Capítulo 17

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Maia 🍒

Tava sentada em uma mesa com o Curinga, esperando os podrão. Podrão eu chamo de cachorro quente ou hot dog .
Mas são estados diferentes, cidades diferentes e costumes totalmente diferentes.

Agente tava conversando e a conversa fluindo super bem , a barraca era perto da praia , amo essa brisa fresquinha da noite, misturada com a maresia do mar .

Curinga: Porque vocês decidiram se mudar?

Eu: experimentar algo diferente, ter novas experiências. E como já comentei aqui é um ótimo lugar pra abrir uma nova loja , a maioria dos nossos fornecedores é daqui.

Curinga: Entendi . O meio que vocês escolheu pra empreender é ótimo.

Eu: Sim , tirando a parte que no início trabalhávamos dia e noite, é ótimo e eu amo isso. Porque escolheu o tráfico?

Curinga: Boa parte da minha família é envolvido, e eu sempre gostei de adrenalina, me aventurar. Mais teve uma questão em especial que resolve me envolver de vez.

Assim que ele terminou de falar o podrão chegou , o Curinga aproveitou e pagou logo , nem me deu a chance de protestar .

Eu: o próximo eu pago.

Curinga: Mané paga nada , vamo pra paria ? Sentir os grão de areia nos pés.

Tirei meus sapatos e ele fez o mesmo, pegamos os lanches e fomos caminhando pra beira do mar .

Curinga: Agora experimenta , esse é o melhor podrão que tu vai comer em tua vida. - logo dei uma mordida no cachorro quente, que mais parecia uma gororoba ,  saboreie. É bom , gostei . - Iae gostou ?

Eu: Sim , só não quero saber oque tem dentro.

Curinga: Sabia que tua ia gostar .  Tem melhor que o toque Carioca no Cachorro quente não.

Concordei com ele , e terminamos de comer em silêncio. Fiquei admirando a brisa do mar e a calmaria que as ondas trazem .

Curinga: Me fala um pouco de você? Pelo visto vamos passar muito tempo juntos ainda .

Eu: Bom , Meu nome é Maiara, tenho 23 anos ,  cortei todo contato com minha mãe aos 16 anos , conheço a Gil desde criança , amo a calmaria que a brisa do mar e o de fim de tarde me trás. Ah e sou soteropolitana.

Coringa: Você não conheceu seu pai ?

Eu: Sim , porém não me recordo. Convive com ele pouco tempo da minha vida , acho que a última vez que vi ele eu tinha uns 3 a 4 anos de idade.

Curinga: Tem vontade de reencontrar ele , ou já tentou procurar?

Eu: Bom , ele entrou em contato comigo quando fiz 15 anos , sempre arcou com todas as minhas despesas mesmo de longe . Já tentei procurar sim , mas é como se ele fosse um fantasma e ninguém conhecesse, não tem rastro nada dele , literalmente nada .

Curinga: Sua mãe nunca te falou nada sobre ele não?

Eu: Sempre o básico, o mínimo do mínimo e sempre que eu perguntava era motivo de briga .

Coringa: E se eu te disser que eu supostamente conheço teu pai.

Eu: Eu diria que você está mentindo, faz nem 1 mês até você me conheceu!

Curinga: Vem comigo bonequinha, tem coisas que você precisa saber. Vem vou te levar até o Ferrari.

Eu: Um dos traficantes mais procurado do Brasil? O chefe do CV ? - arregalei o maior olhão. - sinto muito, mas não vou não.

Curinga: E se eu levar ele para o morro ?

Eu: Não acho que ele tenha algo muito importante pra me contar. As chances dele ser meu pai, são mínimas. - respirei fundo e olhei pro mar. -  Melhor agente deixar esse assunto quieto.

Curinga: Tá bom então.  - ficamos um tempo em silêncio e depois ele voltou a falar. - Tem vontade de ter filhos , bonequinha?

Eu: Não, prefiro adotar. Acho a maternidade muito dolorosa pra mãe, e acho a adoção um gesto muito lindo de amor. E você pretende ter filhos?

Curinga: Minha vida é complicada de mais para ter uma criança no meio , correndo riscos de vida. Adoção é muito linda, e ao mesmo tempo muito triste .

Eu: Ninguém merece ter o desprazer de ser abandonado , na rua da amargura .

Curinga: Exatamente , Tem algumas Ongs no morro  do o maior apoio , muitas famílias e crianças precisam. Eu ajudo as famílias que vem até a min , taligada ? Mas sei que muitos tem vergonha, então ajudo através das Ongs também.

Eu: É um gesto muito lindo, quero conhecer a Ong que fica as crianças, e ajudar com oque eu poder .

Ficamos ali conversando e admirando a passagem com e brisa do mar , conversa vai e conversa vem descobrir que o irmão do curinga tá preso .

Eu: Do nada começou a fazer frio. - travamos sentado um do lado do outro.

Curinga: Que ir embora? - neguei rapidamente com a cabeça. - Então vem cá ! - me chamou abrindo espaço entre as suas pernas, fui e me encaixei ali , ele me abraçou. - acho tão lindo essas tranças , dói pra colocar?

Eu: Eu gosto pois não me dá muito trabalho, e sempre estou pronta com elas . Só dói no dia que coloca mesmo .

Curinga: Se puxar ranca ou continua normal?

Eu: Apenas folga um pouquinho, e dói . - virei pra olhar pro rosto dele . - Porque quer puxar minhas tranças?

Curinga: Se a senhorita me permitir , quero sim . 

Passamos um tempinho se encarando, agora eu não estava mais de costas pra ele , apoiada no seu corpo . Eu permanecia entre suas pernas, porém apoiada na  sua perna direita.

A troca de olhares permaneceu de acordo conversarmos , e o clima cada vez mais agradável .

Devo ser louca em estar em uma parada deserta com um traficante que eu mal conheço? Sim ,mas eu confio nele .

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