Capítulo final: "Eu vou estar sempre ao seu lado."

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O viajante estava louco pela floresta junto com seus colegas da Guilda procurando por Paimon por todos os locais, nem mesmo no seu restaurante favorito estava. Todos os locais que eram possíveis não tinham nem mesmo o seu rastro, o que fez até Diluc oferecer sua ajuda para a procura. A cada hora que passava o desespero aumentava, era como uma caixinha de música sem música, aquela pestinha era sua única amiga de verdade que tinha naquele mundo e nada poderia tirá-la de seu lado.

Aether ainda tinha esperanças de que gritar seu nome adiantaria e que ouviria Paimon vindo com uma sacola cheia de frutas do pôr do sol dizendo que queria fazer uma surpresa, sua mente não queria aceitar que tinha sumido daquela forma, a sua ficha parecia não ter caído ainda. Enquanto ainda continuava gritando pelo seu nome, os seus amigos se aproximavam na tentativa de acalmá-lo, mas era quase impossível.

"Aether, você precisa manter a sua calma." _ Diluc colocou a mão em seu ombro que logo foi retirada com ignorância pelo loiro que estava estressado, mas antes que respondesse, algo chamou sua atenção.

No chão tinha sangue e ao lado era a sua espada. Seu coração começou a acelerar cada vez mais como uma bomba prestes a explodir, seus sentimentos estavam aflorados demais e ninguém poderia parar aquele viajante.

O grupo seguiu os rastros abissais que emanava por ali torcendo que nada tivesse acontecido com a pequena Paimon, mas seus pensamentos pareciam não trazer muita coisa boa.

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A cabeça de Paimon doía, era como se tivesse levado um porrete em sua testa e que tinha quebrado seu crânio, mas apenas tinha um machucado.

O local era escuro e frio, era pior que a Espinha do Dragão pois não tinha ninguém ali, apenas presença e seu reflexo no chão que tinha uma água que parecia pura, era como a do rio aonde sentiu que morreria sem ar até que um gancho de uma vara de pesca a puxou para cima sentindo a esperança de viver novamente.

"Paimon..."

A garota quando ouviu essa voz do além acabou levantando um pouco a cabeça enquanto chorava, aparentemente tinha desistido e pensava que aquele seria seu fim.

"Você fez isso para qual propósito?"

"E-Eu...Eu queria ser forte que nem o Aether..." _ A garota se encolheu um pouco abraçando as próprias pernas enquanto observava seu reflexo na água. "Sempre que tento fazer algo acabo atrapalhando...Paimon queria ter nascido forte."

O silêncio prevaleceu por alguns minutos até que uma figura feminina se sentou atrás de Paimon não se revelando em meio aquela escuridão daquele lugar que parecia um tipo de purgatório, a água fria para si era como um chão fervente que trazia o reflexo de todos os seus defeitos e falhas para que visse que não adiantava continuar tentando fazer com que os outros lhe respeitasse. A pessoa suspirou e logo olhou para cima observando a escuridão.

"Nem todos precisam ter as mesmas qualidades..."

A figura feminina se ajeitou ficando ao lado de Paimon que não conseguia enxergar em meio aquele escuro, apenas dava para ser visto seu vestido branco belo com detalhes dourados.

"Você tenta mostrar seu valor por causa das pessoas ou porque tem medo de Aether te deixar quando achar a irmã?"

Aquela pergunta fez Paimon levantar a cabeça olhando o nada, seus medos eram algo que quase não dizia, nem mesmo para seu amigo que lhe acompanhava. Aquela figura feminina estava em certa maneira certa, Paimon nunca conseguiria viver sozinha, poderia ter talento em fazer algumas coisas, mas em outras falhava miserável e suas manias nunca seriam entendidas pelas pessoas, apenas o Aether entenderia.

"Eu não quero que ele me deixe...ele é tudo que eu tenho..." _ A pequenina escondeu seu rosto entre suas mãos começando a chorar mais, não conseguia sair de sua cabeça a imagem de Aether indo embora a deixando para trás ignorando tudo que tinham vivenciado juntos em suas aventuras. Paimon queria poder ver os dois gêmeos juntos vivendo em Teyvat e aproveitando o tempo que poderiam ter juntos vivenciando até coisas novas que poderiam surgir futuramente.

A mulher de vestido branco sorriu fazendo um pequeno carinho em sua cabeça enquanto a olhava com ternura, parecia compreender o seu medo e parecia não julgar, afinal, era comum. O medo da solidão poderia transformar as pessoas em outra em um piscar de olhos.

"Sabe... você não precisa ter muito esse medo. Você é tudo que ele tem e ele é tudo que você tem. Não consigo pensar em ele te deixando para trás depois das várias aventuras que vocês passaram e passam."

Sua fala tranquilizou um pouco Paimon que a olhou tendo uma lembrança de repente, aquela voz era semelhante a de alguém que tinha visto já faz algum tempo.

"Acorde Paimon...diga ao meu irmão que..."

Antes que a voz completasse a sua frase, Paimon abriu os olhos sentindo alguém a segurando no colo enquanto chorava de felicidade, aquela luz ardeu um pouco seus olhos trazendo um pouco da dor de cabeça. Assim que olhou para saber quem era, viu que era seu melhor amigo que estava sorrindo enquanto ainda deixava as lágrimas rolarem pelo seu rosto.

"Paimon...o que você foi fazer naquela floresta com minha espada...?" _ O loiro limpou o próprio rosto abraçando a pequenina de forma firme fazendo Barbara e o pequenos grupo que estava ali sorrir ao ver a cena. A garotinha começou a chorar abraçando de volta, esquecendo completamente do "sonho" que tinha tido, o que enchia seu coração agora era de felicidade por estar viva e ao lado da pessoa que era como seu irmão.

"Pensei que poderia mostrar que tinha coragem...que era forte que nem você...estava com medo de você deixar Paimon..." _ A pequenina continuou a chorar até sentir as mãos do loiro enxugar suas lágrimas sorrindo largamente olhando diretamente em seus olhos demonstrando sua confiança no que iria dizer.

"Paimon, por mais que você faça muitas coisas que me deixe estressado, que gaste meu dinheiro inteiro por causa da sua gula e por causa de seu desejo por besteiras, Eu vou sempre estar ao seu lado, não importa o que aconteça."

O loiro sorriu enquanto os seus amigos se aproximavam para fazer um abraço em grupo para reconfortar a garota que sorria se sentindo mais acolhida esquecendo os comentários maldosos que lhe afetaram tanto.

Paimon aprendeu que não precisava ser algo que os outros queriam, se todos fossem iguais o mundo não teria graça então por isso que existiam pessoas de diferentes raças e jeitos.

Dois amigos que era quase impossível de se separarem por causa da opinião alheia, uma amizade forte que duraria por milênios mesmo com suas dificuldades.

Enquanto todos comemoravam a recuperação de Paimon, uma garota de cabelos loiros observava tudo na janela sorrindo feliz pelo progresso de Paimon e do Viajante.

"Parabéns, Paimon..."

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✧⁠*⁠Fim.*⁠.⁠✧



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