Capítulo dois (Henry)

5 0 0
                                    

Sou despertado pelo som do telefone tocando:

─Merda! Estou atrasado.─ digo enquanto me levanto da cama.

Atendo o telefone:

─Henry, está atrasado de novo. Se continuar assim eu terei que te demitir.─ o delegado diz com um tom de raiva.

─Chego aí em quinze minutos.

─Quero você aqui agora! Não demore.

Ele desliga o telefone. Vou ao banheiro, escovo os dentes e saio, quando chego sou recebido por Tim, o clássico cara gordo que está sempre com uma rosquinha em mãos. Ele me cumprimenta:

─Bom dia Henry! Atrasado de novo hein?


─Bom dia Tim.─ respondo entrando na delegacia.


O delegado me chama:


Henry! Venha até aqui.─ ele grita de seu escritório.


Vou até ele, ele me entrega um papel com um endereço.


─Tenho este caso para você. Não me decepcione.─ ele diz.


─Não vou decepcionar.


─Vá logo, e leve o Leo com você.


***

Chegamos à casa, ela é bastante rústica, totalmente de madeira e há ervas daninhas crescendo nos lados da casa, ela tem um tom de assombro de filme de terror. Bato à porta e espero. Uma mulher abre a porta, suponho ser a mãe de Lisa.


─Bom dia, muito obrigada por virem, sou a mãe da Lisa. Por favor entrem.─ ela diz de forma simpática.


O pai de Lisa nos recebe com um aperto de mãos e sentamos nas cadeiras da cozinha. Começo as perguntas:


─Qual foi a última vez que a viram?


O pai de Lisa responde:


─Eu a levei à escola na terça por volta de seis e quarenta da manhã. Eu a vi entrar na escola, mas quando ligamos eles disseram que ela não compareceu às aulas.


─Ela costuma sair, fugir, ou ficar algum tempo fora de casa e depois voltar?


A mãe responde:


─Não. Ela nunca sai sem nossa permissão, é uma menina muito responsável.


─A escola notificou algo a mais a respeito de Lisa?


O pai responde:


─Não, eles apenas disseram que ela não compareceu a nenhuma aula, o que é estranho já que a vi passar pelos portões da escola.


─Vocês ligaram para amigos, familiares, ou outras pessoas com quem ela poderia estar?


A mãe responde:


─Ela não tem muitos amigos, apenas duas garotas de quem ela fala, mas ligamos para os tios e os avós dela que moram na cidade.


─Nada?


─Nada.─ ela responde


─Como descreveriam o relacionamento de vocês?


O pai responde:


─Nosso relacionamento é bom, tentamos ser os melhores pais que pudermos.


─Algum motivo pelo qual ela possa ter fugido? Qualquer acontecimento, brigas na escola, em casa, ou algo do tipo?


─Não.─ o pai responde.


─Muito bem, vamos iniciar as buscas. Qualquer coisa liguem, avisaremos sobre o andamento do caso.


Leo e eu vamos à escola de Lisa para procurar qualquer vestígio que possa ter sido deixado no local do desaparecimento. Embora em ache que o delegado me colocou nesse caso para me demitir, já que sempre chego atrasado no trabalho. Tenho mais de cinquenta casos resolvidos e trabalho na delegacia desde os dezenove anos então não entendo o por que dele querer me demitir, mas se for assim eu terei que procurar outro emprego em breve.Chegamos à escola e eu mando Leo investigar os portões enquanto vou à diretoria perguntar sobre Lisa. Subo as escadas da escola e procuro pela porta da direção, abro e encontro uma mulher loira sentada em uma escrivaninha:


─Posso ajudar?─ ela pergunta.


─Você é a diretora da escola?


─Sou sim.


─Gostaria de lhe fazer algumas perguntas sobre uma aluna, a Lisa, ela desapareceu há dois dias e não apareceu na escola, poderia me contar sobre as notas e o relacionamento dela com as pessoas na escola?


─Claro. A Lisa é uma garota estudiosa, sempre tira boas notas, e embora seu relacionamento não seja tão bom com os alunos, os professores percebem que ela passa bastante tempo com outras duas alunas, a Charlie e a Thayná.


─Alguma briga ou coisa do tipo aconteceu com ela nos últimos dias?


─Não.


─A escola tem câmeras de segurança?


─Só temos câmeras dentro da escola e nos pátios.


─Entendo. Muito obrigado.


─Por nada─ ela responde com um sorriso.


Saio da escola e vou até Leo:


─Encontrou alguma coisa?


─Nadinha. Tudo o que vejo são árvores e galhos.


─Então vamos voltar para a delegacia.


Entramos no carro. Eu digo à Leo:


─Essa garota é a mais nova entre as desaparecidas, apenas doze anos.


─Talvez ela não tenha sido sequestrada como as outras e esteja apenas pregando uma peça nos pais ou sei lá o que.


─Espero que seja só isso mesmo.

LisaOnde histórias criam vida. Descubra agora