Vincent Vega

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DIA ANTERIOR

POV Fabricio

— Não temos o que discutir, seu filho está expulso. - Diz a mulher em sua mesa se dirigindo ao meu pai sentado à sua frente, sua postura é fria e irredutível mas meu velho tenta intervir.

— Diretora Beth, com todo o respeito, você está expulsando meu filho por defender seu irmão mais novo?

— Irmã. - Eu o corrijo, recebendo uma expressão de julgamento da mulher a nossa frente.

Meu pai me lança um olhar apaziguador, como se pedisse paciência e a mesma simplesmente nos ignora expressando um certo desdém que faz meu sangue ferver.

— Senhor, nós não aceitamos nenhum tipo de violência nessa escola.

— Como pode falar isso, não está vendo que foi o meu filho quem mais se prejudicou. É só olhar pra cara dele. - Diz o mesmo e eu me assusto com seu gesto ao segurar meu rosto bruscamente, demosntrando desespero. - Olha só!

— Pai, me solta, isso dói. - Me desvencilho desconfortável pelo contato.

— Está vendo só!? Ele ainda está machucado.

— Estou vendo, mas isso foi resultado de ter começado com as agressões. - Diz a mesma fazendo meu pai se calar sem graça. Eu nunca o vi assim e odiava o fato dele estar passando por isso por minha causa.

— Me desculpe, eu me exaltei, mas será que não poderia relevar só desta vez? Fabricio está no último ano, a essa altura mudar de colégio pode prejudicar seus estudos.

— Sinto muito, essa decisão já foi tomada. O Fabricio deve continuar comparecendo até semana que vem, é mais ou menos o prazo em que iremos finalizar os papéis de transferência e avisar em qual escola terá vaga para a matrícula.

Depois de sair da diretoria após ouvir os argumentos de meu pai contra a diretora num jogo perdido, vou para a pista de skate a fim de espairecer. Penso em Anita, em como quase a beijei na quadra e automaticamente odeio Douglas por ter aparecido de repente.

Ao me sentar num banco de cimento próximo da pista, me surpreendo ao ouvir uma voz feminina se aproximando. Era Luara, irmã mais nova de Eduardo, a loira dizia sentir saudades, não entendendo o porquê de eu ter cortado contato com seu irmão, já que ele nunca se abria com a mesma.

— Luara, acho que está querendo saber demais. - Digo sem mais nem menos. Afinal, a última coisa que eu queria era iniciar uma conversa sobre o babaca do Eduardo. Eu realmente não fazia mais questão dessa amizade e se quer entendia a reaproximação repentina da loira justo agora depois de todo esse tempo, já que não era a primeira vez que nos cruzamos na pista de skate.

— Tá bom, não falo mais sobre isso. - Diz se rendendo. — Mas, então... não vai me contar sobre que houve com o seu rosto?

— Uma briga idiota. Olha, Lua foi legal te ver mas eu estou indo agora. - Digo recolhendo o skate, meu humor não estava dos melhores, então julguei ser o certo não prolongar mais essa interação que só a iria deixar mais frustrada.

A mesma se colocou ao meu lado, dizendo que também estava de saída, o que de início me pegou de surpresa já que eu pretendia ficar sozinho com meus devaneios, mas fez sentido já que o caminho de casa de ambos seguia pela segunda rua principal da cidade, então apenas assenti.

— Sabe, esses dias eu estava lembrando de uma coisa. -Diz pensativa.

— O que?

— O dia em que nos beijamos no porão de casa. - Ela ri e eu começo a lembrar.

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2023 ⏰

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Back to him - De volta aos 15Onde histórias criam vida. Descubra agora