Verde - Shigadeku

V- Rubro

Seu cio havia chegado.

Chegou no pior momento. Gostaria que isso nunca acontecesse. A corrente de calor tomou conta dele, agora Kurogiri não estava mais lá com ele, e ele não sabia quem realmente estava fora do quarto.

Ele segurava os lençóis com força, apertava os joelhos contra a barriga; doía, doía, doía demais, ele sempre cuidava de qualquer acontecimento com seu cio que pudesse lhe trazer problemas, mas agora não podia fugir para lugar nenhum, ele precisava dos supressores. Mas ligar para Kurogiri só levantaria suspeitas de quem estava lá ou, na pior das hipóteses, se Shigaraki estivesse presente.

Izuku começou a ofegar desesperadamente, a dor que começou em seu estômago já havia se espalhado por todo o seu corpo, e ele respirava pesadamente.

Não importava, já não importava quais eram os gêneros daqueles que estavam lá fora, ele só queria os supressores, ele ainda era muito jovem para ser marcado. Ele enrolou o lençol por todo o corpo e se arrastou pelo chão. A centímetros de chegar à porta, ouço gritos.

"SAIA!, SAIAM DAQUI, AGORA!", foi ouvido. E então caiu alguma coisa, talvez fosse vidro ou algum objeto de metal, mas isso não importava para o homem de cabelos verdes, ele só queria sair e procurar aqueles tão desejados comprimidos, e se fosse melhor, uma injeção.

O som parou, não se ouviu mais nada, Izuku também tentou ficar em silêncio, "...", passos, agora o som de passos apressados ​​estava presente, Izuku recuou, os passos se aproximavam a toda velocidade na direção da sala.

Eles bateram a porta com muita força.

Izuku olhou para cima, ele estava pasmo. Shigaraki estava na sua frente, e os feromônios que ele liberava eram abundantes, a ponto de serem sufocantes, enquanto o de cabelos verdes se contorcia no chão.

"Droga, droga," ele pensou, a forte onda de feromônios o estava deixando inconsciente. Ele nunca havia sofrido algo assim em seu cio anterior, e esta foi a primeira vez. Se ele não pudesse mais usar supressores, bastaria fugir, mas... fugir para onde?

Sua visão ficou turva e sua entrada ficou cada vez mais úmida graças aos feromônios do alfa. Ele não sabia quando, mas já estava embaixo do garoto de cabelo azulados, seu corpo ficou dormente, ele não conseguia se mover, tentou empurrar Shigaraki, mas não conseguiu, não conseguia mais se mover. Droga, agora seria estuprado e marcado por um vilão.

Shigaraki deitou delicadamente o corpo de Izuku na cama, ele se sentiu excitado, finalmente o cio de seu amado ômega havia chegado. Sua cabeça ficou nublada, o calor do ômega já fazia efeito, ele sentiu a felicidade envolvendo seu corpo, finalmente!

Pensamentos inundaram a mente do cabelo azul-celeste:

"Meu"

"Meu ômega"

"Marcar"

Foi a única coisa que passou pela sua cabeça, ele nem percebeu que a pessoa abaixo dele começou a soluçar.

"Pare, por favor, farei qualquer coisa menos isso, então por favor pare" apesar do seu ômega querer ser marcado por aquele alfa, Izuku não quis, ele continuou insistindo, ele queria ser um grande herói, um herói que pudesse salvar qualquer um que precise de dele.

Shigaraki separou as pernas bem fechadas do homem de cabelos verdes, sua entrada estava molhada. Sentindo-se ansioso para entrar, ele penetrou, arrancando um alto uivo de dor do menor. Izuku sentiu como se um pedaço de pau tivesse entrado nele, sua entrada queimou, e queimou ainda mais quando o garoto de cabelo azul começou a se mover, não havia ritmo em seus movimentos, e isso era pior, já que o único que sofreu foi ele.

Agora sim, o ômega de Izuku se encolheu de medo, assim como o menino de cabelos verdes, ele queria morrer, por que não? Afinal, ele ficaria marcado, e essa marca seria uma grande mancha em sua vida.

Porém, veio o som dos pássaros, ele abriu os olhos, se encontrando naquele lindo lugar criado por ele. A grama roçava seus dedos e o ar acariciava seus cabelos verdes encaracolados. Tudo se foi, o som de suspiros e gemidos não se ouvia mais, o rangido da cama não se ouvia mais, seus soluços não se ouviam mais.

Ele permaneceu parado, mesmo estando naquele lindo lugar de sonho, ele se sentia vazio, faltava alguma coisa, não, ele sentia que algo muito importante havia sido tirado dele.

[...]

Kurogiri conseguiu arrombar a porta com a ajuda de Twice um beta. A névoa sendo ômega conseguia perceber os feromônios, mas a beta não, ele disse para ela trazer toalhas ou um cobertor.

Ao sentir os feromônios já se podia esperar o pior, os feromônios de Izuku não foram percebidos no ar. No canto, embaixo, havia um monte de cobertores, tudo estava imóvel. Kurogiri se aproximou e removeu cuidadosamente o cobertor.

[...]

DEMÔNIOS! Talvez o menos importante agora fossem os lençóis sujos, sua mão tremia, colocou-a na nuca do homem de cabelos verdes, ficou rapidamente manchada de sangue. Izuku, Izuku... Ele tinha uma marca, Shigaraki havia marcado ele. Lágrimas caíram de seus olhos, ele caiu no chão, cobriu o rosto com as mãos e chorou silenciosamente. Shigaraki os expulsou do lugar, mas só horas depois é que suas peculiaridades finalmente funcionaram novamente.

A imagem do estado horrível em que se encontrava o homem de cabelos verdes talvez nunca mais se apagasse de sua mente: o corpo cheio de mordidas, hematomas e marcas. Seus lábios muito inchados. E no que antes era um pescoço sem nada, agora está protegido por uma marca, uma marca de propriedade. Esquecer dessa visão seria impossível, definitivamente. Por fim, o lugar que ele deveria guardar para alguém que amava e seu futuro companheiro, foi destruído, não conseguia diferenciar o sangue e o sêmen que transbordavam, com a intensa cor avermelhada ao redor da entrada. Kurogiri deixou mais lágrimas caírem, lembranças de sua juventude voltando.

[...]

A luz daquele lindo lugar continuou, Izuku permaneceu o tempo todo sentado na grama, sem saber o que estava acontecendo na realidade.

"Ah..."

A voz profunda, mas fraca de alguém é ouvida, Izuku fixou os olhos de onde vinha o som, até que além do grande lago, ele pôde ver três silhuetas de pessoas de mãos dadas. Você não poderia descrever perfeitamente como eles eram, mas eles sorriam tristemente.

"Não nos deixe"

A última coisa que ouviu antes de abrir os olhos, e poder ver Kurogiri chorando.