Todas as cartas de suicídio são clichês
Você escreve o que sente
Para os outros saberem o que fez partirEles saberem depois não adianta de nada , adianta?
Nunca quis escrever essa carta
Talvez ninguém precise ler
Mas se precisar? Já está aqui...Tantas coisas presas,
Guardadas...
Dores que eu escondia apenas tentando ser forte, mas no final falheiFalhei como sempre falho
Falhei como sempre jogaram na minha cara
Falhei como filha,
Como aluna,
Como namorada,
Irmã, neta, sobrinha, primaE agora como ser vivo
Me rendi ao desejo que habitava em mim a anos...
Não vou culpar ninguém
Muito menos dizer o que cada um podia ter feito para me impedirNão tinha nada a ser feito afinal
Apenas quero me despedir da vida
Vida essa que deixo para esvair
Assim como o sangue escorrendo pelos meus pulsosNão adianta chorar lendo isso
Chorei a fazendo
Chorei fazendo o que ela indica
Mas agora finalmente não sinto nadaSerá que realmente valeu a pena?
Todos esses anos
Fingindo ser quem não sou
Apenas para agradar os outros?Será que realmente eu vive ou sobrevive?
Agora realmente não importa,
Afinas despeço-me de ambas as opçõesA tinta da caneca acabou
Mas há sangue em meu pulso para me fornecer cor
Um vermelho virtuosoTão cheio de vida se esvaindo aos poucos
Ao menos no fim tive uma utilidade,
Mesmo que seja para sela-lo com um ponto final
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Versos Controversos
PoesíaA mente não para nem por um segundo, o coração clama por sentimentos apenas para se sentir vivo. Ambos funcionam em um só ser, mas são controversos um do outro... Versos do coração clamam por sentir Versos da mente clamam por entender o que estão se...