Capítulo 4

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4. Dor linfática

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"Você quer continuar conversando com Draco?" Ron sussurrou no ouvido de Harry, não dando a mínima para ser pego porque a Professora Sprout estava distraída ensinando o resto da aula. E essa também não era a aula de Snape: o trio inteiro nunca quis ficar longe de problemas.

"Sim," Harry murmurou de volta, olhando para a planta à sua frente com grande cautela. Ele não conseguia tirar da cabeça o que aconteceu no banheiro alguns dias atrás. Ele sentia seu rosto ficar vermelho e quente sempre que se lembrava disso, e seus sonhos continuavam sendo atormentados por Draco pressionando-o contra ele, ou fazendo algo embaraçoso enquanto ele dormia. Harry não poderia dizer que não gostou nem desgostou. Teria gostado mais dos sonhos se não pensasse constantemente nisso.

Ron ficou em silêncio por um momento, mas talvez fosse porque ele estava lutando com seu lugar, e tendo suas tentativas infrutíferas, ele rosnou uma maldição e puxou a mão para trás, esfregando-a. "O que aconteceu entre você e Cho então? Você não gosta mais dela?

"Quero dizer..." Harry plantou os pés no chão com firmeza. "Nós desmoronamos, não foi? Não era uma coisa que seria séria. Ela queria se relacionar comigo sobre a morte de Cedric, ela não gostava de mim."

"...Eu não sabia que você gostava de Draco, mas se é isso que vai te fazer feliz, vá em frente," Ron estava todo resmungando agora.

Harry encolheu os ombros. Ele não diria que Draco o fazia feliz porque isso estava longe de ser o caso. Draco ainda era um idiota, mas estaria mentindo se dissesse que Draco não o intrigava - mesmo com aquele sorriso malicioso e todas as coisas desagradáveis ​​que ele disse, Harry não estava interessado nele.

Mas isso não significava que ele gostasse dele, não é? Ele estava experimentando com Draco e mexendo com ele como Draco estava fazendo com ele.

"Sim, ele é um idiota," Harry bufou finalmente. Ele voltou a tentar arrancar a planta do vaso e logo descobriu que seus dedos não apreciavam o esforço.

Hermione estava perto deles e ainda assim ela não havia dito nada sobre o assunto, como se estivesse determinada a não fazer parte da conversa.

Mas Harry não se importou. Ele preferiria assim porque ele próprio não tinha certeza de seus sentimentos e Hermione só havia feito as pazes com Ron recentemente. Pode ser porque ela não estava dizendo nada. Afinal, eles estavam apenas se reunindo e estavam nervosos para conversar com Ron.

"Espere, Ron," Harry prolongou suas palavras, mas se interrompeu quando a Professora Sprout se aproximou e olhou por cima de seus ombros. Harry fingiu saber o que estava fazendo e assim que a Professora Sprout se afastou, ele continuou: "O que aconteceu com você e Hermione na festa? Eu não vi você aí.

Como esperado, as orelhas de Ron imediatamente ficaram vermelhas. "Uh... nós fomos," ele disse em voz muito baixa e Hermione deixou cair algo que se quebrou. Corando, ela conseguiu consertar a panela porque havia aprendido a fazer feitiços baixinho, sem palavras.

"Mas não vimos você e Draco lá. O que há com isso?

"Saímos mais cedo", disse Harry sem entusiasmo, o que era mentira. "Pedi para ele ir comigo para evitar Romilda." Ele não teve vontade de explicar para onde eles tinham ido, pois sentia que a informação se enquadrava na categoria de "segredos para levar para o túmulo" e confidencial.

"Mas você ainda quer falar com ele?" Ron conseguiu sorrir com o absurdo de Harry.

"Eu acho", Harry murmurou. Ele não sabia por que tinha feito isso. "É melhor do que lidar com o sarcasmo habitual de Draco, não é? Quando estou de olho nele sem Crabbe ou Goyle por perto, ele fica melhor."

Paellicio [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora