Dualidade

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Monterrey, México

Jeon estava cansado de conversas diárias com Nicolo.

Ele estava há pouco mais de um mês em Monterrey, longe do controle da maior organização criminosa da Sicília, deixando que todos os abutres que queriam derrubá-lo parasse sobre ele, mas deixar Jimin à mercê de uma ameaça de morte estava fora de cogitação.

Desde o primeiro momento, ele soube que Park se tornaria seu ponto fraco, no entanto, ele não estava insatisfeito com suas escolhas. Ele se sentia mais feliz e esperançoso desde que conheceu o loiro de sorriso radiante, falante demais para ser tolerável, mas não importava, realmente. Ele amava Jimin com todo seu coração e daria sua vida se fosse preciso, desde que Jimin ficasse livre e tivesse uma vida tranquila.

Após terminar a última videochamada com seu primo, Jungkook esticou as pernas e mexeu o pescoço para aliviar um pouco a tensão dos músculos. Ao ouvir o barulho vindo da porta, ele sorriu minimamente e seu coração se aqueceu quando viu Jimin cruzar o escritório. Seu perfume fresco e os cabelos ainda úmidos deram uma ideia do que o menor estava fazendo antes de entrar em seu lugar de trabalho. Jimin usava uma blusa larga branca de botões, uma bermuda jeans preta e sandálias confortáveis.

— O que está fazendo? — Jimin perguntou, se posicionando atrás do maior, massageando seus ombros com as pontas dos dedos.

— Só me comunicando com o Nicolo pra saber como estão as coisas em casa. — Explicou, se inclinando mais para mais contato com os dedos ágeis do namorado.

— Tudo bem? — Perguntou, beijando a lateral de seu rosto, com os braços cruzados ao redor de seu pescoço.

— Na verdade, ele acha que seria melhor que eu voltasse pra tranquilizar os Soldados. — Comentou, puxando o menor para seu colo.

— Isso é arriscado. — O loiro mastigou os lábios nervosamente. — Não quero que você vá. — Seu olhar aflito fez o coração do outro se apertar.

— Eu preciso, Bello. — Beijou sua testa, depois os lábios. — Não me olhe assim, Ragazzo mio. — Massageou suas bochechas até arrancar um meio sorriso do mais novo.

— Vou deixar você trabalhar em paz. — Ele tentou se levantar, mas foi puxado de volta para o colo do namorado.

— Você não me incomoda. — Apertou os dedos ao redor da cintura de Jimin. — Seus pais, como eles estão? — Perguntou, sem conseguir ignorar o assunto. Desde que passou a viver com os pais de Jimin, Don sentia-se culpado constantemente por levá-los para uma situação tão desconfortável e perigosa.

— Eles estão adorando a casa nova e a Daya, tratam ela como se fosse a própria neta. — Contou, sorrindo de lado.

— Ela vai ser neta dele quando nos casarmos. — Afirmou, mordiscando o queixo do namorado, descendo os lábios para sua jugular.

— Pare de me iludir com isso, eu sei que não vamos ir tão longe, por causa da sua família, ainda temos a Camorra nas nossas costas. — Jimin objetou, deixando seu ânimo cair para debaixo dos pés.

— Arrependido de namorar alguém tão complicado? — Perguntou, com um nó se formando em sua garganta.

— Não. — A resposta foi imediata. — Eu gosto de pessoas complicadas, só é cansativo ter que viver fugindo, mas eu nunca vou desistir de você. — Ele beijou Don com fervor, até que seus lábios reclamaram com um formigamento gostoso.

— Estou mais apaixonado por você a cada segundo. — Confessou, sem fôlego, os lábios se separando aos poucos do outro.

— Eu sou irresistível. — Jimin brincou, sorrindo.

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