O Natal estava próximo. A cidade se iluminou com luzes. Todos se enterraram em jaquetas.
Arya sentia falta da mãe mais do que tudo. A última vez que ela passou o Natal com a mãe foi há dois anos. Ela mal podia esperar para fazer isso de novo.
Arya olhou para o tempo da manhã enquanto se sentava junto à janela com roupas quentes.
"Eu fiz chocolate quente para você." Jimin carregou duas canecas e entregou uma para ela. Arya ofereceu-lhe um sorriso gratificante.
"Você cuida de mim mais do que eu mesmo." Ela disse tomando um gole da bebida.
"Bem, alguém tem que fazer isso. Mesmo que você seja um adulto crescido, às vezes você é pior do que uma criança." Jimin reclamou, tomando um gole, quando o telefone de Arya tocou ao lado dela. Um número desconhecido apareceu na tela e ela atendeu.
"Olá?"
"Estou falando com a senhorita Arya?" Perguntou um tom feminino.
"Sim."
"Estou ligando do hospital St. Patrick. É sobre sua mãe. Ela sofreu um acidente." Seus dedos perderam o controle da caneca e ela quebrou, derramando o chocolate quente por todo o chão.
Jimin a observou preocupado, perguntando o que havia de errado, mas Arya apenas viu seus lábios se moverem. Seus sentidos estavam entorpecidos em relação a todo o resto, exceto às palavras ao telefone. Eles continuaram reiterando em sua mente até que ela começou a compreender e seu coração caiu.
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O cheiro do hospital a repelia. Sentada nas cadeiras do lado de fora da UTI, ela invejou as pessoas se recuperando e recebendo alta.
Quando Arya perdeu o pai, ela era jovem, mas tinha idade suficiente para saber o que significava a morte. O pai dela levou uma parte dela quando foi embora.
Ao ver o corpo quase sem vida de sua mãe preso a fios, ela temeu que seria a última vez que a veria. Isso a colocou no limite. Sua mãe era sua única família. Se ela também tivesse partido, Arya seria órfã.
Ela estava de volta naquele lugar novamente. Jimin também estava lá. Assim que ela recebeu a ligação, ele reservou passagens aéreas para os dois porque sabia que não poderia confiar nela sozinha.
"Arya, o médico quer falar com você." A voz de Jimin a fez olhar para cima. Ela se levantou da cadeira, nervosamente. Jimin procurou confortá-la sempre que ela estava deprimida, mas ele não fez tal coisa naquele momento. Nada poderia jamais tire sua agonia.
Com o coração na mão, Arya caminhou em direção à cabine do médico. Ela se preparou para as piores notícias. Mesmo assim, não doeu menos ouvir essas palavras.
"Sinto muito, senhorita Arya. Não há muito que possamos fazer. Sua mãe tem muito pouco tempo de vida."
Por que isso estava acontecendo com ela? Por que parecia que todas as coisas mais tristes lhe ocorreram? Talvez ela precisasse começar a questionar o destino por ser injusto, ou talvez esse sempre tivesse sido o seu destino.
Certa vez, alguém lhe disse que o amor consistia em resistir nos momentos mais difíceis. Se eles se soltaram, então não amaram o suficiente.
"Você estava errada, mãe." Arya sussurrou, segurando a mão da mãe.
"Isso não é amor. Se fosse, você não me deixaria aqui sozinha." Um gemido saiu de seus lábios enquanto lágrimas nublavam seus olhos.
Através da sua visão turva, Arya viu os olhos da mãe abrirem-se ligeiramente. Ela semicerrou os olhos por um segundo antes de seu rosto se suavizar ao ver sua filha.
Seu corpo apresentava hematomas, salpicados de bandagens brancas. Uma máscara de oxigênio foi colocada sobre sua boca, impedindo-a de pronunciar uma palavra, mas seus olhos foram suficientes para conversar com a filha.
A expressão agradável em seu rosto era mais evidente do que nunca. Mesmo em seu leito de morte, ela tentou sorrir.
"Eu te amo mãe." Arya sussurrou, apertando a palma da mão da mãe. "Não me deixe."
O monitor cardíaco que apitava consistentemente até então começou a oscilar. Os olhos de Arya se arregalaram, percebendo o tempo limitado que ela tinha com a mãe.
"Mãe, não! Não me deixe, por favor! Ficar comigo!"
Seus gritos foram em vão. Um braço a manteve no lugar enquanto seus olhos observavam a linha ficar plana. O som de um bipe longo e arrepiante encheu o ar. Um minuto foi o suficiente para uma vida acabar.
Os olhos de sua mãe ainda estavam abertos, seus lábios exibiam um sorriso. Foi como se um balde de água fria caísse sobre ela quando a compreensão a atingiu como uma tonelada de tijolos.
Sua mãe não existia mais. O último membro de sua família morreu. Os joelhos de Arya enfraqueceram quando ela caiu no chão.
Arya teve uma vaga visão de pessoas com jalecos brancos correndo em direção ao corpo imóvel de sua mãe. Ela testemunhou seus esforços fracassados para recuperar o batimento cardíaco.
Sua mãe havia partido. Era a hora dela ir. Foi tão brutal, mas a morte era inevitável.
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Don't Forget | Kim Taehyung ✓
FanficTodos a aconselharam a ir embora. Ele disse que nunca teria uma mudança de coração e que ele nunca a aceitaria como sua esposa. Eles estavam certos. Arya pode nunca ocupar um lugar significativo nela coração do marido, mas ela ficou por dois anos e...