que seja lutar pela vida e que seja viver em luto

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 Depois de dois dias dirigindo, alguns garotos começaram a ficar impacientes com a viagem enquanto os outros ficavam impacientes com eles. Todos estavam uma pilha de estresse por não dormir nem comer direito, e agora também por precisarem de combustível e não avistarem nenhum posto por perto há muito tempo. Hyunjin não falava com ninguém desde o dia anterior, Felix ficava grudado em seu mapa a maior parte do tempo, Seungmin não largava seu diário e Lucas ficava checando a munição de sua arma de cinco em cinco minutos. Todos preparados para o pior que pudesse acontecer.

Changbin odiava pensar no pior, mas a gasolina estava no limite e não havia nada ao redor deles além de árvores, grama e asfalto. Dirigia olhando a todo momento para os lados, esperando que magicamente aparecesse um galão de combustível no meio do nada que eles pudessem usar. Passava-se o tempo e a angústia parecia aumentar cada vez mais. Foi então que, quinze minutos depois, o carro começara a falhar até eventualmente parar de vez, fazendo Changbin socar o volante e soltar palavrões baixos. Seungmin segurou o braço de Minho, com medo, sendo respondido com um abraço de lado do amigo. Todos saíram do carro e observaram o segundo parar ao lado, com os outros garotos saindo também.

— Como está aí? — Changbin pergunta.

— Quase no fim.

— O que vamos fazer? — Seungmin pergunta aflito.

— Podemos continuar indo para tentar achar alguma coisa enquanto vocês ficam aqui — sugeriu Matthew.

— Arriscado demais. Nosso combustível pode acabar antes de acharmos qualquer coisa e ficaremos separados. Muito perigoso — Chan interrompe — Felix estava me mostrando que tem uma cidade poucos quilômetros daqui. Poderíamos ir andando.

— Isso também é arriscado, não acha? — Changbin se pronuncia novamente.

— É a melhor opção que temos.

— Se tiverem zumbis por aqui, veremos. Não tem nada à nossa volta, não tem onde eles se esconderem — Felix tenta convencer a todos.

— E os carros?

— Deixamos aqui e depois voltamos com o que acharmos.

— Isso só vai fazer nossa viagem ficar mais demorada ainda — Jisung fala alguma coisa pela primeira vez.

— E como vamos ir e voltar antes de escurecer? — Minho também pergunta.

— O plano está incompleto, mas é o melhor que podemos fazer agora. Estamos sem um dos carros e quase sem o outro.

— Que ótimo. Estamos presos no meio do nada graças à sua ideia idiota — Hyunjin finalmente fala, se dirigindo à Felix.

— Quando acharmos a cura, não venha me pedir desculpas. Consideraria até não dá-la à você — rebateu.

— Gente — Chan chamou a atenção — Precisamos decidir.

— E se metade for e metade ficar?

— Não podemos nos separar. Muito arriscado.

Tudo é muito arriscado Chan, estamos na porra do apocalipse — Hyunjin rebateu.

Chan suspirou pesadamente, tentando pensar em alguma solução para todos os seus problemas de uma vez. Por fim, decidiram todos seguirem a pé até a cidade mais próxima, na esperança de, juntos, acharem alguma coisa que os ajude.

Após uma hora de uma cansativa caminhada, chegaram ao que parecia mais um bairro isolado do que uma cidade inteira. O dia já estava ameaçando escurecer enquanto todos andavam sem rumo em busca de um posto de gasolina. Para alguns, achar o galão de combustível era como retomar a esperança que aos poucos estava se dissipando por estarem perdidos no meio do nada sem como se locomover. Achar o combustível era um passo mais próximo àquela luz no fim do túnel.

one will die before he gets thereOnde histórias criam vida. Descubra agora