Don't Forget | Kim Taehyung ✓

vinte e três

"Papai me disse que você estava em uma viagem de negócios. Como foi?" Arya tentou puxar conversa enquanto ambos caminhavam no silêncio do quintal.

"Assinei um acordo com algumas empresas. Tive que abreviar para vir para cá."

"Desculpe." Arya sussurrou.

"Não fique." Taehyung sussurrou de volta, instantaneamente. "Mesmo se eu estivesse lá, minha mente ficaria correndo por aqui"

Ele se virou para olhar para Arya. Ela estava olhando para frente. Breeze jogou os longos cabelos para trás, dando-lhe uma visão irrestrita de seu rosto.

Seu coração insistia em persegui-la quando ela partisse, mas sua consciência lhe dizia que ela estaria melhor sem ele. Agora, ele estava reconsiderando suas decisões. Se ele tivesse seguido seu coração, talvez, apenas talvez, a mãe dela ainda estivesse viva e ela não estaria tão quebrada.

"Não tenho certeza se é o momento certo para discutir com você," Taehyung começou, "Temo que poderia colocá-lo em perigo se esperasse mais."

Arya franziu a testa.

"A morte da sua mãe... pode não ser um acidente."

"O que você quer dizer?"

"Mandei meu detetive particular investigar isso. Segundo relatos, nenhum caminhão foi autorizado a entrar naquela área nos últimos três anos. O caminhão que atingiu sua mãe não foi encontrado em nenhum lugar dos registros."

Arya abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu.

"Ela brigou com alguém?"

"Não tão longe quanto o que sei. Ela era uma mulher gentil. Por que alguém iria querer matá-la?" Sua respiração ficou superficial. Taehyung rapidamente se aproximou dela e esfregou seus braços.

"Ei, ei. Calma. Não temos certeza. É apenas uma conclusão. Ainda há muitos fatos que precisam ser verificados."

Arya balançou a cabeça, enxugando as lágrimas.

"E se ela foi realmente assassinada?"

Sua mão viajou até sua bochecha antes de começar a acariciar sua pele macia. Ela parecia quebrada. Seus olhos estavam opacos, a pele parecia pálida. Taehyung nunca a tinha visto daquele jeito. Sua fachada forte estava desaparecendo e Taehyung se sentiu impotente.

"Se for esse o caso, descobriremos quem está por trás disso. Até então, você precisa estar segura."

Arya ficou quieta enquanto olhava para as próprias mãos. Por que tudo estava desabando sobre ela? Quão difícil foi para ela ser feliz por um curto período?

Taehyung podia sentir sua angústia. Quando ele se aproximou dela, ele colocou a mão em volta do ombro dela para confortá-la. Era o mínimo que ele poderia fazer. Arya apoiou-se nos seus braços.

"Obrigado por me contar, Taehyung." Ela sussurrou, antes de se inclinar para o calor dele. Minutos depois, seu corpo ficou pesado. Taehyung olhou para baixo e a viu dormindo profundamente. Ele colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha e suspirou.

Uma vez seu estranho, depois seu amigo, depois seu marido, antes que ele quebrasse tudo e os trouxesse de volta à estaca zero. Ele não sabia onde estava na vida dela. Uma coisa era certa. Um amigo era tudo o que ele poderia ser para ela, pois tinha uma noiva e uma criança esperando que ele voltasse para casa.

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"Jimin, você não precisa ficar comigo, aqui. Eu ficarei bem sozinho." Arya discutiu com Jimin, que insistiu em ficar.

"Eu não confio em você." Ele disse cruzando as mãos, sentando no sofá. Arya caiu ao lado dele.

"Eu não sou criança e você tem uma exposição de arte na próxima semana. Você não deveria perder." Jimin pareceu contemplar e suspirou.

"Quando você pretende voltar?"

"Não sei. Quero ficar aqui. Posso tirar uma folga do trabalho por um tempo."

"Ainda estou preocupado, Arya."

"Não há absolutamente nenhuma necessidade. Se eu precisar de alguma coisa, papai está aqui. Você o viu. Ele me trata como sua própria filha. Eu vou ficar bem."

Seus lábios retos lentamente se curvaram em um sorriso malicioso.

"Agora entendi. Você quer ficar aqui para poder lidar com Taehyung." Arya revirou os olhos enquanto seus ombros caíam.

"Não negue. Você adormeceu nos braços dele ontem à noite e ele carregou você para o seu quarto. Quão romântico é isso!"

Arya suspirou com suas travessuras dramáticas.

"Nós nem conversamos direito ontem à noite." Ela exasperou-se, lembrando-se do que ele disse. Ela manteria essa informação para si mesma. Ela não queria preocupar Jimin ainda mais.

"Talvez você devesse reconsiderar seus sentimentos. Oito meses se passaram. Você o viu novamente. O que seu coração diz?"

O que o coração dela disse? Ela odiava como era revigorante vê-lo novamente, como se ela estivesse ansiosa por isso inconscientemente. Tudo estava emaranhado e ela não tinha energia para desembaraçá-los. Ela deixaria o destino seguir seu curso. Aonde quer que isso levasse, era onde ela deveria estar.

Jimin partiu dois dias depois, após muita persuasão de Arya. Ela o mandou embora no aeroporto no caminho de volta para casa e passou para comprar decorações de Natal. Sua mãe queria fazer isso com ela. Ela faria isso sozinha.

Quando Arya voltou para casa, já estava escuro. Ela pagou o táxi e destrancou a porta da frente. Largando tudo na sala, ela subiu até onde ficava o quarto da mãe. Era onde ela estava dormindo. Os lençóis cheiravam ao perfume da mãe. Isso lhe trouxe conforto.

Arya despertou do sono quando ouviu vidro quebrando no meio da noite. Ela olhou em volta e descobriu que a janela do quarto de sua mãe estava quebrada. Perto dela, no chão, havia um papel amassado.

Arya pegou-o cautelosamente com as mãos trêmulas. Ela espiou pela janela e encontrou as ruas completamente vazias.

O papel estava enrolado em uma pedra. Continha uma mensagem.

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