua traição. Você recebeu uma boa quantia para sair da minha vida, então por que voltou, caralho?!
— Athos! — Ela suplica quase sem voz e logo sinto as suas unhas se enfiarem na minha carne. Contudo, a ardência não é capaz de aplacar o ódio que eu sinto por ela agora.
— Você quer saber o que eu senti um dia por você? Obsessão. Você me deixou obcecado, dependente do seu veneno. Nunca amor, Estela. Eu nunca te amei de verdade e você não faz ideia do quanto é bom ter a certeza disso agora! Portanto, volte para o inferno de onde você saiu, Estela Constantine, esqueça do meu nome e não volte a me ligar nunca mais, entendeu? — O seu rosto apresenta um tom vermelho surpreendente e só quando ela para de lutar por sua vida, resolvo soltá-la. Sem forças, estela cai de joelhos aos meus pés e luta pelo ar nos seus pulmões.
