Pequena criança, o que o mundo lhe causou?
Essa tristeza devastadora que corrói a alma
Essa dor insuportável, que faz cicatrizes nas suas já existentes
E essa raiva que te faz temer a si mesmo
Por que deixou isso chegar tão longe?
Poderíamos antever isso
Curar essa sua doença.
Essa que você mesmo causou (?)
Qual foi o motivo de fingir a não existência disso?
Estás perdido, num labirinto de suas próprias emoções
Ficar a questionar o porquê de ser assim só o trará mais sofrimento
Será que o maior de seus pecados foi libertar isso? Ou alimentar isso?
Dada a chance, seria diferente?
As vozes em sua cabeça gritam. Anseiam por uma resposta.
Por quanto tempo poderá ignorá-las?
Abaixar a cabeça e fingir que não as ouve, não as conhece?
Não olhe para o espelho.
A sombra não representa você.
Entretanto, o que realmente deveria ver?
Há muito não se reconhece.
Será que não percebes?
O caos foi inevitável.
Porém, não é inevitável alimentar o caos.
A escolha é sua.
A doença é sua.
E ela está infectando cada parte de seu corpo.
De seu ser.
Alimentando-se de sua energia.
Bebendo de sua alma.
Irá você continuar vivo ao último estágio?
Irei o ver novamente?
Receio que no final não irei mais o reconhecer.
Há muito já não reconheço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trajetória
PoetryNão espero que goste. A maioria é tudo muito triste. Se rir, tudo bem, alguns são dramáticos do jeitinho que o barroco gosta. Caso se identifique, sinto muitíssimo. Essa é uma coleção de poesias sobre o que vivi nos últimos muitos meses, contada de...