Círculo de Pesadelos

Cap. 26 - Saudade.

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•✦───────────• Círculo de Pesadelos, Cap. 26

— Deveríamos mesmo estar aqui? - Perguntava Mono à Shun. Em uma lembrança não muito distante, em que os dois estavam na garagem da casa de Shun, mexendo nos instrumentos musicais da banda.
— E por que não? O Stan vai fazer o que? - Falava Shun, pegando o baixo.
— É, tem razão, o Stan é tão irresponsável quanto você.
"Quanto você..."
"Quanto você..."
"Quanto você..."
Essas palavras ecoavam na cabeça de Mono, que estava de frente para Safira. A garota o balançava freneticamente, quase derrubando sua máscara enquanto a Césio-137 tocava no palco à frente, emitindo luzes vermelho sangue para todo lado. A visão de Mono girava, estava tudo distorcido, ao ponto de lhe causar náuseas. Shun estava na mesma situação, sendo acudido por Liza.
— O que foi isso? O que eles beberam? - Perguntava Marina, desesperada.
— Não sei, chama o Stan, rápido! Melhor tirarmos eles daqui o mais rápido possível. - Falava Liza.
Marina se virava desesperadamente, em meio à toda aquela multidão mascarada ela encontrava Stan, Jaden e Dimitri, porém, para o seu azar, ela os encontrava bebendo da mesma bebida na taça servida pela mesma garçonete.
— Valeu aí, gatinha. - Falava Dimitri.
— Vamos logo, vamos nos preparar para tocar. - Dizia Stan os apressando.
— Cacete! Isso aqui bateu de jeito. - Reclamava Dimitri, levando a mão até a cabeça.
— Não, não, não... Que merda. - Marina se virava para Liza em seguida. — Já era, beberam também.
— Tem algum quarto aberto no corredor? - Liza perguntava para Safira.
— Deve ter, se não tiver, nós arrombamos. - Respondia Safira, levando o braço de Mono até seu ombro para ajudar o mesmo a ficar de pé.
Assim que Liza fazia o mesmo com Shun e se virava para ir em direção à saída, ela tombava com alguém, outra garçonete.
— Perdão, gostaria de uma bebida? - Perguntava a garçonete, que ao se virar, assustava Liza ao ponto da mesma arregalar seus olhos por dentro da máscara. Era Hollie, trabalhando no hotel Castella assim como ela havia deduzido.
— N-Não, nós já bebemos muito. - Liza se virava novamente, com seu coração acelerado, por pouco seu disfarce não foi estragado, porém, ela estava feliz. Feliz por estar certa sobre Hollie, mas havia outro problema para tratar, já que Safira e Mono haviam sumido de vista.
— Cadê eles?! - Liza chegava ao lado de Marina, que estava na sua cola.
— Não sei, tem muita gente aqui, mal consigo enxergar a saída.
— Essa voz.. Hehe, parece que eu tô num show de Korn, que foda. - Dizia Shun, levantando a sua cabeça, curtindo a música que a Césio-137 tocava. Ele parecia estar curado da náusea causada pela bebida, porém, parecia mais agitado que o comum.
— Shun? Você está bem? - Perguntava Liza.
— O que ele tem? - Perguntava Marina logo em seguida, ambas paravam para observar Shun que balançava sua cabeça freneticamente ao ritmo dos solos de baixo e guitarra em conjunto, se misturando na multidão.
— Tô ótimo!
— Espera, seu idiota, não vai pra longe! - Liza tentava o acompanhar.
Shun adentrava na multidão mascarada, todos erguiam suas taças com um líquido duvidoso enquanto pulavam, se batiam e festejavam alegremente. De repetente, do enorme lustre de luz vermelha vibrante, começava a chover sangue. Sangue puro, com um forte cheiro de ferro, dando um banho em todos os mascarados, incluindo Shun, Liza e Marina. O tom de vermelho sangue se misturava perfeitamente com o vermelho vibrante que o palco e o lustre emitiam, era de fato, lindo de se ver.
Enquanto tudo isso acontecia, a enorme mesa de banquete do Sr. Castella, localizada no centro da multidão, não era atingida por nada. Nem pelo sangue que chovia, nem pelos mascarados loucos que gritavam sem parar. Na mesa, estava James, o Sr. Castella e o homem com cabeça de bode, que assistia o show enquanto batia palmas e mexia seu pé embaixo da mesa.
— Tinha razão, pai. Isso é incrível, é lindo de se ver. - Dizia James.
— Eu não disse? Espere, o melhor está por vir. O que acha, Grande Sacerdote?
— Magnífico, Arthur. Se eu soubesse que seu hotel era de tamanho encanto para os olhos, eu teria lhe pedido para realizar meu aniversário aqui há uns cinco anos atrás. - Respondia o homem da cabeça de bode.