Lutei contra o impulso de desistir. Essas pessoas estavam tentando roubar minha dignidade.
Era a parte da sociedade que não me via como humano. Um tratamento injusto simplesmente por pensarem que não tinha sangue vermelho como o deles, não tinha sua masculinidade. Alguma vez pedir para ser tratado como tal? Tenho sangue rosa ou roxo?
Meu sangue é vermelho quando sangra. Independentemente de tudo, ainda sou humano. Sinto medo, suas inseguranças, compartilho da sua solidão. Sexualidade não define pessoas.
Não sou digno dos mesmos direitos básicos deles? Nunca pedi mais direitos do que outros. Desejei apenas os mesmos direitos aos quais também tenho direito. A dignidade de viver como um humano. E não seria eu a desistir deles.
Eu resistia e perseverava, o apetite de fugir crescia ali, quieto e pungente, flutuando dentro do meu ser. Pensei na minha barriga. Lá dentro estava a minha cria, bem pequeno, um sonho ainda.
Devia protegê-lo. Minha pequena semente, quase sonho ainda. Não deixaria esse sonho se esvair, tornaria ele em realidade!
Enquanto lutava contra o calcário que tomou minha mente, o som repentino de uma voz trouxe-me de volta à consciência. Brandou estridente, alta e seca. Puxou para si o olhar de todos até seu ponto de origem. Vinha do outro lado do maldito beco, na parte mais estreita da entrada. No centro da sua garganta.
— O que estão fazendo?!
A voz era realmente familiar. A mesma deformidade heroica, a mesma autoridade desavergonhada. Pensei por um segundo em transe antes de lembrar que era a voz de Dominic. Ele estava parado na chuva enquanto olhava para nós a distância sob um poste de luz.
— Eu aconselho você a não se intrometer! — um dos homens gritou com raiva ao vê-lo aproximando-se.
Dom continuou andando para frente, olhando atentamente. Havia um quê de incredulidade em sua fisionomia. E isso era raro, algo digno de marca texto, porque Dom era alguém que em hipótese alguma se via seu eu se revela por inteiro.
— Você não consegue ler as entrelinhas, cara?! — Um deles caminhou até Dominic, deixando uma pequena lacuna aberta onde se via o que estava acontecendo comigo.
Dom deu uma olhada e sua mente explodiu. Então aproximou-se enfadado, cada passo seu era uma contagem regressiva para mim. Precisava de uma distração, e ele involuntariamente chegou em boa hora. Dom torceu o pulso do homem que avançou nele com uma habilidade admirável. Com um estalo, sua posição óssea mudou. Ele gritou de dor e foi chutado no chão por Dominic.
Os homens restantes correram para lutar contra Dom depois de ver o que aconteceu. Ele, por outro lado, apenas encarou-me, deitado no chão com o meu agressor me prendendo. Ele não suportou olhar por muito tempo e desviou seu olhar. Como se seus olhos estivessem doendo.
O primeiro soco veio, vi a cor da sua pele mudar para vermelho. Dom levou um soco na bochecha. Tão rápido ele revidou dando um soco esquerdo. Um deles tentou arranhar seu rosto, Dom pegou seu braço antes que o golpe viesse.
Então outro segurou-o por trás, mobilizando-o. Dominic levou dois chutes no abdômen. Ele não gritou, sutilmente sua testa se enrugou. No fundo do meu ser, sinto que deveria gritar por ele. Xingá-los e amaldiçoar todos, afinal, não era isso que um parceiro deveria fazer? Mas não o fiz. Pelo contrário, senti um pequeno prazer sombrio. Não deixei transparecer, no entanto, senti.
Dominic inclinou-se para trás, o nariz do homem ficou vermelho e começou a sangrar. Ele ficou zonzo e afrouxou seu aperto. Era uma oportunidade para Dominic e ele aproveitou. Era como se tivesse enlouquecido, Dom lutou contra os homens que o cercavam com suas íris vermelhas, as veias saltando para fora.
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A Década Depois Da Primavera
Fantasy"Quando você se apaixona pela pessoa errada, pelas razões certas, tudo pode acontecer." Oscar é um homem atraente em muitos aspectos, inteligente e responsável. Ele coibiu seus sentimentos quando mais novo -- apenas quando mais novo e imaturo...