Amor De Outro Mundo

moranguinho

Sinceramente, por que isso acontece apenas comigo? Olha, eu sei que sou um cara azarado que vive tropeçando no próprio pé ou que recebe ligações do clube das velhinhas pedindo um date, mas assim…

UM ROBÔ NA MINHA CASA? Está de brincadeira comigo!

Se isso for obra do universo, gostaria de dizer:

“Isso é bullying comigo, me senti ofendido!”

— Que porra foi essa? — pergunta o mais velho com sua mão na boca, desacreditado.

— Se você não sabe, imagina eu.

Yoongi que estava desacreditado, tentando entender, aproximou-se de mim colocando sua mão em meu ombro, me olhando sério.

— Jungkook, precisamos de um psicólogo. — balançou a cabeça, convicto.

— Não…

— Sim.

— Não mesmo — entrei novamente no box do banheiro, voltando a tomar meu banho.

— Jungkook, isso tudo é uma loucura, acha mesmo que agora pouco tinha um ser robótico em nosso apartamento?

— Prefiro ser louco, do que ir para aquele lugar. — respondo, já sabendo que o mais velho não iria se cansar até eu aceitar.

Nada contra psicologia, apenas não gosto muito desse assunto, por mais que Yoongi Hyung esteja certo, lembrar disso me traz sensações estranhas.

— Você sabe que um dia terá que superar isso, não é? — ouço barulho da maçaneta sendo girada, logo um suspiro é ouvido.

“Nem sempre o passado é superado, fragmentos de momentos antigos, são marcados.”

…

Após ter me arrumado e estar preparado para sair, resolvo colocar meus fones caminhando ao lado do mais velho, que olhava para frente fixamente como se estivesse em seus profundos pensamentos.

O silêncio era bom, mas naquela situação, eu sentia o desconforto passar como vento sobre nós.

— Sobre o que você falou… — tiro os fones, tendo atenção do albino ao falar — podemos ir ao psicologo amanhã…

— Sei que sente saudades dele, eu também sinto — volta a olhar para frente. — deve ter sido aquela bebida do Hoseok, era bem brisante — deu um pequeno sorriso logo parando segurando em minhas mãos. — estou com você nessa, maninho.

Olho para o mais velho, engolindo a seco, com um grande aperto no peito, eu era apegado ao Namjoon, para mim era como um grande ídolo em minha vida e perdê-lo foi como se tivesse levado uma pequena parte de mim.

Três irmãos Unidos, três pilares erguidos, nada e ninguém poderia derrubar.

— Hyung — Abraço Yoongi, escondendo meu rosto em seus ombros, sentindo as lágrimas descerem lentamente em meu rosto. — Por que Namjoon sumiu? Eu não entendo… Pensei que fosse feliz com nossa família.

— Eu não sei pequeno… — carecia minha cabeça, fazendo um pequeno cafuné. — ainda há esperança dele voltar.

— Mesmo? — me afasto, limpando as lagrimas.

— uhum, agora vamos antes que o Seokjin nos puxe pelos cabelos — sorri o mais velho voltando a caminhar

— Não duvido disso — rio soprado, indo junto ao mesmo, que balançava sua cabeça negativamente, sorrindo.

“Um sorriso espontâneo é o melhor remédio para tudo.”

Namjoon tinha razão.

…

— Hoseok, para de ficar paquerando o Yoongi e vem me ajudar aqui.

Ah, lar doce lar.

Ver Yoongi e Hoseok corados por conta das sinceridades do Jin, arrancava muitos risos.

O loiro amava brincar com os dois, pois sabia que aquelas troca de olhares não era apenas um olhar de amizade e sim algo a mais que isso.

Quando Yoongi iria confessar isso?

Dia de são nunca, por mais que o mais velho era sério, um cara que vai direto ao ponto, quando se envolvia Hoseok, perdia sua postura automaticamente.

Enquanto Jin andava de um lado para o outro na cozinha e os dois pombinhos desviando olhares, estava do outro lado, preparando o recheio do bolo, já posso dizer que nessa parte sou o melhor, ainda mais se envolvia morangos, era meu preferido.

Enquanto estava concentrado mexendo no fogão, congelo ao sentir algo passar rapidamente por mim.

— Moranguinho — ouço um sussurro balançando minha cabeça rapidamente, voltando a me concentrar.

Devo estar ficando louco, não é possível.

— Tudo bem por aí, Maknae? — coloca a mão sobre meu ombro, o ruivo, me fazendo dar um pequeno pulo, assustado.

— Tudo ótimo, Hobi, estava provando os morangos, hmm. — pego um morango, mordendo, olhando rapidamente para a janela, acabando por me afogar com a pequena fruta ao ver tal cena.

Aquele mesmo indivíduo que havia invadido o banheiro estava do lado de fora acenando como se tivesse encontrado algum amigo e o pior… Esse amigo era eu.

— Jungkook, tem certeza que está tudo bem? — me entrega um copo de água, com seu olhar preocupado.

Como poderia dizer a ele que estou sendo perseguido por uma entidade misteriosa, ou melhor, um robô?

Ele me acharia louco, certeza.
Quem iria acreditar nisso?

— Obrigado Hyung, mas estou bem. — sorrio em forma de acalmá-lo. — ah… Poderia cuidar disso para mim? — saio de perto do fogão, saindo da cozinha.

— Aonde vai? — pergunta sem entender.

— Não vou demorar! — respondo rápido, logo saindo pela porta dos fundo, chegando ao quintal.

Precisava a todo custo saber se aquilo era coisa de minha cabeça ou se realmente estou sendo perseguido pelo homem de ferro.

— Olá? Tem alguém aqui? — ando lentamente, sentindo meu coração acelerar a cada passo que dava aquela grama verdinha.

Esse silêncio…

— Certo, isso é coisa de minha cabeça, sabia — bati as mãos na coxa, rindo.

— Isso não é uma ilusão, Jeon Jungkook. — ouço sua voz rouca próximo ao meu ouvido, sentindo meus pelos se arrepiarem, me fazendo respirar fundo e virar-se em direção à voz, arregalando os olhos ao ver.

Ele estava ali, frente comigo, suas mãos que antes eram de metal, possuíam pele no lugar… Todo seu corpo, na verdade… Ele não parecia mais aquilo que havia observado no banheiro, uma forma robótica e meio assustadora agora estava… numa forma humana, aparentando uma pessoa normal, como a mim…

— Seu coração… — se aproxima colocando sua mão sobre meu peito, me fazendo congelar com seu toque leve — batimentos a 100 por minuto, início de uma taquicardia, deve se acalmar, moranguinho. — começa a movimentar suas mãos em forma de carinho, me olhando com um pequeno sorriso.

É maluquice dizer que um robô é atraente?
Ou melhor, humano, pessoa, um ser de outro mundo?

Yoongi tem razão, preciso urgentemente de um psicólogo, isso se não quiserem me internar.

Continua…