Athos Mazza é o CEO das empresas Mazza de advocacia. Jovem, bonito e multimilionário, porém, ele tem um coração gelado e não se importa de machucar as pessoas quando se trata de falar a verdade. Com um passado conturbado e dolorido, ele evita a todo...
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Olívia
— Você está bem? — Athos pergunta baixinho segurando na minha mão assim que o carro para em frente a minha antiga casa. Os olhares antes acusadores e curiosos parecem pasmos agora. É como se toda a vizinhança desse barro tivesse sido atraída apenas para me assistir sair desse veículo. E eu entendo. Todos aqui esperavam pela minha derrota, que eu voltasse para casa me rastejando e implorando perdão dos meus pais, mas não foi isso que aconteceu. Pisar no solo de concreto com os meus saltos altos e exibir uma postura tão elegante quanto as roupas que estou usando agora causou um burburinho entre eles. Contudo, respiro fundo e olho para a fachada da casa buscando coragem para entrar lá. — Quer que eu entre com você? — Ele indaga, mas eu só consigo fazer um sim com a cabeça à medida que os meus dedos apertam a sua mão.
Foi tão fácil da outra vez. Penso. Havia um misto de raiva e de ansiedade movendo toda a adrenalina dentro de mim, mas agora sinto que estou sufocando só de pensar em pisar lá dentro de novo.
— Mãe! — Kim fala com comoção abraçando-a fortemente assim que a porta se abre, enquanto apenas assisto o gesto de carinho entre as duas.
— Que bom que você está bem, filha! — O abraço parece demorar uma eternidade e depois, é a vez da tia Ju.
— Como você está, Adele?
— Eu estou bem.
— E o meu irmão?
— Está na sala. — Por fim, ela olha de mim para Athos. Entretanto, não consigo me mexer do meu lugar. A verdade é que estou arrependida. Eu não deveria ter vindo. — Ollie! — Mamãe sussurra docemente e por algum motivo sinto o meu coração se endurecer.
— Senhora Martin! — respondo com secura na voz e a vejo pressionar os lábios por isso. Ela força um sorriso de boca fechada e abre passagem.
— Entrem por favor!
Deferente da última vez que entrei nesse lugar as lembranças me inundaram. Poucos momentos de felicidade e muitos de intensas correções. Alguns momentos de lágrimas doloridas e outros de raiva, ou determinação, mas foram os poucos segundos de sonhos que me fizeram suspirar.
— Papai! — Kimberly corre ansiosa para os seus braços, mas os olhos abatidos do Senhor Gideão Martin estão fixos em mim. Contudo, há algo diferente neles. — Como você está? — Ela pergunta se afastando um pouco dele.
— Eu estou bem, filha, a sua mãe que é uma exagerada! Olá, Julian! — Ele diz direcionando o seu olhar para a minha tia que está em pé do nosso lado.
— Oi, irmão, estou vendo que continua ranzinza como sempre. — Tia Ju sorri, mas o seu sorriso não alcança os seus olhos.
— Eu vou servir um café pra vocês. — Mamãe fala saindo da sala. Sim, ela parece sem jeito.
— E você, filha? — Sinto o meu coração disparar quando ele me chama assim. — Como você está?
— Bem! — É tudo que consigo dizer e recebo um menear de cabeça seu.
