Entre Sombras e Alianças (Fanfic Marina)

Capítulo 7 - Chamas da Determinação

Com o passar dos dias, Carina permaneceu internada no hospital, em um estado de coma profundo. Enquanto ela lutava por sua recuperação, Maya continuou a cumprir suas responsabilidades como bombeira, resgatando vidas, enfrentando incêndios e trabalhando incansavelmente para fazer a diferença. A rotina agitada do quartel servia como uma distração temporária das preocupações que pesavam em sua mente.

Maya tinha uma determinação implacável, canalizando suas emoções para sua paixão pelo trabalho. Ela acreditava no poder de salvar vidas, e cada chamado a lembrava de sua missão. No entanto, mesmo nas situações mais intensas, seu pensamento ocasionalmente voltava para Carina. Ela se perguntava sobre a mulher que havia encontrado em meio aos destroços, sobre sua história e o que a tinha levado àquele trágico acidente.

Ao final de um longo dia, quando o sol já estava se pondo e o quartel estava tranquilo, Maya tomou uma decisão incomum. Em vez de ir para casa, ela dirigiu-se ao hospital, onde Carina continuava a lutar pelo seu retorno à consciência. Ela sabia que a mulher estava em coma, que não poderia ouvir suas palavras, mas isso não a impediu.

Maya entrou no quarto de Carina, o ambiente silencioso e sereno contrastando com a agitação do seu dia. Ela olhou para a figura imóvel na cama, sentindo uma conexão inexplicável com a mulher que mal conhecia. Com um suspiro, ela se sentou ao lado da cama e começou a falar, como se Carina pudesse ouvi-la.

"Hoje foi um dia agitado no quartel. Tivemos alguns chamados difíceis, mas conseguimos salvar algumas vidas. Você ficaria orgulhosa da equipe. Acho que você ficaria impressionada com a coragem de todos, com a dedicação que mostram todos os dias."

Maya continuou a falar, compartilhando detalhes sobre os resgates, as situações que enfrentaram e as emoções que permeavam cada ação. Ela falou sobre suas esperanças, seus medos e o compromisso que tinha com a profissão.

"Enquanto estávamos todos ocupados com as tarefas diárias, algo incrível aconteceu. Uma mulher grávida entrou em trabalho de parto bem ali, no meio do quartel. Foi um daqueles momentos em que a vida nos lembra como é imprevisível e emocionante."

"Eu me lembro de como todos entraram em ação imediatamente. Estávamos todos correndo, fazendo o que podíamos para ajudar. Lembro-me do rosto da mulher, mistura de medo e empolgação. Ela estava prestes a trazer uma nova vida ao mundo, e todos nós sabíamos que tínhamos que fazer o nosso melhor."

"O quartel estava cheio de atividade, mas também estava cheio de solidariedade. Todos nós trabalhamos juntos, nos apoiando, garantindo que a mulher se sentisse segura. Lembro-me de pensar que estava testemunhando algo tão incrível, algo que me lembrava da preciosidade da vida."

"E então, finalmente, aconteceu. O choro do bebê encheu o ar, e todos nós sabíamos que tínhamos feito parte daquele momento especial. Foi uma sensação indescritível, ver a mãe segurando o bebê nos braços, todo aquele amor e alegria se misturando."

"Enquanto eu olhava para aquela cena, senti-me grata por fazer parte daquilo. E pensei em você, Carina. É engraçado como os momentos mais inesperados podem nos fazer lembrar das conexões invisíveis que temos."

Era uma conversa unilateral, uma maneira de se conectar com Carina de alguma forma, mesmo que ela não pudesse responder.

"Eu sei que você não pode ouvir, mas talvez em algum lugar, de alguma forma, você saiba que estou aqui," Maya disse suavemente, tocando de leve a mão de Carina.

Com um sorriso suave, Maya encerrou suas palavras. Ela olhou para o horizonte, pensativa, como se estivesse refletindo sobre a jornada que estava trilhando. O quarto permaneceu em silêncio, a única resposta sendo o monitor que indicava os sinais vitais de Carina. Maya continuou a falar, compartilhando histórias e reflexões, como se estivesse conversando com uma amiga próxima. Ela estava consciente da improbabilidade de que Carina pudesse ouvir, mas algo dentro dela a impulsionava a compartilhar.