Monotonía

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HAILEY HAMILTON

Encarei seus olhos de jabuticada, agora não tão longes de minhas orbes azuis. Ele dominava todo o meu espaço, de pé, me encurralava contra a parede. Eu acabo de chegar do hospital após a sessão de fisioterapia de Cady, ver ela se mover com muita dedicação me deu esperança. Mas, não esperava encontrar em minha sala particular de atendimento aos meus pacientes, o Michael Jackson.

Inesperado e inoportuno, porém, eu sabia que estava esquecendo alguma coisa assim que acordei hoje de manhã. Minha agenda de consultas a qual sempre deixo marcadas todas as minhas sessões de terapia com os meus pacientes. Todavia, eu não esperava que o meu novo paciente fosse ser, nada mais nada menos, que o rei do pop.

Estava desacreditada de tudo, assustada e arremetida a uma dose extraordinária de extase e adrenalina correndo em minhas veias. A primeira vez em que me encontrava entre a parede e a espada era graças a uma inusitada visita repentina de uma celebridade muito conhecida e mundialmente famosa.

Fiquei surpresa comigo mesma pela falta de compromisso com o meu trabalho, contudo, estava acometida a responsabilidade de cuidar da minha sobrinha e ficar de olho em sua recuperação, que no caso, seria lenta.

Bisbilhotei a tempestade fria por trás de seus olhos castanho escuro. Uma luz pequena e baixa brilhava em torno da bolha de aço negra que me fitava revoltada e convencida de uma acusação injusta por conta do meu atraso para com a iniciação de sua terapia.

Tomei coragem para enfrentá-lo, mas quando entre-abri os lábios para falar fui interrompida por sua respiração firme flutuando em direção aos meus ouvidos. Seus pulmões liberando o ar tranquilo filtrado por suas narinas, seu coração arremediava batidas descompassadas contra o seu peito. Conseguia ouvi-lás c a causa de sua aproximação diante de meu corpo. Fisicamente perto, mentalmente distante.

Ele claramente precisava ser ouvido e sua cabeça estava nitidamente cheia de problemas da vida para serem compartilhados com alguém que esteja disposta a prestar atenção em cada palavra dita cuja em relação aos obstáculos adultos e psicologicamente agitados, que podem não só acabar com a fama, mas também, sanidade de uma pessoa.

── Tudo bem, eu não te culpo por se atrasar com a nossa sessão. ── sua fala era obviamente magnânima.

── Me desculpo por isso. Estava cuidando da minha sobrinha no hospital. Ela sofreu um acidente grave e acaba de perder...os pais. ── especifiquei.

Gosto de me abrir com os meus pacientes. Interagir, esclarecer, ser mais explicativa do que o normal. Compartilhar a minha vida com eles significa um passo adiante para o impulso automático e confortável de desabafar com a psicológa. Se eu trabalho para ajudar então tenho de usar todas as técnicas que aprendi com todos os meus esforços e estudos para fazê-los superarem qualquer trauma ou problemas de vida que estejam impatando sua felicidade.

Apontei para a cadeira maciça de couro atrás da minha mesa. Caminhei para frente e me sentei, vendo-o sorrir em direção, brevemente alegre. Seus dentes brancos e suas covinhas pequenas tinham acabado de conquistar um pequeno espaço gratificante em meu coração. Acredito que se não fosse tão profissional já teria me apaixonado por ele como todas as mulheres que o conhecem e sua multidão de fãs.

── Podemos começar agora. ── ele sento-se rapidamente na poltrona, se ajeitando suficientemente bem com a comformidade do ambiente ── Vamos falar sobre o básico aqui. Quando você quiser tocar no assunto sobre sua vida e expandir todos os seus problemas...── ele parecia grato por me ouvir dizer isso.

Lhe ofereci um sorriso amigável para que pudessemos dar início a sessão e, deixei meus ouvidos atentos para cada frase seguinte que sairia de sua boca.