𝟓. 𝐈'𝐦 𝐇𝐮𝐦𝐚𝐧, 𝐀𝐜𝐭𝐮𝐚𝐥𝐥𝐲. ✩

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"This love is goodThis love is badThis love is alive back from the dead, oh, oh, ohThese hands had to let it go free, andThis love came back to me, oh, oh, oh

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"This love is good
This love is bad
This love is alive back from the dead, oh, oh, oh
These hands had to let it go free, and
This love came back to me, oh, oh, oh..."

~ This Love, Taylor Swift

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As horas passavam rápido, da mesma forma que Boruto e eu conversávamos através do celular. Na escola, o temperamento de Boruto é hostil e impiedoso. Fora dela, é calmo e sossegado. Entendo que sua revolta com a Elite seja por conta dos smartphones e a forma que a sociedade vive de forma elitista e superficial mas acredito que não seria necessário ele tratar todos aqueles que concordam com os chips de forma audaciosa 

Os toques eram tão mínimos que passavam despercebidos pelos olhos públicos. Os dedinhos entrelaçados, as trocas de olhares suaves. Tudo isso em meio a conversa que estávamos tendo, e o tópico atual era sobre nossas famílias

- O meu pai é o tipo de homem que late, mas não morde - falei - Ele é exigente, tem seus traços protetores mas no fundo ele é um bom homem. Ele é incrível. Mesmo que as vezes eu acabe me sentindo tensa perto dele

- Porque tensa?

- Não sei, parece que não consigo relaxar perto dele. Pelo fato dele ser um general com suas exigências, as vezes acho que vou ser punida por cada pequeno centímetro de erro que eu cometer nesta vida. Eu não sei, eu o amo tanto mas nossa relação é complicada - suspirei - É como se eu não pudesse mostrar fraquezas ou imperfeições. Mas ao mesmo tempo eu o amo tanto que se eu ficasse longe dele eu sinto que posso quebrar

- Já tentou dizer como se sente pra ele?

- Não... - olhei para baixo - Eu não quero que ele me ache fraca ou coisa de menininha besta. E acho que mesmo se eu dissesse, talvez ele não entenderia.

- E a sua mãe?

- Minha mãe é legal e consigo falar algumas coisas com ela. Mas o medo dela acabar contando qualquer coisinha pro meu pai é maior do que a confiança que tenho nela

- Você pelo menos tem uma relação instável com seu pai. Não é perfeita, mas ao menos você tem uma. O meu pai não se importa muito com a minha família, e ele é a pessoa mais fingida que eu conheço. Ele se faz de bonzinho e diz que quer ajudar as pessoas sendo que ele prende todo mundo nessa merda de mundo tecnológico onde o amor não existe, os toques são restritos, as emoções controladas, a rotina. A mídia só mostra o lado "admirável" de Naruto Uzumaki, mas quem mora e convive com ele sabe de quem ele é - Boruto resmungou

- Famílias são complicadas - suspirei,  curiosa

- É um pouco longe, mas acho que um dia posso te levar. E então vou poder te levar as Estrelas... - Boruto me olhou nos olhos

- Me levar as Estrelas?

- Sim. As Estrelas da margem são tão brilhantes quanto qualquer raio de sol. A noite é tão escura como um breu e as estrelas são como pontinhos de luz

- Elas devem ser lindas

- Não tão lindas quanto seus olhos

- Boruto, está sendo modesto - falei me sentindo sem graça com o elogio, e coloquei a franja caída em meu olho atrás da minha orelha

- Não, não estou. Os olhos nunca mentem. Porque os olhos são um livro aberto. Eles são a janela da alma e revelam seus verdadeiros sentimentos. Através dos olhos, é possível enxergar o coração.

- Você não sabe nada sobre o meu coração... nem estamos conversando a tanto tempo assim

- Mas eu quero descobrir... - Boruto segurou a minha mão, e olhou no fundo dos meus olhos. Me puxou, e então saímos correndo de mãos dadas para um lugar longe da civilização. Subimos até o alto de um prédio, onde ficamos sozinhos. Estava começando a anoitecer, e a medida que a noite aparecia, Boruto olhava para mim com certa apreço no olhar e finalmente completou sua frase - Mas eu só farei, caso você permita.

Os passos se aproximavam de mim, e ele estava tão perto que era como se o ar de repente estivesse escasso e difícil de respirar para ambos.

- Eu posso? - Ele disse

- Com os lábios? - respondi com outra pergunta, e logo ele afirmou

- Com os lábios. - suspirei pesadamente, e fechei os olhos, permitindo seu contato. Suas mãos acariciavam levemente o meu rosto, como se o mesmo quisesse sentir mais da minha pele. Os lábios foram selados em um beijo, que fez meu estômago se revirar e o meu coração pular. Ele manuseava sua cabeça, lentamente, de um lado para o outro como se ele já soubesse exatamente o que fazer pra me conduzir. No fim, nos afastamos e encostei minha cabeça no peito de Boruto enquanto o mesmo estava com as mãos em minha cintura. Os dedos dele se enrolavam em meu cabelo, de forma suave e ainda sim era sempre como se ele me tocasse pela primeira vez. Era algo magnético, uma necessidade.

A forma que me abraçava me fez ter a certeza de uma questão que sempre assombrou minha mente: Os toques humanos são reais, e intensos.

- Os toques sempre falam mais que mil palavras, Sarada - Ele encostou a testa com a minha - As vezes, dependendo da ocasião, um único toque no lugar certo, e com o estímulo certo, os corpos liberam espasmos que nos trazem sensação de alívio. As vezes, é como se seu coração estivesse em chamas, ansiando por mais toques. Seja um abraço, um beijo ou qualquer tipo de conexão física. São os toques que nos tornam humanos. - encarei os olhos dele, e dei um sorriso

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Boruto me levou para casa, me deixou na porta da frente e se despediu com um beijo na testa. Dou um pequeno sorriso, ao lembrar de todas as sensações maravilhosas que senti.

- Pai, Mãe, cheguei! - falo fechando a porta e indo até a sala de estar. Mas antes de entrar, vejo que eles estavam assistindo algum programa de culinária na televisão. Os dois enrolados em cobertas, pijamas, vinho e petiscos. Minha mãe deitada no peito do meu pai e ele com o braço ao redor dela. Fiquei genuinamente feliz naquele momento e não quis atrapalhar. Toda vez que eu chego, eles se afastam um do outro rapidamente e agem como se nada estivesse acontecendo. Era a hora certa para meus pais terem um tempinho só deles.

Subi as escadas do meu quarto, e fechei a porta. Pulei na cama, e dei gritinhos no meu travesseiro, batendo as pernas para cima e para baixo. Liguei para Sumire para contar a novidade

- Você não vai acreditar! - falei pelo telefone

- O que?

- Dei meu primeiro beijo! E tipo, foi quase tudo o que eu imaginei. A boca dele tinha gosto de frutas cítricas e menta e não foi super babado igual quando você beijou o Denki

- Detalhes, Sarada. Me dê detalhes!

Afinal, agora sou humana...

𝐘𝐎𝐔𝐍𝐆 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒. ✩Onde histórias criam vida. Descubra agora