E cá estamos nós de volta. Boa leitura!
Há dois anos, Victoria mudou de escola e devido a pandemia, suas aulas eram remotas. Na época, com dezesseis anos, conheceu Elisa, sua professora de português. À primeira vista, achou a loira dos olhos verdes muito linda, o que acabou despertando sentimentos que ficaram guardados por um tempo.
No ano de 2022, quando as aulas presenciais voltaram, Victoria finalmente pôde ver Elisa pessoalmente, ficando decepcionada apenas por não a ter como professora, mas isso não a impedia de vê-la pela escola ou até mesmo da sala de aula, quando Elisa passava em frente à porta. Em alguns momentos, seus olhares se encontravam e não passava disso. Sem sentimentos. Apenas uma professora e uma aluna se encontrando visualmente e sentindo a familiaridade por já se conhecerem. Isso da parte de Elisa. Porque Victoria sentia seu coração em descompasso prestes a saltar para fora do peito, e a decepção chegava segundos depois, quando a professora já não estava mais à vista.
Não achava possível acontecer algo entre elas devido as inúmeras barreiras que as impediam. Uma delas é que em sua cabeça, não tinha chances de ser recíproco; além de ser eticamente errado; a professora ser casada e o fato de que ela poderia perder o emprego por isso. Mas claro, hipoteticamente falando. Para isso tudo acontecer, primeiro um sentimento precisaria crescer no peito de Elisa.
Todas as vezes em que ambas passavam uma do lado da outra seja em intervalo ou em uma saída para beber água, a cara de deboche que Elisa fazia para Victoria despertava ódio além de admiração, mas Victoria sempre relevava. Sabia que por algum motivo a professora era debochada com ela, só não sabia o porquê.
No ano de 2023, tudo mudou. Victoria passou a ter seis aulas em uma semana com Elisa e talvez fosse o universo tentando juntá-las, mas como nada é perfeito, Victoria sentia menos vontade de ir para a escola de segunda e quarta, os dias em que a professora não dava aula... Ao menos, não de manhã. Então a enchia de mensagens no Instagram por pura saudades. Raramente a encontrava na saída de segunda, pois como nada é perfeito, Elisa sempre chegava atrasada.
—Te pego às 13h. Boa aula. –O pai de Victoria para o carro em frente à escola. Ela assente e sai em seguida.
Victoria seguiu para dentro da escola e procurou Júlia, mas não a viu. Só viu uma pessoa melhor que ela, parada conversando com a diretora. Ela estava com a mochila apoiada no ombro esquerdo rindo sobre alguma coisa que Victoria não saberia. Seus braços estavam cruzados enquanto ela escutava atentamente a mulher à sua frente.
Elisa parecia sentir que alguém a estava observando, então ela desvia o olhar da diretora e percorre por alguns alunos, até chegar em Victoria. Ambas se cumprimentam de longe e Elisa passa a mão nos longos cabelos loiros, escovando-o entre os dedos e olhando novamente para a mulher que continuava falando.
Sem pensar muito, Victoria caminha em sua direção. A professora novamente olha para ela, e a diretora para de falar notando a presença atrás.
—Bom, depois a gente conversa mais porque eu tenho coisas para fazer –Ela ri. —Foi bom conversar com você. Bom dia, Victoria.
Elisa e Victoria assentem com um sorriso.
—Atrapalhei?
—Na verdade, você me tirou de uma conversa que estava durando mais do que o esperado –A professora sorri. Ah, aquele sorriso, aqueles olhos verdes. Parecia que a cada dia que passava a professora ficava mais linda e os sentimentos de Victoria aumentavam.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pô(ética) - Professora e Aluna.
RomanceVictoria é uma garota de dezoito anos que em seu primeiro dia de aula há 2 anos atrás em plena pandemia, se encontrou caída pela professora de português, Elisa. Um romance eticamente errado, mas Victória tenta ao máximo conquistar sua professora cas...