yin yang.

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Ela é quente, é sorridente, eu sou frio, cara amarrada
Ela é pedra, água de rio, eu sou chuva, raio e estrada
Ela é café com chantily, sou limonada mal adoçada
Ela é as imagens da manhã, eu os fatos da madrugada

Lua 🌊

- Essa aqui eu não conheço, tá? - Foi a maneira que fui recebida ao sair do banheiro, vendo ele sentado na cama, girando uma calcinha minha vermelha.

Eu gargalhei, a calcinha voou e no mesmo momento, meu pai abriu a porta.

- Neguinha você esqueceu a... - Olhou pra calcinha batendo na parede e caindo no chão. - Mochila do Davi. - Olhou pro Gabriel, depois pra mim, e depois pro Gabriel de novo. - Vou deixar aqui, depois vocês pegam. - Fechou a porta e após segundos em silêncio, eu gargalhei alto.

- Puta que pariu... - Colocou a mão no rosto.

- Porra, eu só queria a gravação dessa cena.

- E eu que ela não tivesse existido. - Tentei segurar o riso, mas não aguentei e gargalhei de novo. - Tu ri, né? Filha da mãe. - Não aguentou e riu também. - Agora fudeu, se não me odiava, vai me odiar.

- Vai nada, bobo. - Fui até a porta, a abrindo e pegando a mochila do Davi do chão.

- Lua, ele me viu rodopiando tua calcinha.

- Mas tu nem tinha vestido ainda, não foi tão ruim. - Ele me tacou o travesseiro.

- Para de fazer piada, cara. - Riu.

- Ele é de boa homem, relaxa. Mandou bem demais na escolha do vestido. O que achou?

- Achei que fosse ficar linda e conseguiu superar.

- Já te falei que te acho um doce? - Me aproximei, na intenção de sentar no colo dele, mas ele me impediu, segurando minha cintura e levantando da cama.

- Favor não me encostar, essa porta tá um perigo. - Gargalhei.

- Achei que você tivesse trancado, cara.

- Errei, fui moleque. - Pegou a calcinha do chão. - Mas papo reto... Essa aqui é um parabéns.

- Qualquer dia penso se tu merece ver. - Levantei, tirando da mão dele enquanto passava pertinho dos seus lábios.

- Duas palmas e a vela apaga. - Segurei o riso assim que vi ele vindo atrás de mim pelo reflexo do vidro.

- Não disse que não era pra eu te tocar, bonito?

- Mas não falei que a regra valia pros dois. - Colocou meu cabelo pro lado delicadamente,  roçando os lábios no meu pescoço e o cheirando em seguida. - Gostosa. - Sussurrou, se afastando e me deixando desconcertada que só, olhinho fechado e tudo, o que fez ele dar uma risadinha safada.

Como pode ser assim?

Guardei a dona da desavença na bolsa e nós descemos, com ele cheio de vergonha, me fazendo rir ao lembrar da cena.

- Olha o que eu peguei essa semana. - Entreguei o RG do Davi pra ele.

- Não sei se tô encantado com a foto ou com meu nome atrás. Bom demais ser pai desse moleque, nossa cria é lindona.

- Ele é, vai ficar se achando quando a gente mostrar. Inclusive, você mostrou o resultado pro seu pai?

- Mostrei, hoje de manhã. - Falou distraido, virando o RG de novo. - Por que?

- Ele foi lá em casa essa semana.

- Ta de sacanagem? Pra te falar merda de novo?

- Não, pra me pedir desculpa. A gente conversou, se acertou e tal. Mas confesso que tava pensando que ele só tinha feito isso porque já tinha visto o teste. Tô até meio culpada. - Ri.

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