A caçada

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Sicília, Itália

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Desde a viagem para Siracusa, há duas semanas, Nicolo passou a evitar Pollo. O que Tayla fez foi humilhante, como se não bastasse o bastante, ele ainda estava na companhia do homem mais arrogante que ele conhecia, Pollo chegava a superar Jungkook, algo que ele acreditou que fosse inédito. Ele não conseguia recordar tudo que aconteceu depois que ele tomou a bebida batizada, suas memórias tinham lapsos temporais longos.

Pollo também não se esforçou para explicar tudo que ele fez, tampouco tentou se aproximar. Era melhor se afastar enquanto ele ainda podia, pois seu corpo traidor gostava do Consigliere arrogante, enquanto a mente de Nicolo o detestava. Interrompendo seu sono, após um dia infernal com Lorenzzo em um Drop, Nicolo teve a tarefa de acordar Jungkook e informar sobre um roubo de carga.

Perfeito, justamente o que ele precisava.

Depois de se vestir, já que o Capo sempre dormia pelado, Nicolo escovou os dentes e marchou para o quarto do primo, esquecendo, como sempre, de bater antes de abrir a porta.

— Don, você... — Nicolo, que havia aberto a porta do quarto do primo sem bater, se arrependeu no momento em que entrou no cômodo, Jungkook estava dormindo com Jimin em seus braços e não estavam exatamente vestidos. — Wow! — Exclamou, cobrindo a boca com uma das mãos.

— Você precisa aprender a bater antes de entrar no meu quarto, Nico. — Jungkook acordou atordoado. — Qual a urgência? — Perguntou, saindo da cama apenas com uma calça de moletom. Após cobrir Jimin, ele se levantou da cama e saiu do quarto e fechou a porta devagar, para não acordar o namorado.

— Roubaram nossa carga de coca e não estou de pouca coisa, meia tonelada, está bom pra você? — Comentou, Nicolo, ainda atordoado com a visão anterior. Ele sabia sobre o relacionamento, mas não imaginou que já estivessem dormindo juntos.

Surpreendendo-os, Jimin que havia saído do quarto, se posicionou entre os dois, deitando a cabeça no ombro de Don, como se fosse a coisa mais normal do mundo, ignorando o fato de estar vestindo apenas um blusão. Em uma troca de olhares rápida, Nicolo sorriu discretamente, lançando um olhar que dizia "relaxa, eu sei meu lugar e Don entendeu o recado, entretanto, ainda agarrou a cintura de Jimin ao redor dos braços, puxando-o minimamente para junto de si, suas carícias nos cabelos do menor arrancou o primeiro gemido manhoso do dia.

— Bom dia. — O loiro saudou o amigo.

— Melhor você se vestir, bebê. — Don aconselhou, acariciando suas costas com as pontas dos dedos, por cima do tecido fino da camisa.

— Estou confortável. — Respondeu bem-humorado.

— Voltando ao assunto principal, o Lore acha que O-Cobra está por trás disso. — Nicolo informou, detestando estar diante do casal meloso em sua frente. Nicolo não desejava um relacionamento tão cômodo, mas estava feliz por ver com os próprios olhos que seu primo estava cuidando realmente de Jimin.

— Ele nunca tentou entrar no nosso território, tampouco roubou nossa mercadoria. — Não fazia sentido para o líder mafioso. Quando Jimin virou-se costas para o namorado, Don apertou os dedos em volta de seus ombros.

— Eu também achei estranho, mas o Lorenzzo falou com muita certeza que ele está com nossa carga. — Comentou, escolhendo as palavras mais sutis para lidar com o assunto.

— E onde está o Lorenzzo? — Perguntou, em resposta.

— Está tentando resolver o problema de forma diplomática, como sempre, por mim já estaríamos lá e pegando o que é nosso. — Nicolo explicou, enterrando as mãos nos bolsos de sua calça jeans preta.

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