Partida

74 16 3
                                    

Wanda

Nunca mais aceito nada que Kate Bishop me pedir depois de eu ter bebido uma taça de vinho. Bom... em defesa dela foi apenas meia taça, mas ainda sim, era álcool. E mesmo assim vai servir de lembrança para pedidos futuros que ela me fizer.

Eram seis da manhã. Seis. E eu estava parada do lado de fora do meu apartamento esperando Kate passar com a mala dela para que a gente pudesse por tudo no carro e partir em direção a Westview. 

Mas que ideia ruim... ainda soava como um filme de terror.

Sinceramente estou concordando por causa de Kate estritamente, porque se dependesse de mim essa  carta teria parado no lixo assim como a última parou. E por mim nunca mais veria as pessoas com quem me formei no ensino médio. 

Os primeiros três anos foram tranquilos, até eu virar formanda e uma praga aparecer em minha vida e decidir que fazer parte dela seria uma boa ideia. E eu odiei cada mísero segundo do que ela me fez passar. 

Natasha Romanoff  é pior que as crianças que Kate cuidou.

Mas, usando as mesmas palavras que Kate usou para descrever como os gêmeos eram, Natasha Romanoff era infernal.

E eu odiava o fato de que só por eu estar indo a essa tal de reunião de reencontro a primeira coisa que eu pensasse, quando "Westview"  vinha a minha cabeça, não fossem os outonos frios ou as primaveras floridas, ou até mesmo as pequenas lojinhas de sorvete no verão que alegravam a todos. Não era isso, nada disso, era o fato da existência de Romanoff ainda me fazer tremer de medo.

- Kate! - gritei seu nome, mas pensando bem não devia o ter feito, lembrei da existência de vizinhos bem impacientes que deixavam reclamações para o condomínio. - Vamos apresar aí? O que você acha de agilizar?

Em pouco tempo Kate aparece com  cara vermelha e os cabelos bagunçados. E claro, uma mala gigante. E provavelmente extremamente pesada.

- Seja um pouco mais agradecida, Wan. - Meu apelido - eu estou aqui de pé para viajar e ainda estou te fazendo perder o trabalho que você odeia.

- Você seja mais agradecida, quem queria ir era você. - Eu disse chamando o elevador, que chegou em poucos segundo e coloquei minha bagagem nele, segurei a porta e ao mesmo tempo consegui ajudar Kate a colocar a dela ali também.

- Para de ser mal amada, você vai amar por ir, pode ter certeza. - Ela falou num tom animado, quase me fazendo acreditar que aquilo seria possível. - Eu aposto com você dez pratas que você vai estar com um sorriso no rosto quando sairmos de lá.

- Preparada para perder dez pratas? - Falei num tom de aposta, imitando o dela.

O elevador abriu as portas na garagem do prédio e colocamos as malas para fora. Eu fui até meu carro para o levar para mais perto do elevador, facilitando o modo de colocar a mala gigantesca de Kate no porta malas, se ela coubesse ali. 

- Meu amor, eu não tenho dez pratas! - Ela grita quando eu estou perto do carro, saio dele para ajudar ela com as malas; como de previsto, a sua não cabia no porta malas. Olho para ela com uma cara feia - Foi mal, tô levando o essencial, mas o meu essencial é bem abrangente.

- Por que está apostando dinheiro se você não tem dinheiro? - Perguntei tirando sua mala de lá com sua ajuda, tivemos que colocá-la no bando de trás para que eu forçasse Kate a subir lá e fazer outra mala, uma menor.

- Porque eu sei que você vai voltar toda feliz para casa. Aposto até que vai desejar que fiquemos lá por mais um tempo. - Falou fechando a porta do carro e em seguida indo para o lado do porta malas e me vendo colocar a minha própria mala lá.

Tempo certoOnde histórias criam vida. Descubra agora