"No silêncio da noite, símbolos gravados na loucura sangravam em suas paredes, sussurrando segredos vindos do além. Enquanto entidades assombradas dançavam na escuridão, ele temia mais suas memórias desvanecentes do que o sobrenatural. Neste abismo arrepiante, Taylor percebia que o verdadeiro horror era seu próprio passado esquecido."
***
A noite opressiva da cidade me envolveu quando eu finalmente retornei ao meu apartamento. O cansaço me envolveu como um sudário, cada passo era um lembrete pesado da minha busca infrutífera. Meu coração doía com a constante preocupação, mas eu me apegava a um brilho desvanecido de esperança.
Ao empurrar a porta de meu apartamento, o cansaço se dissipou rapidamente. Mas a visão que me saudou me tirou da sonolência. Minha respiração ficou presa na garganta, os olhos se arregalaram e um calafrio percorreu pela minha espinha.
Símbolos, grotescos e arcanos, enfeitavam as paredes de minha sala de estar, pintados com uma precisão sinistra. O medo me atormentava enquanto eu dava passos trêmulos para a frente, com o celular na mão. Capturei fotografias das estranhas marcações, incapaz de compreender seu significado ou origem. Minha mente acelerou, a exaustão desapareceu sob o crescente desconforto.
Com determinação, eu fui até a Home Depot, buscando refúgio no ato mundano de comprar tinta e pincéis. Cobrir aqueles símbolos tornou-se uma necessidade urgente; eu não suportaria dormir sob seu olhar sinistro. Nem me atentei a cor da tinta escolhida, eu só precisava de algo para cobrir tudo aquilo e me esquecer que um dia esteve lá.
De volta a casa, as paredes pintadas de branco neutro, tentei recuperar uma aparência de normalidade. Eu peguei o pincel, suas cerdas como uma linha de vida, e mergulhei-o na tinta branca. Os símbolos na parede pareciam pulsar, suas linhas escuras e retorcidas ameaçando me engolir por completo. Enquanto aplicava a tinta, não conseguia me livrar da sensação de pavor que se instalara no fundo do meu estômago.
A cada pincelada, eu tentava enterrar aqueles símbolos e as memórias sinistras associadas a eles. Como eles haviam parado na minha parede? Fui eu quem os desenhou, ou era apenas mais um peão neste jogo sinistro? Os últimos meses não passavam de um borrão nebuloso, um vazio na minha mente que se recusava a revelar seus segredos. As perguntas pairavam como espectros nos recessos dos meus pensamentos, e eu sabia que não podia escapar delas.
Tomei um banho longo e quente, tudo que eu precisava era de descanso. No entanto, a noite tinha outros planos para mim. Enquanto eu me acomodava em minha cama, sussurros de vozes indistinguíveis murmuravam na escuridão. Portas rangiam abrindo e fechando por conta própria, o som reverberava pelo apartamento como um batimento cardíaco sinistro.
Meu pulso acelerou à medida que fenômenos inexplicáveis continuavam a se desdobrar. Os eventos paranormais tornaram-se secundários diante de minha crescente preocupação com minha própria sanidade. No silêncio da noite, enquanto o mundo dormia, eu me sentia cada vez mais isolado e vulnerável. Não consigo imaginar como Hanna conseguiu passar por isso por tanto tempo.
A desesperança se instalou, me enfiei sob as cobertas em busca de refúgio no sono. Mas ali, um pesadelo sinistro me esperava. Preso no reino crepuscular da paralisia do sono, eu observei com horror enquanto figuras sombrias se erguiam ao redor do meu corpo imóvel. Sua presença malévola enviava arrepios gelados por minha espinha, e eu ansiava por libertação dessa prisão aterrorizante.
Quando eu finalmente acordei, encharcado de suor, o sol começava a romper o céu da manhã. Cambaleei até a cozinha em busca de um copo d'água, com os dedos trêmulos segurando a torneira. Memórias de Hanna cozinhando o café da manhã, seu riso preenchendo a sala, me atacaram. Apoiando-me na bancada da cozinha, lutei contra as lágrimas, dominado pela saudade de sua presença.
VOCÊ ESTÁ LENDO
HORROR EM KANSAS CITY 2 - Terrores Ocultos
TerrorNo coração de Kansas City, Taylor embarca numa jornada aterrorizante para encontrar sua amada, Hanna, que desapareceu nas sombras sob circunstâncias sinistras. Descobrindo que ela carrega o peso de gêmeos em seu ventre, a vida de Hanna toma um rumo...