"Olhares trocados carregavam o peso do desconhecido, ecoando segredos perdidos entre os vivos e os mortos. Enquanto as horas se arrastavam, Taylor sentia o frio do terror percorrer sua espinha, mais assustado pelas sombras de suas próprias lembranças do que pelos mistérios sinistros que o rodeavam. Naquele momento de angústia, ele compreendeu que o verdadeiro horror residia não nos monstros do além, mas nos recantos sombrios de sua própria mente."
***
Eu estava do lado de fora da porta de vidro da delegacia de polícia, o frio do ar da noite tardia penetrando em meu casaco. Meu amigo, Joe, um analista forense veterano, deveria me encontrar aqui, e sua ausência prolongada pesava sobre mim como uma nuvem de tempestade.
Quando a porta de vidro finalmente se abriu, o olhar no rosto de Joe enviou um arrepio pela minha espinha. Sem uma palavra, ele me conduziu para dentro, seus olhos se movendo como se esperasse ouvintes indiscretos. Meu coração martelava com uma mistura de apreensão e curiosidade.
_ Conseguiu algum resultado?_ Perguntei, minha voz traindo minha preocupação.
Uma vez que estávamos seguros, em um canto escuro e deserto da delegacia, Joe finalmente falou. Ele me entregou um pedaço de papel tremendo nas minhas mãos.
_ Quando você me pediu para testar o DNA daquela camiseta ensanguentada, eu não esperava que fosse o sangue de sua namorada que está desaparecida a meses._ disse Joe, sua voz mal acima de um sussurro.
O tempo parecia ter parado enquanto eu tentava processar a revelação. Hanna estava desaparecida há semanas, e minha busca por ela me havia levado a essa peça de evidência sombria. Eu tinha esperança de que não fosse o sangue dela.
Joe continuou, explicando os métodos que ele havia usado, palavras como 'espectroscopia Raman' e 'estatísticas avançadas' giravam ao meu redor. A mancha, ele disse, não tinha mais de três semanas. Minha mente corria desesperadamente enquanto eu me agarrava às últimas esperanças.
_ Taylor, se algo aconteceu eu preciso que você me fale, eu não posso ser cúmplice de um crime._ ele continuou._ Talvez eu tenha que denunciá-lo.
_ Eu não fiz nada com ela._ eu disse, minha voz trêmula, minhas palavras jorravam como uma oração._ Eu juro, Joe.
Joe suspirou, e por um momento, parecia que ele poderia relatar a descoberta horrível que fez. O pânico me invadiu. Eu não podia suportar a ideia de enfrentar a prisão quando deveria estar lá fora, procurando Hanna.
_ Por favor._ implorei, minha voz quebrada pela desesperança._ Não relate isso. Preciso encontrá-la, Joe. Não tenho muito tempo.
O silêncio pairou no ar enquanto Joe contemplava minhas palavras. O peso de sua decisão pesava sobre mim, e eu prendi a respiração, rezando para que ele entendesse a urgência do meu apelo.
_ O sangue parece recente, onde voce encontrou isso?_ ele pergunta.
_ Dentro de um armário no banheiro._ respondo.
_ Faz sentido o porque dessa mancha ainda esta intacta e o DNA não ter sido degradado._ Joe diz._ O problema é que não consegui descobrir quanto tempo essa mancha tem.
_ Tudo bem, eu vou descobrir o que aconteceu._ Afirmo tentando acreditar nas minhas próprias palavras._ Por favor não conte nada a ninguém, eu juro que não fiz mal a Hanna e nossos bebes.
_ Eu vou te dar um tempo porque você é meu amigo, mas se a Hanna não aparecer e essas coisas continuarem acontecendo, não vou ter escolha._ Joe diz e eu assinto.
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HORROR EM KANSAS CITY 2 - Terrores Ocultos
KorkuNo coração de Kansas City, Taylor embarca numa jornada aterrorizante para encontrar sua amada, Hanna, que desapareceu nas sombras sob circunstâncias sinistras. Descobrindo que ela carrega o peso de gêmeos em seu ventre, a vida de Hanna toma um rumo...