No dia seguinte as coisas estavam bem normais, o que era mais estranho ainda. Em nenhum lugar as pessoas mencionavam o que tinha acontecido, ninguém abria o bico para falar sobre. Eu voltei pro trabalho como de costume e o sr meia noite continuou me acompanhando, eu passaria uns dias na minha avó por conta disso que aconteceu. Assim que chego no trabalho, o cachorro faz a mesma coisa de sempre, se deita no chão e olha por céu, como se estivesse procurando alguem. Eu volto a fazer meu trabalho até que ouço a porta ser aberta, uma senhorinha coreana com uma bengala em mão, entra no local. O cão parece reconhecer ela de algum lugar, já que o mesmo começa a dar pulinhos
— Posso ajudar a senhora com alguma coisa?
— Você viu o demon?, Combinamos de tomar um café só que ele sumiu. Ah você é o Dylan, filho daquela mulher
— Desculpa senhora mas quem é demon?, Sim eu sou o Dylan mas não sei a que mulher a senhora se refere
— Damon, sabe o Damon?, O Damon!. Ele é alto tem 1,90. Usa capa de futebol, o Damon sabe o Damon?
— Não senhora, não sei quem é Damon
— Ah, esquece que você é filho daquela mulher
— A senhora tá me confundindo com alguém
— Demon, ele vem aqui todo santo dia. Toma café preto, preto, preto. Que nem você
Eu olho minha cor, olho pra ela e ela tira os olhos
— Ah, você é banco. É que eu sou chegada num negão, é que eu casei com um negão lindo em 1895. E meu segundo marido foi em 1900, meu terceiro marido foi de 1910.
Vejo ela arrumar os óculos e a sua bengala
— Desculpe, é tanto marido que eu já perde as contas
— Minha nossa senhora, a senhora é bem vivida. Haja energia
— O Demon é minha cara, nunca viu ele não?. Ele vem aqui e conversa com você todo dia
Ele vem aqui todo dia?, Pera, café preto, cara meio alto. Ela tá falando do moço misterioso, então o nome dele é Demon...
— Okay agora eu sei quem é demon, não vejo ele a alguns dias senhora
Ela senta na cadeira e se ajeita
— Então cachorrinho, vocês brigaram não brigaram ?
A mulher faz a pergunta e eu olho pro cão deitado no chão
— Então Dylan, você tá cuidando bem do meu filho?. Tá dando muita águinha ,muito cházinho?
— Minha senhora, ele só bebe café preto. Não tenho intimidade com seu filho, ele apenas toma o café e vai embora, ele sempre parece ocupado
Vejo ela dar uma bengalada na minha canela, eu acabo gemendo de dor
— Me respeita menino, eu te peguei no colo a 100 anos. Se sua mãe soubesse disso ela te daria um puxão de orelha
— Okay já deu. Senhora me ouça com atenção por favo, não tem como você ter me segurado no colo a 100 anos pois eu não era nem nascido. Eu não tenho intimidade com seu filho, nunca cheguei a conhecer minha mãe e essa bengala dói
Vejo a mulher me encarar por um tempo, ela parecia realmente me conhecer. Mas eu não fazia ideia de quem era ela, até que a mesma se levanta, cumprimenta o cachorro e vai embora como se nada tivesse acontecido
— Povo doido
Olá leitores, o que estão achando da história?...
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Dona Morte
RomanceDylan é um jovem adulto de 25 anos, trabalha como garçom em uma cafeteria e como fotógrafo nas horas vagas. Adora animais principalmente gatos e cachorros , sempre gentil e atencioso com todos mas com um passado sombrio e doloroso. Adora ler, princi...