CAPÍTULO III - O BOM FILHO A CASA TORNA

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Enquanto organiza sua mala, para partir em viagem Halley pensa sobre uma das coisas que o monstro lhe disse e reflete sobre o que iria vir atrás dela, mas logo sua amiga Lizzie chega no quarto e começa a distraí-la. As duas relembram os tempos de faculdade e como aquele período foi incrível na vida de ambas.

— Hall, você foi fantástica no jogo dos ping-pongs, lembra a cara do Kell quando perdeu o jogo para uma mulher? — Diz Lizzie, rindo.

— Jamais esqueceria a cara que ele fez Lizz, foi épico! Que saudade das nossas farras.

— Nem me fale, o Patrick não é muito fã... — Diz Lizzie para Halley, falando bem baixinho.

— E você falava que eu, que me casaria com um nerd caseiro, hein?!

— Ah Hall, ele é um fofo...

— Isso eu tenho que concordar, lembra daquela festa que uma freira subiu as escadas da fraternidade me encarando?

— Hall... Isso não aconteceu.

— Como não, ela estava toda de branco, aquela maluca com certeza errou no dia de Halloween. — Diz Halley, rindo e olhando a expressão preocupada da amiga.

— Não, Hall, nós estávamos chapadas, e você foi a única que a viu.

— Nossa, parecia tão real...

— É o poder da maconha minha amiga. — Diz Lizzie rindo para a amiga.

As duas conversam por mais alguns minutos, até as coisas de Halley estarem prontas, logo elas se despedem e a moça entra em seu carro, rumo a sua cidade natal, seu coração palpitava, e um nervosismo tomava conta dela. Afinal não sabia o que esperar e como seria voltar para a cidade da qual não lembra nem mesmo as ruas.

Na verdade, Halley excluiu da mente as memórias que teve por lá, mal se recorda do nome de seus pais biológicos. Foi uma escolha dela esquecer e começar uma nova vida, mas ainda assim estranhava não ter nenhuma recordação do lugar, como se ela tivesse plugado se plugado no computador e apagado coisa por coisa.

Durante o caminho, ela escutava sua playlist favorita de músicas, quando o rádio do carro começou a falhar, a noite estava tão fria, e a estrada em que dirigia vazia, não havia uma alma viva. Sem paciência com o rádio, ela resolve deixar em frequências próprias e zapear pelas estações de música. Porém nenhuma funcionava a não ser a de religião onde um pastor estava pregando a palavra de Deus, sem muita opção resolveu ouvir, já que a ajudava a distrair e não cair no sono. Não demora muito para as coisas começarem a ficar estranhas, a rádio novamente começa a falhar, a voz do pastor fica distorcida, com traços robóticos e Halley jura que ouviu algo lhe chamar.

Halley, volta, não vai... Não vai... Alô... Hey... Alguém... Me ajuda... Halley... Halley... Por favor não... Alô... Oi... Cuidado... Menina... A... estrada...

A moça não acredita que isso seja possível, nem que esteja ouvindo alguém lhe chamando, mas quando se aproxima do botão para desligar o rádio, ele fica em silêncio, e um último sussurro é ouvido, dessa vez, de alguém que estava no banco atrás... Algo diz, que ela precisava tomar cuidado, fazendo Halley arrepiar até a espinha, ela se desespera e acaba tirando o carro da estrada, jogando-o para o acostamento, furando um dos pneus.

Halley fica completamente assustada, a adrenalina de quase ter capotado seu carro ainda corria por todo seu corpo, ela sai às pressas de dentro dele, e observa que não irá a lugar nenhum tão cedo. Ela pega seu celular e tenta chamar por ajuda, mas estava sem serviço, não havia sinal, agora estava por conta própria em uma estrada da qual não viu ninguém por horas.

A FREIRA DE BRANCOOnde histórias criam vida. Descubra agora