falei pra ela.

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Pode ser viagem
Destino incerto
Ou será que me consertou?
Mundo tão deserto
Pode ser miragem
Ou será que é um mar de amor?
Foi só um detalhe, mas completou

Lua 🌊

- Pijaminha, minhas camisetas... Bermuda. - Foi colocando tudo dentro da mala, enquanto eu e o Gabriel observavamos nosso adolescente de cinco anos. - Minha toquinha pras tranças, mais o que mamãe?

- Cueca.

- É mesmo. - Correu até o armário. - Quantas?

- Se tu usa duas por dia, os dias que você vai ficar vezes dois. - Fiz só pra ele treinar e ele ficou olhando pro nada, pensando um pouco e contando com os dedos das mãos.  - Se eu vou ficar uma semana, quatorze? Quatorze né?

- Que isso, o cara é uma máquina. - Gabriel disse e eu ri. Davi pegou todas, todo animado.

Viciado em fazer mala atrasado tal qual a mãe dele, já que meus pais estavam há uns 20 minutos de chegar.

Fez as de roupa, fez as de brinquedo e se trocou, cantarolando todo animado.

- Eu vou brincar muito!

- E nossa falta, não vai sentir não? – Gabriel cruzou os braços e Davi riu, pulando em cima dos dois.

- Lógico que vou. – Beijou nossas bochechas. – Vou até ter que brincar o dobro pra sentir menos. – Rimos.

- Trocado por viagem, fim da picada.

- Agora tu vê. A gente da amor, carinho, pra trocar a gente pela primeira viagem que aparece. – Ele ficou nos encarando, com cara de “precisa disso? Desse drama?”

- Tava pensando... Acho que eu queria sim um irmãozinho, sabia? – Gargalhamos.

- Você é o serzinho mais cara de pau que conheço. – Fiz cócegas na sua barriga, enquanto ele gargalhava.

- Eu vou sentir muuuuita saudadinha dos dois. A gente se fala todo dia, ta bom? – Deitou no meio de nós dois.

- E por vídeo, tá? Pra eu não morrer de saudade do seu rostinho. – Acariciei sua bochecha.

- Pode deixar. – Me deu um beijinho de esquimó. Ouvimos a buzina lá e o querido nem disfarçou pra acabar com o momento família, pulando da cama e colocando a mochila nas costas.

- Vovô. – Pulou no meu pai, que o abraçou.

- E aí campeão. Pronto pras nossas férias?

- Muito! Nunca andei de avião, será que vai muito alto?

- Só um pouquinho, mas vovó vai estar lá pra proteger nós dois. – Jurou, minha mãe cagona toda vida com altura, não vai nem abrir a janela.

Nós duas nos olhamos e ela fez “shiu”, enquanto eu ria e Gabriel colocava a mala dele no porta malas.

- Que isso, cada cabelo tu fica mais bonito, rapaz. Menos de dread, de resto aprovo todos. – Gabriel gargalhou.

- Tirando eu, não conheço uma pessoa que aprove os dreads. E aí, sogrão. – Fizeram um toque. A intimidade dos divos.

- Tchau, meu chocolatinho. – Abracei Davi. – Se cuida, se comporta e se diverte. – Beijei sua testa.

- Você também, mamãe. Te aminho muito.

- Também te amo, minha paixão. – Nos abraçamos e ele correu até o Gabriel, que o jogou pra cima, o abraçando.

- Amo você, papai. Não esquece do nosso combinado.

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