O bar estava um caos, todos corriam de um lado para o outro, cada um com sua tarefa bem delimitada. Eles teriam um casamento amanhã, e o bar precisava estar perfeito. As flores já estavam prontas, e o altar estava montado com todos os detalhes. Os noivos iriam ao cartório primeiro, mas depois teriam uma celebração mais simples com o Dr. Rodrigo como cerimonialista.O caos foi interrompido por Flor, que entrava junto com Rosa, segurando uma caixa maior que ela mesma com coisas de bebê. A notícia de que Kelvin teria uma menina já rodava por toda Nova Primavera. Alguns comentavam por carinho, como Cacá, enquanto outros o faziam por mera curiosidade. Um ômega masculino grávido, do cabaré ainda por cima, era assunto para muita conversa em uma cidade como aquela.
Flor tinha guardado algumas roupinhas de bebê como lembrança e conversado com algumas pessoas, perguntando sobre doações. Assim, ela conseguiu reunir uma enorme caixa para a bebê.
- Flor! - Kelvin chamou, correndo com toda a animação que mal cabia em seu peito, do fundo do bar até o encontro da amiga. - Eu ia lá buscar...
-Tá tudo bem, eu queria vir aqui ajudar mesmo. - Ela sorriu gentil.
- Deixa eu carregar isso aqui, sou gay, mas não sou mal educado, né? - O comentário arrancou uma gargalhada funda de Rosa.
O ômega tentou pegar a caixa, mas foi impedido por Flor.
- Kelvin, você tá grávido. - Ele se esforçou para pegar a caixa mesmo assim.
- Grávido, não morto. - Ele soltou, já conseguindo arrancar a caixa dos braços de Flor. - Vamo lá pro quarto, olha isso, tem tanta coisa.
- Vamo, vamo sim. - A beta seguiu ele até o quarto.
Antes mesmo de ser chamada, Rosa já programou seu desejo de ficar "brincando" com as outras meninas do bar, enfeitando o lugar.
O quarto de Kelvin era bem cuidado. Todos no bar tinham essa regra antiga de "seu ambiente de trabalho tem que estar bem cuidado". Mesmo que não atendesse mais clientes, ele mantinha seu quartinho impecável. No entanto, mesmo com a perfeição do quarto, Flor se perguntou uma coisa que já martelava na cabeça de Kelvin há três longos meses: "Onde ele vai colocar um berço aqui?"
O omega colocou a caixa organizadora gigante em cima da cama e já estava olhando as roupinhas com um brilho nos olhos impecável.
- Kelvin - ela chamou gentil - você já tem planos para depois do casamento?
- A lua de mel? Tenho sim - mordeu os lábios deixando um leve sorriso.
A beta se sentou na cama e começou a tirar algumas roupinhas também.
- Olha esse macacão rosa, que lindo! Como você comprou ? ele parece caro. - o ômega segurava o macacão minúsculo contra o corpo.
- Caio me deu, ele dava muitas coisas para a Rosa, acho que ele sempre foi meio família. - carente era a palavra que Flor queria usar, mas não achou certo.
- É, ele vinha te ver mesmo grávida.
- Nossa, ele parecia um cachorrinho. - ela sorriu leve, mas o loiro deu uma risada gostosa.
- Flor, você... como... - ele parecia tão pequeno encolhendo os ombros e segurando a fala.
- Kelvin Santana, você nunca teve papas na língua, fala logo.
- Como você conseguiu criar a Rosa aqui por tanto tempo? - falou rápido com medo de ofender a amiga.
- Era nos tempos da Cândida, né, Kelvin? Era diferente. - ela apenas parou de dobrar as roupinhas e olhou para Kelvin. - Ela me deixava ficar, você viu? Tive um tempo de folga, mas quando voltei a trabalhar, deixava ela com aquela família lá na cidade.

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Acontece ( ABO MPREG)
Fiksi PenggemarAonde Ramiro é um alfa que não aceita seu amor por kelvin , um ômega que se vende pra sobreviver, mas uma noite confusa cria um vínculo entre eles pra vida toda.