Acontece

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Kelvin e Ramiro seguiram para a esquina, que era o local habitual de seus encontros. A caminhonete de Ramiro não estava estacionada ali, em vez disso, havia um 4x4 dos La Selva.

Mesmo não sendo o mesmo veículo, Kelvin teve uma pequena lembrança deles dentro do carro, embolados daquele jeito, e seu coração apertou um pouco diante de toda aquela situação.

Ele era forte em muitos aspectos, mas quando se tratava de Ramiro, essa força parecia desaparecer. Sua fraqueza estava ali, diante dele. Se o alfa pedisse desculpas, se chorasse e implorasse, eles poderiam voltar a ser o que eram, e isso também doía, porque seu orgulho ficaria ferido só de imaginar isso.

Ao chegarem à esquina, Ramiro apoiou-se no carro e começou a brincar nervosamente com as mãos, claramente desconfortável com toda a situação.

Um pouco duro, e com ansiedade, o ômega cruzou os braços falando:

- Eu senti sua falta sabia - o alfa não mostrou reação com a fala passiva agressiva.

- Kevin - o alfa levantou a cabeça e parou com as mãos - eu não sabia.

Kelvin olhou nos olhos de Ramiro, seu olhar carregado de emoção. As palavras do alfa eram simples, mas tinham um peso enorme. Um silêncio tenso pairou entre eles por um momento, e então Kelvin respondeu com voz embargada:

- Então me abandonar depois do seu cio estava de boa se eu não tivesse um filhote ? - o braços ainda estavam cruzados.

- Deixa eu falar do meu jeito - O alfa parecia mais determinado - Eu não sabia, quando eu sai daqui depois do meu cio eu não poderia imaginar que oce tava gravido...

Kelvin ouviu atentamente as palavras de Ramiro, a expressão em seu rosto oscilando entre a tristeza e o entendimento. A face de cachorro perdido de Ramiro era comovente, e Kelvin queria dar a ele a oportunidade de se explicar.

- hum, continua.

Ramiro continuou, com uma voz carregada de sinceridade:

- Deixa eu falar do meu jeito. Depois que saí daqui, na manhã seguinte, eu não queria encarar tudo. Eu... eu tive medo, Kevin. Medo de ter te machucado, medo de ter arruinado nossa amizade, medo de ter ultrapassado os limites. Eu te evitei, mesmo na primeira semana, porque eu queria conversar, mas você sabe que eu não sou bom com palavras.- A medida que Ramiro falava, sua voz se tornava cada vez mais carregada de culpa e arrependimento - Mas eu não podia imaginar que você tava grávido. No dia em que finalmente tive coragem de falar com você, o dia em que você foi à fazenda, o Patrão me pediu pra da cabo no geólogo. Ele estava tendo um caso com a Dona Irene, então ele me ofereceu uma grana e eu aceitei. Mas esse homem era importante, Kevin. A polícia federal estava de olho nele. Então, o Patrão me mandou para São Paulo. Eu odiei, mas era o que precisava ser feito. Também estava comprando algumas coisas que ele havia pedido.

Ramiro continuou, explicando seu retorno repentino:

- Ontem, Caio me ligou. Mesmo depois de tudo o que fiz, ele disse que isso era um pouco demais, mesmo para alguém como eu, eai o Odilon apareceu la ne, mas eu ja vinha de qualquer jeito falar com oce. Então, eu vim, Kevin, o mais rápido que pude.

- Calma, vamos com calma. - disse kelvin levando as duas mãos como um sinal de pare - A dona Irene tava tendo um caso ?

- Kevin, esse não era o assunto.

- Ramiro, isso é muito importante.

- Sim eles estavam tendo um caso, ow homem pra ter chifre é o Seu Antônio , a ex meteu os calho nele e a Irene também.

- Isso é verdade mesmo, oh homem pra ser corno. - os dois riram. - Parou ,parou , mas por que o geólogo era importante? - o ômega apoio a mão no queixo.

Acontece ( ABO MPREG)Onde histórias criam vida. Descubra agora